Eu estava dentro do vale com o garanhão preto do estábulo da minha avó, Rosana estava me ensinando ja que Margareth achava a cavalgada um habito extremamente britânico, e segundo ela todas as mulheres de nossa família tinham sido exímias amazonas.
Até o momento o mais difícil era subir no cavalo, embora a governanta_ que vinha logo ao lado montada em sua égua marrom_estivese sempre me mandando corrigir minha postura. Ao menos o cavalo negro era calmo e não tinha me derrubado nos últimos cinco dias em que havia montado. E eu gostava de cavalgar no vale, era um lugar bonito e leve, que mais para o norte se conectava a uma floresta, e mais para o sul aos campos. Se seguissemos pela trilha da propriedade chegariamos a um pequeno riacho e uma ponte, que daria na outra propriedade, mas eu não tinha permissão para chegar tão perto ou ultrapassar a última fileira de árvores de modo a ficar visível, minha avó deixou claro que saberia se eu o fizesse, e minha avó era uma bruxa então.... cavalgavamos pelo vale em uma trilha alternativa em direção aos campos, que faziam parte da familia, sempre após o café e voltavamos antes do almoço, depois deste eu ficava na biblioteca ou no quarto e tentava ficar o mais invisível possível, vinha funcionando. Mais fazia tempos que eu não falava direito com alguem ou via alguem além da minha Avó e da preceptora, que graças a merlin, vinha fazendo apenas pouco mais que me ensinar a galopar, reprovar minhas roupas e me chamar de malcriada vez ou outra. As coisas ficavam consideravelmente mais suportáveis sem a presença de Edgar, mesmo que a casa ainda parecesse prestes a me sufocar ou que as refeições ainda me fizessem perder a fome.
Tinhamos um elfo, eu sabia disso, mais nunca o vi, nem tive coragem para perguntar sobre ele. O equilíbrio da casa era tão frágil comigo que um passo em falso lançava todo e qualquer esforço meu para o inferno.
Só via minha avó nas refeições, quando ela ia a biblioteca Rosana me dizia "cortezmente" que eu não era desejada lá e deveria subir para o meu quarto. Eu tambem não tinha permissão de retirar livros da biblioteca, Rosana dizia, e minha avó nunca discordava de Rosana. Então eu não tinha com o que me distrar, o tédio e frustração era tanto que eu passava grande parte do tempo dormindo, na tentativa de o tempo passar mais rapido.
Tambem não podia ficar muito tempo ao ar livre, seja no bosque ou na varanda terrea da casa. Uma hora por dia, com a governanta em meus calcanhares. Nem preciso dizer que a situação era mais que desconfortavel com a mulher me olhando com raiva durante todos os 60 minutos antes de poder se retirar. Então eu ficava no quarto e aproveitava as horas de cavalgada, que eram exceções a regra muito bem vindas.
— Endireite a coluna garota. — ralhou Rosana e eu voltei a realidade ficando dolorosamente ereta, não pela primeira vez no dia.
— Sim, senhora. — falei.
Depois do almoço fui informada que havia correspondências para mim, fui ansiosa para o quarto, claro que as correspondências ja estavam abertas, suprimi minha irritação e respirei fundo pegando uma a uma e lendo. Eram o unico prazer verdadeiro que eu vinha tendo, fora as manhãs ao sol.
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Para: Amélia Blackwood
Oi, Amy. Eu estou bem, meu pai e eu acabamos de chegar de um campeonato na espanha, a academia ganhou e estamos bem felizes. As BMDO ainda estão te chateando? Você sempre pode aparecer por aqui para esfriar a cabeça, não ficar muito longe não é?
Melhoras amiga.
Dê sua amiga
Jade Walker
________________________________________Peguei papel e pena e escrevi para ela depois de rir do BMDO, nossa sigla para Bruxas Más do Oeste, uma referência trouxa que os Bruxos em grande maioria não conhecem.
A próxima casa foi a da Aurora, esta contava sobre as ferias dela e os seus livros novos, alem de algumas coisas.
Tambem respondi a de Regulos e de Edith após essa, mais a última fui uma surpresa, meu coração foi parar na garganta. Depois de duas semanas sem resposta Severo havia escrito.
Sentei rapidamente e li voraz.
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Para Amélia Blackwood
Olá.
Estou bem de saúde, espero que você tambem.
Não pare de estudar.De
S.Snape
________________________________________M
urchei de frustração, poxa. Só isso? Quis espernear que nem uma garotinha, mais pensei que eu provavelmente cairia da cadeira se o fizesse.
As vezes eu tinha vontade de atirar-lhe pedras para ver se ele me notava de vez. Mas isso não funcionaria. Respirei fundo, eu sabia reconhecer um progresso, e estava feliz por ele ter respondia, mas eu estava tão a flor da pele depois de dias nessa casa que qualquer coisa era motivo de irritação, e isso era outra coisa que me irritava, eu não era assim. Mas eu me sentia um pobre vela apagada naquela lugar.
Dois dias depois eu ja nao conseguia dormir, e comecei a tomar poções pro sono para simplesmente apagar de vez na cama.
No jantar da noite seguinte recebi uma noticia da minha avó.
— Seu tio vai voltar amanhã com a noiva — Noiva? — é de boa familia e vai ficar aqui três dias. Vai dormir no seu quarto.
E onde eu vou dormir? Mordi a lingua pra não perguntar.
— Vou te dar dinheiro para você ficar em alguma pensão esses dias, voce sai pela manhã antes das seis e só volta sabado. — ao terminar seu comunicado apenas voltou a comer com se acabasse de me pedir para passar o sal envez de passar quatro dias em algum lugar.
Essa mulher é doida.
Mas então eu pensei. Vou sair daqui!. E fiquei ansiosa, poucas coisas podiam parecer mais atraentes.
Na manha seguinte la estava eu em Londres, depois de escrever outra carta para Jade avisando que eu estava indo para Londres. A distância era curta e eu sabia que a coruja chegaria antes de mim, e assim foi. Ela e o pai me esperavam na estação, e lá estava eu com meu vestido florido e cabelo bagunçado pelo vento. Sentia-me como se tivessem tirado um peso gigantesco das costas, mesmo que temporariamente.
Corremos uma para a outra e nos abraçamos, nunca tinha ficado tão feliz em vê-la. O pai dela nos comprou grandes pirulitos no caminho até o carro, ela e eu fomos conversando, eu estava eufórica e consequentemente muito tagarela, de forma que jade teve de se esforçar para entender algumas palavras em meio a minha animação.
Mais ela tinha que entender, aquele era o melhor dia em tempos.
Continua....
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ℳℯ𝓊 𝒫𝓇𝒾𝓃𝒸𝒾𝓅ℯ ℐ𝓂𝓅ℯ𝓇𝒻ℯ𝒾𝓉ℴ.- 𝐒𝐞𝐯𝐞𝐫𝐨 𝐒𝐧𝐚𝐩𝐞
Fanfiction- O destino está sempre se reescrevendo através de nossas escolhas. Eu sempre acreditei que tinha um momento primordial na nossa vida, que mudava nosso geito de ver as coisas, que nos tornava quem éramos, e determinava como nos relacionavamos com as...