( Aproveitem, que os pontos de vista de Severo serão poucos. )
Eu estava sentado com Régulos na aula de adivinhações, Lili estava mais a frente com a Dorcas, e outra garota grifana, alta de cabelos castanhos claros e longos, lembro de Mulciber ter dado em cima dela mês passado.
Eu não deveria esperar que se sentasse comigo quando Régulos estava na mesa, e nem desejava isso porque por motivos óbvios isso não faria bem a ninguém. No entanto me entristecia o afastamento que vinhamos tendo desde o fim do terceiro ano, ela fez novas amizades com muito mais facilidade que eu, e as que fiz ela reprova, acontece que sem as amizades que eu fiz minha estadia na escola seria pior, e eu estaria mais só que antes, porque ela não tem só a mim agora, e eu não a tenho como antes.
— Ei, Philipa! — Régulos chamou a garota loira e esbelta que passava por nós a procura de uma mesa.
Ela se virou em nossa direção e olhou para Régulos, parecia confusa, não atoa, normalmente nos sentávamos com Mulciber, Avery, ou a irmã dele, Sophie. Acontece que hoje em específico, Mulciber sentou-se com Avery e Rudolf, já Sophie sentou-se com Narcisa Black e outra sonserina que não tive o trabalho de aprender o nome. As vezes acontecia.
— O que esta fazendo? — Perguntei discretamente para o Black ao meu lado.
— Arrumando algo para olhar durante a aula. Você deveria tentar.— Respondeu e abriu um sorriso quando a garota veio em nossa direção.
— Oi, o que era? — perguntou a menina, eu lembrava de tê-la visto nas aulas, sua aparência chamava uma ligeira atenção, nada alarmante, me atentei na verdade ao fato de ela ser uma das melhores alunas do nosso ano em transfiguração.
— Senta aqui com a gente, temos espaço vago. — diz ele meneando para as duas cadeiras livres a frente.
— Obrigada. — ela diz, parece desconfortável mas não nega a oferta, se senta na cadeira a nossa frente e coloca seu material na mesa redonda. Então estende a mão educadamente para mim— Sou Philipa Parker.
Pego sua em comprimento.
— Severo Snape. — disse e soltei sua mão em seguida.
Chegamos cedo, e a professora tem o costume de se atrasar. A turma ainda estava enchendo e tinham poucas mesas vazias.
Abri meu livro para ler um pouco do que eu esperava ser ensinado naquele dia.
— Ei, Amy. Tem lugar aqui! — ouvi uma voz feminina falar um pouco mais a frente da sala.
Prestei atenção as palavras instintivamente. Depois de ouvir varias vezes o mesmo apelido dirigido a Blackwood nos últimos dois meses - quase três - eu ficava atento.
Olhei por cima do livro para ter certeza que a garota estava longe. Ela estava perto da porta, vestia as vestes amarelas da Lufa-lufa e tinha o cabelo em um rabo de cavalo. Ao seu lado a ruiva de sempre, também da Lufa-lufa. As duas se encaminharam para a mesa ao lado da ocupada por Lilih e suas amigas. Blackwood acenou para Lilian que acenou de volta.
Eu ainda não conseguia entender de onde surgira essa amizade repentina entre as duas.
A lufana era uma presença irritantemente constante esse ano, evidentemente como tínhamos a mesma idade, sempre fomos da mesma turma, mais esse ano ela estava mais em evidência para mim, pôs parecia estar em todo lugar. A ideia de que fazia isso propositalmente me deixava claustrofóbico.
Amélia Blackwood era irritante de tão inocente e desastrada, além de muito lerda para aprender as coisas, um completo fiasco em grande parte das matérias. A única coisa positiva da garota era saber ficar em silêncio em certas horas e me deixar estudar em paz, no entanto isso não compensava sua presença em quase todos os meus momentos com Lilian, a menina não nos deixava, e Lilih fazia de tudo para ajudar Blackwood a estudar, e no fim nem conversamos direito, isso quando conversávamos de verdade.
Meu raciocínio foi interrompido pela entrada de Potter e seu grupo, que pararam alguns instantes na mesa de Lilian, no que Potter falou alguma coisa idiota, muito bem rebatida por Lili, e foi sentar-se na mesa vazia do outro lado da sala.
A professora chegou não muito depois, com sete minutos de atraso. A aula começou, a professora nos deu as instruções do que deveríamos fazer naquela aula e nos mandou abrir os nossos livro na página 192, tive uma pequena satisfação ao ter presumido corretamente, estudaríamos Gênios.
— Gênios?! — ouvi algumas pessoas questionarem.
No fim da aula arrumei meu material, esperei os grifanos idiotas saírem e fui conversando com Régulos até a saída.
— Não vai falar com a sua amiga? — questionou o Black me dando um fraco empurrão no ombro com o seu próprio, na direção das duas primeiras mesas.
— Oi, Lilih. — foi tudo o que eu disse, um leve sorriso de quanto ameaçando escapar de minha boca, e o fazendo.
Régulos fez uma carranca, pôs não era dela que ele estava falando.
— Oi, Sev. Te vejo mais tarde? — perguntou a ruiva animada.
Anui.
Mulciber apareceu ao meu lado e me apressou nada simpático para a próxima aula, para que me afastasse de Lilian sem precisar dizer algo com todas as letras.
— Vem com a gente, Emys.— Falou Régulos ao meu lado, diante do meu descaso com a garota ao lado de Lilian, bem a minha frente, que eu havia ignorado de propósito — Nossa próxima aula é com a Lufa-lufa.
Santo Salazar...
Régulos vinha me empurrando para ela com um descaramento surpreendente, era simplesmente impressionante como ele se esforçava em tentar me fazer trocar Lilian por Amélia. Uma nascida trouxa por uma mestiça, como eu. Por alto preservação eu fiquei quieto, Lilian detestava o jeito que eu tratava Amélia, no entanto eu detestava Amélia, no fim restava a nós dois aceitar a situação, já que não tínhamos o que queríamos, no meu caso, a lufana bem longe.
Blackwood olhou de Lilian para Régulos, e de volta para Lilian, porém assim que Lili pareceu prestes a relutar ,— ela repudiava Régulos e Mulciber — a lufana andou rapidamente em nossa direção, parando em frente a Régulos.
— Eu posso chamar uma amiga? — foi tudo oque questionou, deixando até Lili surpresa com a naturalidade com que Régulos abriu um sorriso genuíno e concordou.
Amélia sorriu e chamou a amiga, a uns poucos passos de distância, fechando sua bolsa. A ruiva de vestes amarelas se aproximou, Blackwood disse a ela que as duas iriam conosco, a amiga não pareceu surpresa, deu um oi despretensioso para nós e perguntou se podíamos ir, pôs não queria se atrasar. Concordamos e Régulos se ofereceu para segurar o livro dela que não coube na bolsa, só para me fazer fazer o mesmo com o de Blackwood. O que não fiz na horar mas acabei fazendo emburrado ao longo do caminho para a aula de Trato das Criaturas Mágicas, porque Blackwood estava nos atrasando levando aquele livro gigantesco, e meus amigos não paravam com os comentários insinuosos sobre minha falta de cavalheirismo.
Merlin, esse dia vai ser longo.
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ℳℯ𝓊 𝒫𝓇𝒾𝓃𝒸𝒾𝓅ℯ ℐ𝓂𝓅ℯ𝓇𝒻ℯ𝒾𝓉ℴ.- 𝐒𝐞𝐯𝐞𝐫𝐨 𝐒𝐧𝐚𝐩𝐞
Fanfiction- O destino está sempre se reescrevendo através de nossas escolhas. Eu sempre acreditei que tinha um momento primordial na nossa vida, que mudava nosso geito de ver as coisas, que nos tornava quem éramos, e determinava como nos relacionavamos com as...