- O destino está sempre se reescrevendo através de nossas escolhas.
Eu sempre acreditei que tinha um momento primordial na nossa vida, que mudava nosso geito de ver as coisas, que nos tornava quem éramos, e determinava como nos relacionavamos com as...
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Olhei novamente pro endereço anotado enquanto ia verificando de casa em casa conforme andava pela rua estreita entitulada rua da fiação, era um bairro de aparência humilde, bem mais que o bairro em que morava no Brooklyn. A casa de Severo ficava por aqui.
Fui verificando os números até chegarbem perto do que eu procurava, então ouvi gritos de discussão, parecia uma briga das feias e vinha da casa que _ pelo número _ eu aparentemente procurava. Me assustei com o barulho.
— ih, não se preocupa menina, esses daí são sempre assim. — falou a mulher que estendia a roupa no seu varal na casa quase ao meu lado, vestia uma camisola e usava bobis de cabelo. Pelo modo como ela agia aquilo devia ser quase cotidiano.
Respirei fundo, aquela não podia ser a casa do Snape, nem pensar.
Não era nem a casa, embora mal cuidada era uma casa normal, um pequeno sobrado. Era aquele quebra pau que estava acontecendo lá que não me remetia em nada o ser culto e contido de Snape. Então por um momento pensei em mim mesma e na minha família, e vi que o pensamento era hipócrita.
Eram um homem e uma mulher brigando na casa pelas vozes elevadas deles, e era de vagabunda e bêbado para cima, santo Merlim. Alem disso tinha bastante barulho de coisas batendo.
Não tive que esperar muito para confirmar isso, um homem alto,maltrapilho e visivelmente cambaleante saiu pela porta da frente e bateu com tanta força que quase pude sentir de onde estava.
Ele passou a uns sete passos do meu lado espraguejando muito, não tive coragem de olhar para ele e prendi a respiração até ele passar, fiquei parada no lugar por algum tempo até a mulher de antes me chamar, perguntando se eu estava bem enquanto batia palmas para chamar minha atenção. Fiquei envergonhada e me desculpei enquanto olhava para trás e vi que o homem tinha sumido de vista.
Respirei fundo e tentei outra vez, torcendo para que aquela não fosse a casa dele.
— Senhora, sabe me dizer se naquela casa mora um rapaz? Ele é alto e bem branco, o cabelo é grande e escuro. — falei para a mulher.
— a menino esquesito que fica num colégio interno? é, ele mora lá. — falou.
Respirei fundo e agradeci antes de seguir naquela direção meio hesitante, eu ja tinha vindo até aqui. Mesmo que a hora fosse péssima, queria ver como ele estava. Estava preocupada.
Apertei a campainha e esperei com um frio na espinha enquanto ouvia passos no que tinha se tornado um lugar desconfortavelmente silencioso.
Que abriu foi uma mulher de meia idade, cabelos muito escuros em um rabo de cavalo, olhos claros e pele da cor de um papel, maculada apenas pelas grandes olheiras e pelos roxos no braço _ que logo foram escondidos enquanto ela cruzava ios braços.
— O que quer? — perguntou me olhando, foi bem hostil, mas eu ja não esperava mais uma boa recepção.
