O tempo que podemos ter

Calmaria: Parte 4

[nome alternativo do cap: gay boyfriend]

O sol de meio dia começava a esquentar quando Feng Xin se jogou para frente e caiu de braços esticados sobre a mesa. Guang estava entre eles, sentada e brincando com alguns panos que o deus havia roubado das coisas de Mu Qing, parecendo encantada com as cores e a sensação estranha que cada um tinha em suas pequenas mãozinhas, por serem de tecidos de materiais diferentes. Wanli estava a sua frente, cozinhando o almoço parecendo despreocupada e até mesmo cantarolando.

Feng Xin vez ou outra a olhava com uma expressão entediada, afinal, o almoço era uma das refeições mais tediosas para ele. Se acordasse muito cedo, poderia tomar café com Mu Qing e se o dia fosse tranquilo, Mu Qing voltaria para o chá da tarde. E certamente Mu Qing estaria para o jantar. Mas o almoço era no horário que ele estava na seita, então ele nunca compartilhava com ele.

Feng Xin perdia totalmente o interesse naquela refeição.

E isso não se dava porque ele não gostava de passar um tempo com Wanli e Guang. Ele fazia questão até de ser quem alimentava a menina com comida amassada, mesmo que saísse da cozinha direto para um banho. Mas se Mu Qing estivesse presente a coisa toda mudava.

Enquanto comiam era sempre um momento de calma e Feng Xin aproveitava todas as vezes que percebia Wanli distraída para provocar Mu Qing sem que ela percebesse. As vezes ele passava as mãos nas pernas de Mu Qing, outras colocava os joelhos se tocando. Uma vez colocou os pés juntos, um contra o outro e foi a primeira vez que percebeu que os de Mu Qing eram maiores que o seu, o que o chocou muito. Mu Qing geralmente mantinha a face de madeira e jade, mal piscando, mas onde estava escondido reagia a Feng Xin. Quando Feng Xin tocava suas coxas ele abria as pernas, se ele tocasse os joelhos Mu Qing batia no dele de tempos em tempos em um ritmo divertido. Quando Feng Xin havia colocados os pés juntos Mu Qing usou os dedos minúsculos para fazer cócegas em Feng Xin que caiu para o lado fugindo às gargalhadas.

Foi a única vez que foram obvious, mas Wanli apenas riu.

Para os dois estavam sendo muito sutis, mas Wanli na realidade via tudo acontecer e por vezes se questionava se eles achavam que ela era cega! Outras vezes ela queria simplesmente jogar a comida nos rostos bonitos por a exporem a aquela intimidade constrangedora.

E ouvindo Feng Xin suspirar de tempos em tempos atrás dela, enquanto preparava a comida, a estava dando nos nervos naquele dia. Principalmente porque logo ela teria de sair para suas aulas de medicina e mesmo assim ainda fazia questão de fazer o almoço para aquele homem ingrato!

— Marido... — chamou Wanli, pela primeira vez usando aquele termo para chamar Feng Xin.

O homem que estava brincando de soprar a barriga de Guang parou no lugar como se ela tivesse atirado uma flecha em seu estômago e ergueu a cabeça devagar.

— Está...falando...comigo?

— Você é meu marido. — disse ela sem o olhar e mexendo a panela. — Pelo menos, para quem não mora nesta casa.

— Certo... — disse Feng Xin segurando os pezinhos rechonchudos de Guang. — E porque me chamou de marido?

— Quero falar de seu Ernai. — disse ela erguendo o nariz e imediatamente Feng Xin começou a tossir, engasgado com o ar.

— Meu o que?

— Ernai! Amante! Segunda esposa! Concubina!

— Eu sei o que é a porra de uma ernai! Mas onde eu tenho algo assim?

— Ah, por favor! — disse Wanli finalmente o olhando. — Mu Qing é seu ernai!

— O que? Está louca? De novo com isso? — questionou Feng Xin parecendo querer atuar irritação, mas ele só pareceu assustado, desesperado e muito, muito culpado.