capítulo 1

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Eu sempre me perguntei o porquê minha avó insistia tanto para que eu me lembrasse.
Ela sempre me mandava anotar tudo que acontecia sempre me disse que seria útil um dia, só não sei qual dia. O que mais me intriga é o fato de ela implorar pra que eu finja que não se lembre das coisas perto das pessoas, eu sempre me peguei pensativa quanto a isso... Eu devia ou não me lembrar das coisas?
Minha vó me ensina em casa, ela diz que as pessoas não se recordam das coisas necessárias para ensinar. Eu nunca discuti sobre, pois nunca entendi bem...
-Emily, você tem que descer agora, tenho algo importante para lhe informar! – nós sempre moramos em uma casa pequena, porém aconchegante, o que facilitava escutar tudo o que diziam na cozinha em outro cômodo. Eu realmente escutava isso há anos, ela tenta me convencer de que sempre é algo importante falar sobre o que devemos lembrar e era horrível pelo simples fato: eu já me recordo de tudo. Passei a mão no cabelo apenas ajeitando, sempre estava alto os cachos teimavam em sempre ficar bagunçados.
-Já vou vovó!- eu desci minutos depois que ela me chamou. Desci as escadas, eu odiava o barulho que fazia, rangia a cada passo que eu dava. Minha vó era boa cozinheira sempre costumava estar preparando algo de comer, no entanto, hoje havia algo diferente. Ela estava sentada a mesa com o rosto preocupado demais, é estranho ver ela assim. O rosto moreno e de traços bonitos, seus olhos sempre brilhavam, porém estavam tristes. Ela sempre foi muito tranquila e não ficava preocupada com frequência a não ser pelo o fato de eu ter que me lembrar. – O que aconteceu? A senhora está bem?- me apressei a perguntar, ela realmente parecia não estar bem. O corpo pequeno dela estava sem postura alguma. Será que finalmente algo novo havia acontecido? Ela passou a mão nos cabelos brancos, respirou fundo e pegou em minha mão, deixando algo nela.
-Emily, tome!-ela disse e me entregou um papel dobrado – você precisa se lembrar.  Você não pode se esquecer! Você é a única que pode salvar todos.
-Eu não posso me esquecer do que vó? Você precisa me contar! Eu não entendo. –eu disse. Eu realmente não estava entendendo o que aquilo poderia significar, eu não me lembro de ela ter me contado algo, ela sempre dizia “você é a chave de tudo, apenas se lembre”, mas nunca me contou sobre o que exatamente eu deveria lembrar.
-Certo! Irei lhe contar, mas temos pouco tempo, Emily preste atenção. Há muitos anos atrás o mundo foi quebrado. Ninguém sabe ao certo o que de fato aconteceu, mas a maioria das pessoas perderam as memórias e se tornaram almas vagas e sem objetivos nenhum, mas existem aqueles que se recordam de tudo. Você e eu somos uma dessas. Nós somos caçadas por outros que também mantem as memórias, porém eles querem tudo pra si.  Eles se alto denominam ladrões de memórias.  Eu acho uma péssima escolha de nome, mas não vem ao caso.  Existe uma historia e nela dizia que iriam nascer quatro pessoas que nasceriam com uma marca de uma chave e que estas pessoas seriam a resposta de tudo, se elas encontrassem todos os objetos que eram necessários, tudo estaria de volta no devido lugar e tudo voltaria ao normal - Eu não acreditei no que ouvi, era historia pra dormir. Não existem ladrões ou pessoas chaves. Eu não compreendo o porquê dela querer contar essas historinhas de criança eu já era bem crescida pra entender a realidade. -Ah pelo amor de Deus vó, me recuso a acreditar nisso, vai me dizer que existem unicórnios e fadas também?-eu disse e ri diante a situação e esperava que ela risse também, mas ela permaneceu seria - A senhora não espera que eu acredite nisso, né? Vó são apenas dez horas da manhã, não pode vir com essa história depois?
-Emily, não é possível que seja tão burra ao ponto de não perceber a própria marca de nascença no braço, garota, eles descobriram a gente, estão vindo atrás de nós... De você! Pegue suas coisas e vá embora, você precisa ir, precisa achar as pessoas e encontrar a cura. Finalmente encontrar as memórias de todos! –ela disse rápido. Eu olhei pro meu braço e lá estava à marca na qual ela se referia, eu nunca tinha reparado, realmente se parecia com uma chave. Então tudo aquilo era verdade? Existia algo além do eu sempre imaginei que existia? Será que eu tenho a resposta pra tudo?
-Você também tem a chave? Quais são os objetos? Como eles são? Como vou achar as pessoas? E se roubarem minhas lembranças? O que eu faço quando tudo estiver pronto? Quem eu devo ser? Ou pra onde devo ir?- havia muitas perguntas que tinham que ser respondias. Ela não pode simplesmente jogar essa bomba em mim e esperar que eu aceite, eu preciso de mais, eu preciso entender, eu nasci pra que afinal?- por favor, vovó, eu preciso entender! -Ela apertou os olhos com força, respirou fundo e fez não com a cabeça e simplesmente... Riu?
-Eu já tive a marca... Já fui escolhida, mas tinha medo demais, parecia algo errado, Eu me arrependo tanto, mas você, você é corajosa e sei que vai fazer a coisa certa! Emily, eu não sei quais são os objetos... Eu tenho apenas um, o cordão, ele sempre me ajudou, ele brilha toda vez que sente que algo ruim está por vir. –ela disse e  me entregou o cordão, era lindo, uma pedra verde, não tão grande, mas visível e dentro havia algo muito pequeno, seria apenas um brilho? Não! Era uma... Chave?  -Todos eles têm uma chave em alguma parte, creio que ficará mais fácil para você encontrar! Você vai saber quando achar uma pessoa como você, acredite em mim... Você sempre irá saber!- o que ela queria dizer com aquilo? Eu ia sentir a pessoa? Ver algo acima dela? Uma seta ajudaria, quem sabe poderia ter algo escrito como “ei, eu sou a pessoa que você procura” e varias setas apontando, seria interessante! – não deixe que cheguem perto demais de você Emily, não dê entrada emocional, não se envolva, eles entram mais rápido, você não pode se esquecer do seu objetivo! Você vai saber o que deve ser feito, se não você não seria escolhida! É apenas o que sei te responder, apenas abra o papel quando não conseguir se lembrar do que precisa lembrar! Por favor, só nesse momento! Agora vamos! Depressa, você precisa ir embora, logo irão chegar!- ela entrou quarto a fora, pegou uma bolsa, na qual já parecia pronta e me entregou. Ela olhou no fundo dos meus olhos, eu consegui sentir a dor que ela sentia! Havia algo a mais, tinha que haver, aquela não parecia ser toda a verdade, mas por qual motivo ela esconderia algo de mim? Por qual razão eu não deveria saber de tudo? Ela caminhou comigo até um beco que tinha logo atrás da casa e então paramos, eu tinha que perguntar, eu não estava entendendo olhar dela.
-Vó, o que você não está contando?- eu perguntei. Ela se espantou com a pergunta e quando ia abrir a boca para responder veio um estrondo alto, não sei dizer de onde veio, mas o cordão brilhou, eu vi o desespero no olhar da minha avó. Ela me puxou pra longe e começou a correr e eu fui junto sem saber o que esperar ou pra onde estávamos indo, corremos até o fim do beco e foi ai que ela parou e gemeu, ela estava com dor? Nesse exato momento olhei pra cada canto dela e parei na barriga. Havia sangue, muito sangue. Ela tinha levado um tiro e eu não soube o que fazer. Ajudei-a se sentar num lugar, o único lugar que havia era o chão. Abaixei com todo o cuidado, mesmo sabendo que não havia tempo para isso. 
-Vó fica comigo! Eu preciso de você, não pode me deixar, não sei o que fazer sem você, por favor, vovó. Eu só tenho você! –eu disse chorando tanto, não queria acreditar no que estava acontecendo, ela não podia me deixar, pressionei o ferimento, mas havia muito sangue. Eu não sabia o que fazer, nunca tinha me interessado em aprender a cuidar de machucados. Eu estava em desespero.  A única pessoa que eu tinha havia se machucado e eu não sabia nem como ajudar. Ela estava quase fechando os olhos, ela era uma pessoa forte apesar da idade ela tinha a saúde a favor dela, mas naquele momento, ela parecia ter se entregado. - Não vó, fica acordada, você não pode ir, fica comigo não fecha os olhos! – O barulho de tiro vinha se aproximando, eu estava em desespero. O que eu iria fazer agora? Eu nem mesmo sei quem eu sou... Ela segurou minha mão bem firme e sussurrou.
-Emily, você tem que ir agora! Por favor, tudo depende de você! –ela disse com dificuldade, nesse exato momento ela se foi, ela tinha me deixado, era apenas eu no mundo agora. Levantei ainda em choque e corri, corri como se não houvesse amanhã , corri até não aguentar mais, as lágrimas teimavam em rolar em meu rosto. Eu não entendia qual o propósito, por qual motivo eu era a escolhida? 
    Eu tinha chegado à cidade, nunca tinha ido até tal parte, não é de se surpreender eu mal saia de casa. Era tudo tão estranho, feio e sem vida. As ruas eram longas e as casas todas iguais, não tinha cor, era apenas cinza, não tinha muitas pessoas na rua e havia muitos carros parados no meio da rua. Eu não sabia o que eu deveria fazer. Como eu iria descobrir as pessoas? Eu nem sabia onde é que eu estava tudo parecia novo, pois tudo que eu me lembrava de conhecer tinha acabado de mudar.
Passei a minha vida inteira me lembrando dos mínimos detalhes, mas eu não me lembro de me lembrar de perguntar de onde eu vinha minha vó sempre me explicou tudo que eu deveria lembrar, mas... Por que eu não me lembrava de minha origem? Eu sempre fui sozinha, nunca tive amigos, nem fazia muito sentido, brincávamos 2 segundos e já se esqueciam de o que estavam fazendo ali ou quem eles eram não era tão empolgante... Então sempre me contentei em conversar com minha avó, ela era genial e sempre me fazia rir e o mais importante ela sabia quem eu era, eu sempre amei isso, saber que sou alguém, mas nunca foi o bastante eu sempre quis mais. Era tão errado eu querer saber por que tudo estava do jeito que estava?
   De repente um arrepio passou por todo o meu corpo e ficou tudo muito quente. Minha cabeça começou latejar e a passar cenas de um menino em uma bicicleta chamando pela mãe, mas ninguém aparecia! O que era aquilo? Eu estava sonhando acordada? Eu senti a angústia do menino, o sentimento de abandono, mas quem era aquele? E por qual motivo ele estava em meu sonho? Balancei minha cabeça pra me livrar do pensamento ou sonho seja lá o que for, percebi que estava no meio da rua e quando me virei pra trás vi que estava vindo um carro desgovernado em minha direção, de repente algo, ou melhor, alguém me puxou, fiquei meio confusa de início, ele era alto, tinha uma expressão estranha no rosto, eu não devia confiar em ninguém. Ele ainda estava me segurando e aquele mesmo sentimento de abandono me tomou de novo e eu senti com tanta força que tudo doía. Não me deixei levar, puxei meu braço e ele continuou me encarando de forma esquisita, como se estivesse vasculhando cada canto da minha alma. Ele tinha olhos grandes e castanhos claros, mas pareciam ter mais, aqueles olhos parecia sem rumo, à procura de algo.
-Você já pode me soltar! – eu tentei parecer firme, mas a voz saiu mais baixa do que eu esperava. Ele continuava a me olhar, eu estava começando a me perguntar quanto tempo mais eu teria que esperar? Eu olhei pra ele, o cabelo formava pequenos cachos na testa.  O cabelo castanho brilhava de acordo com os cachos e ele parecia ter tomado muito sol, pois a pele estava bem bronzeada. Eu já estava impaciente, pois eles poderiam estar atrás de mim e ele estando comigo também seria morto. – Meu Deus garoto, me solte! - Puxei meu braço e ele soltou, ainda com uma expressão confusa.
-Acho que deveria agradecer! Não é todo dia que salvo uma pessoa!- ele riu na minha cara, ele estava achando graça? O sorriso era bem aberto, mas não passava alegria, era mais um sorriso de zombaria. 
-Pois bem muito obrigada! Agora se me der licença precisa ir! - Me apressei para sair o mais rápido possível dali. Eu precisava ficar sozinha, eu havia acabado de perder alguém, não queria ter que lidar com o esquecimento, eu tinha outros assuntos que precisavam da minha atençã...
-Onde você arrumou o seu colar? -ele ainda se lembrava? Como? – você me ouviu? -ele chegou mais perto, ele forçou mais a voz e deixou alta e clara. - Onde você o conseguiu?
Permaneci imóvel, eu não poderia dizer, ninguém poderia saber, eu precisava proteger com minha vida!
-Não te interessa! Não se preocupe logo você esquece, ai não haverá problemas!
- Ah Emily, eu queria tanto poder esquecer!- como ele sabia meu nome? Eu não havia dito, em nenhum momento, eu optei por correr, eu tentei fugir, mas ele vinha atrás e os passos eram largos, não haveria como fugir.
  -Como... Como você sabe meu nome? –perguntei me virando pra ele
-Acho que você já entendeu que sou igual a você, Não é? Tenho tido sonhos acordados com você e por incrível que pareça seu rosto e seu nome são as únicas coisas que aparecem. Agora me diga, por que tem esse sentimento de abandono? Onde conseguiu esse colar?- como ele sabia de tudo isso? 
-Por qual motivo eu deveria acreditar em você? – eu nunca tinha conversado com outras pessoas por tanto tempo. Não sabia como dava pra saber se a pessoa estava dizendo a verdade.
-bom, não acho que seja ruim apenas me responder algumas perguntas, afinal eu salvei sua vida, não é?- eu não acreditava que ele iria jogar sujo, usar uma boa ação pra descobrir o que deseja? Era irritante.
-Minha avó que me deu. E você deve entender o sentimento de abandono, afinal, quando você chamou por sua mãe sentiu a mesma coisa quando ela não apareceu, não é mesmo?- ele engoliu em seco, sua expressão era de impaciência, ele lambeu os lábios e deu um sorriso torto.
-Touché, meu nome é Francis, mas pode me chamar de Frank , me desculpe, é muito estranho conversar com alguém que se lembre por muito tempo o tema da conversa, olha- ele parou de falar e começou a mexer no bolso e logo pegou uma bússola- É a única coisa que tenho. Tem a mesma pedra do seu colar em cima!-ele me entregou a bússola, eu peguei e era tão linda, eu nunca tinha visto uma, a não ser por alguns livros que tinham algumas imagens. Acima da pedra tinha uma enorme chave no meio. Havia detalhes em volta da chave, era chamativa demais.
-Eles estão aqui Emily, vamos, precisamos ir! -ele me puxou e fomos correndo. A rua era longa e com os carros no caminho atrapalhavam um pouco, as pessoas olhavam, mas logo paravam provavelmente se esqueciam do porque estavam ali, corremos até ele parar, estávamos exaustos, paramos em uma estrada, não tão longa como a que estávamos antes, mas espaçosa de qualquer forma, tinha carros parados por toda parte, eu realmente não aguentava mais correr.  -Precisamos de um carro, vamos ser pegos se continuarmos correndo. - ele disse procurando pelo local.
O sol estava mais quente do que de costume.  Eu estava suando, o cabelo colava em tudo. Eles eram longos, o que não ajudava muito. Logo fiz um rabo de cavalo e me virei para Francis. Ele estava olhando pra todo canto. Ele vestia roupas completamente pretas e realmente era muito alto. Ele não parecia tão novo, eu daria uns 20 ou 23 não sei bem.
-Realmente, mas onde vamos arrumar um?-  eu perguntei, eu não fazia ideia de como dirigir, nem mesmo como ligar um carro. Eu esperava que ele soubesse. Na verdade eu nunca tinha ao menos andado de carro. Era tão empolgante como os livros descrevem? Havia tantas coisas que eu precisava descobrir e conhecer. Eu poderia ter vivido mais a minha vida, conversado mais com minha avó e talvez ela ainda tivesse muitas coisas para me ensinar. Mas olhando para as coisas agora não era como eu imaginava. Será esse o motivo de a minha avó não contar como era o mundo? Ela o achava tão decepcionante? 
-Emily? Você vem? –ele disse, ele já estava no carro! Eu ri, nem o vi pegando o carro. Fui em direção a ele e entrei. 
Ele dirigiu metade do caminho em silêncio. Observei tudo.  As árvores estavam secas, apenas algumas tinham folhas. Em alguns pontos tinham pessoas vagando e dava pra ver a confusão no rosto de cada uma. Ele interrompeu meus pensamentos quando disse.
-Contaram o motivo?-  eu olhei com dúvidas pra ele sem saber do que ele falava. Havia mais? Ele nem olhou pra mim Estava serio o tempo todo. Ele parecia bem objetivo com as coisas que queria.
-Precisamos devolver as memórias, esse é o motivo!-  eu disse. Era a verdade, era na verdade a única coisa que eu sabia.  Eu não tinha tantas informações. O que eu precisava saber minha vó tinha me dito, disso eu tinha certeza.
-E como vamos fazer isso?-ele disse e buscou meus olhos.  Ele realmente estava animado. Desde a primeira vez que o vi, foi à única vez que vi seus olhos brilharem. Eu queria saber mais sobre ele e sobre a cena que tive.  Era ele, não era? Ele tinha o mesmo olhar que a criança.  Ambos têm o olhar perdido, será que ele também me via assim? Sem rumo?
-Ainda não sei! -eu disse e ri nervosa, não sabia o que estava por vir, nem sabia o que exatamente esperar, mas decidi mudar de assunto, talvez nós conhecer ajudaria em algo. - Como você conseguiu a bússola? Ela parece ser valiosa!- ele ficou serio no mesmo minuto, mais serio do que já estava. Eu havia perguntado algo errado?
-Era da minha mãe! Ela me entregou antes... - ele parou de falar, apenas continuou olhando pra frente, respirou fundo e então continuou - Antes de morrer, eles vieram atrás de mim, mas encontraram-na, desde então sigo a única instrução que ela me deixou.  “A bússola brilha quando você está no caminho certo, apenas siga ela e estará exatamente onde precisa” você consegue entender? Isso não ajuda ninguém. Eu estou a anos dando voltas e fugindo, essa porcaria nunca brilhou, até eu ter o primeiro sonho com você - ele me encarou por um tempo , como se tivesse tirando conclusões sobre mim- Há dois anos, quando você foi à feira perto de sua casa, você passou por mim!- Então aquele sentimento estranho que eu tive foi culpa dele, meus sentidos já havia me avisado.
- E por qual motivo não falou comigo?-perguntei logo depois que ele terminou.
-Eu nem ao menos sei o que está acontecendo, como eu iria te contar? Eu sei que há pessoas atrás de nós, mas não sei o porquê ou quem são...

memórias : nada deve ser esquecido. Vol 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora