memórias : nada deve ser esquecido. Vol 1.

capítulo 13

3 anos depois

         Eu continuo na base, a vida tem se mostrado difícil, tenho treinado muito por muito tempo. Eu e Mayra estamos tentando algo, embora eu não ache uma boa ideia por que eu simplesmente não consigo esquecer Maria, é como se eu estivesse traindo Mayra. Ela é muito inocente sobre o mundo, Thomas nunca permitiu que ela saísse muito, Então eu conto sobre tudo que conheço, ela fica maravilhada, me faz rir. Eu realmente estaria feliz com ela se Maria não me atormentasse ficando em minha mente, eu precisava ir até ela e entender o que havia acontecido, mas a questão é eu queria mesmo saber como é que estava a vida dela? Eu queria saber que ela me esqueceu? Ou eu queria saber que estraguei a vida dela? Eu não conseguia odiar Maria, mesmo sabendo o que ela fez!
Thomas nos recrutou pra trazer novas pessoas, eu não acho o que ele faz muito certo, mas não a muito que fazer, eu apenas faço o que mandam, hoje iremos a uma cidadezinha. Temos que trazer trinta pessoas, para treinamos, embora sempre trouxéssemos gente e não temos tantas pessoas treinando conosco!
Eu estava mais velho, deixei a barba crescer, meu cabelo estava maior, eu havia ganhado massa, era uma nova fase, embora a confusão seja a mesma na minha cabeça! Fomos à busca das pessoas, é sempre um verdadeiro caos quando íamos, as pessoas ficavam em desespero, eu não entendia bem, estávamos em cinco, cada um tinha que pegar seis pessoas, nós separamos, eu entrei em uma rua, estreita, não era estranho, eu já estive ali, olhei para o alto e vi, ela, Maria! Ela me olhou assustada, como se visse um fantasma, ficou branca que nem papel, ela ergueu a cabeça um pouco pra fora, levou à mão a boca e ficou me olhando por um tempo e de repente ela sumiu, era uma casa de dois andares, eu tinha certeza que conhecia aquele lugar, ela apareceu no portão, ela ainda estava pálida, mas era a pessoa mais linda que já havia conhecido os cabelos negros bagunçados, ela parecia cansada.
- Killen? É você? – ela perguntou  e estendeu a mão, eu cheguei perto pra que ela pudesse me tocar, ela no meu rosto, seus olhos encheram de lágrimas. O toque dela ferveu tudo, é como se tudo fizesse sentido novamente. Fechei os olhos e eu não conseguia não me ver em um futuro com ela, aquilo me parecia certo, eu precisava dela.
- Eu preciso de você!- eu disse ainda com os olhos fechados, eu estava com medo de abrir os olhos e ser mais um dos meus sonhos, mas tomei coragem e abri os meus olhos, ela estava imóvel.
- Como? Como está aqui? Estou sonhando?-ela perguntou baixo, eu fiz não com a cabeça e fui em direção a ela para abraça-la, eu queria ter ela sob minha proteção novamente, foi quando ela fez não com a cabeça, ela estava chorando – Você precisa ir embora! Agora!- ela disse enquanto chorava, o que? Ela não me queria perto? Ouvi um choro de criança, talvez bebê, ela me olhou assustada e entrou logo ela veio com uma criança no colo – calma minha filha, esta tudo bem!- ela ninava a criança, foi quando vi em seu dedo a aliança, ela havia se casado? Reparei que havia alguns roxos em seu braço. Ela me mostrou a criança, era linda tinha os traços dela, mas ainda sim a dor no meu coração era intensa, era como se eu tivesse morrido naquele instante- Essa é clara, minha filha!- ouvir dizendo doeu mais.
- Você se casou!- tentei parecer feliz, mas ela me conhecia bem, provavelmente entendeu meu sofrimento. Ela apenas me olhou com os olhos ainda cheios de água – Com quem? Onde ele está?- perguntei, porque ela parecia estar sozinha.
-Alek!- Não acredito, Alek era o maior sem vergonha que eu conhecia como ela foi capaz de casar com ele?- Eu não sei onde ele está!- eu sabia como aquele imbecil teve coragem de deixar ela sozinha!- Não faça nada com ele se você se o encontrar!- ela estava com medo? O que ele tinha feito com ela? 
- Entra em casa e não saia por nada!- eu falei e saí, nem olhei pra trás, talvez fosse a pior coisa que eu fiz, mas eu não aguentava mais. Mais na frente lá estava ele em um bar, abraçando duas garotas, fui até ele, ele estava de costas e não me viu chegar, apontei minha arma na cabeça dele, ele se virou assustado.
- Quem é... Killen? V- você não estava morto?- as garotas se afastaram no mesmo instante deixando ele sozinho
- O que você fez com Maria?- ele arregalou os olhos e tentou se afastar, mas eu andei junto com a arma apontada- anda Alek, responda!- eu gritei, eu estava tão nervoso, dependendo da resposta que ele me desse eu o mataria!
- Eu juro que foi só uma vez! Eu estava bêbado. - eu nem esperei e atirei, ele havia batido em Maria, eu não acreditava que ela havia permitido, eu não me senti culpado, me senti até mais vivo, o que era aquilo? Desde quando matar tinha se tornado bom? O que estava acontecendo comigo?