Epílogo

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Camila

DOIS ANOS E MEIO DEPOIS

Escapei enquanto Shawn ainda dormia e dei um pulo na casa da Any para pegar o presente que tinha comprado para ele. 

Ele estava de pé na cozinha quando tentei entrar pelos fundos da casa. Mas, como estava ouvindo música, não me ouviu entrar, e pude dar uma espiadela nele pelas costas. Os quatro anos que passaram desde que havíamos nos conhecido, no casamento dos nossos amigos, não tinham diminuído em nada o desejo que eu sentia por esse homem. Borboletinhas voavam na boca do meu estômago ao vê-lo sem camisa, movimentando-se ao ritmo da música enquanto fazia café.

Sexo sem amor. Foi assim que tudo começou. Sorri ao lembrar o mau humor dele quando declarei, um mês antes, o período de amor sem sexo por trinta dias até o casamento.

Shawn gritou sem se virar, e pulei de susto, porque não tinha percebido que ele sabia que eu o estava observando. Mas ele sempre sabia, não é? Era como se tivesse um sexto sentido. 

Andou até mim com duas canecas e me passou uma delas ao me estalar um beijo na boca.

– Aonde você foi tão cedo?

Dei um sorriso engraçadinho.

– Fui pegar uma coisa.

Ele me puxou pela cintura.

– Lingerie para mais tarde? Espero que não tenha sido muito cara, porque pretendo rasgá-la assim que o pastor disser que você é oficialmente minha mulher.

Entrelacei os braços ao redor do pescoço dele.

– Em primeiro lugar, não é lingerie nenhuma. Não vou usar nada por baixo do meu lindo vestido branco. Você não é o único que não quer perder tempo arrancando mais uma camada de roupa. Em segundo lugar, temos de jantar com os nossos familiares e amigos antes de arrancar qualquer coisa. E, em terceiro... – eu o beijei de leve – ... já sou sua mulher desde que você me mostrou a casa da sua mãe e conquistou todas as mulheres da minha família.

Vi a doçura no rosto dele.

– Mal posso esperar para oficializar isso, Camila Mendes.

– Eu também. Mas me deixe ir buscar o seu presente. Iza chega daqui a uma hora, depois o cabeleireiro e o maquiador, e depois a Any.

Eu havia deixado o presente no carro, então tive de sair dos braços do meu futuro marido e da casa. 

Ao colocar a mão na maçaneta, parei e virei.

– Ah, e a Iza vai trazer uma pessoa. Então seja legal, tá?

– Uma pessoa? Tomara que o nome seja Mary, Martha ou Sally.

Balancei a cabeça.

– O nome dele é Gaige. E ela parece gostar muito dele. Então não o assuste como você fez com o outro.

Nós nem conseguíamos falar sobre o que ele tinha dito ao cara que pegou beijando a Iza no dia de visita dos pais da universidade sem brigar de novo. Ao que parece, Shawn era mais hiper protetor do que o próprio pai da Iza. Felizmente, Garrett e eu tínhamos firmado um acordo de guarda compartilhada da Iza enquanto ela terminava os dois últimos anos do ensino médio em Nova York. 

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