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.O caminho de volta para o dormitório fora o estopim do desconfortável. Ambos sem jeito, e sinceramente? De fato não havia nada a ser dito naquele momento.
Perdidos em seus devaneios, nem perceberam quando estavam de volta ao Colégio. Mas ao adentraram o local, perceberam a pouca movimentação, por ser sábado, enquanto caminhavam até o dormitório, com o silêncio ainda na predominância. E quando chegaram, Peter abriu a porta e sentou-se em sua cama, sendo seguido de Wade, que se sentou a sua frente, em sua própria.
- Então...- Peter começou depois de um breve silêncio - acho que você me deve algumas explicações.
- Hm... a gente vai te contar tudo! - Wade falou, confiante em suas próprias palavras - é só perguntar, Petey.
- Por que todos me chamam de...- ele se interrompeu, bufando só em pensar na explicação - "brinquedinho"?
Wade suspirou, tentando buscar uma boa resposta, mas não tinha como, então ele tentou resumir.
- Quando a gente andava com o Eddie e os amigos dele, e antes de ficar com essa cara de maracujá deformado, nós sempre tinhamos alguém do nosso lado. E essas pessoas, que ficavam com a gente, chamavamos de "brinquedinho", porque nós nunca ficamos com alguém mais do que uma semana ou alguns dias - ele explicou de cabeça baixa e envergonhado dos seus próprios atos do passado.
- Quem era o seu antigo brinquedinho? E por que todos me comparam a ele ou... ela?
Wade remexeu-se desconfortável na cama por ter que relembrar essa parte dolorosa de sua vida, mas era necessário. Quer dizer, o quão ruim seria se Peter soubesse? Na verdade, a questão seria, o quão ruim Peter o acha se soubesse?
- Lembra quando o Eddie falou pra a gente cuidar de você? - o menor assentiu, um pouco preocupado - a gente conheceu uma garota a um tempo atrás, o nome dela era Vanessa. Eu gostava dela, ela era muito legal, divertida e quando a gente ficou com essa cara de chulé, ela continuou comigo, e disse que não se importava - ele sorriu ao lembrar, uma parte de si falando como ele, não as vozes, como se ele fosse o único ao poder ter tais sentimentos - mas teve um dia, que nós, eu, Vanessa, Eddie, Abutre e Kravem, nós estávamos invadindo um prédio abandonado para poder guardar algumas drogas...
O encapuzado sentiu seus olhos lacrimejarem enquanto contava. Peter prestava atenção em cada detalhe da história, sabendo mais ou menos aonde ela acabaria.
- Só que Eddie mandou ela verificar se ele estava vazio - ele continuou, suspirando - todos sabiam que ele estava vazio, mas ele não gostava da Vanessa, ele não gostava da ideia dá gente estar se prendendo a uma pessoa só. A gente tentou falar pra ela não ir, mas ela foi e me deixou sozinho - Wade socou a cama com força enquanto ditava as próximas palavras - o maldito Eddie Brock mandou a única pessoa que me amava pra morte.
Timidamente, Peter se aproximou do mais velho e tocou seu braço, logo sendo seguido de um abraço carinhoso e reconfortante.
- Depois que ela morreu, eu me afastei daquilo tudo, e fomos morar com o Logan, daí viemos pra esse Colégio- Wade completou, fungando baixinho - agora você sabe tudo sobre a gente.
Peter assentiu, mesmo sabendo que o outro não iria ver, já que estava com a cabeça interrada em seu pescoço.
- V-você também não vai abandonar a gente, não é? - Wade finalmente levantou o olhar para encarar o castanho.
- Não, eu não vou te abandonar, porque eu gosto de você, gosto muito.
Terminado a distância entre seus corpos, o mais velho selou seus lábios. Era apenas um selinho, mas era um contato que transmitia que todo o esforço de Wade valeu a pena, e que apesar de qualquer defeito físico, e de ter tido um passado turbulento, Peter gosta dele do jeitinho que ele é.
"Tagarela", "boca suja", "deformado", "maracujá de gaveta" e quaisquer outras palavras que venham para ofender Wade, não importa, pois quem ele realmente deseja a opinião nunca se deixaria levar pelos outros e, apesar de tudo, Peter prefere mandar todos se foderem, apesar dele não xingar, somente para demostrar que ele verdadeiramente não se importa.
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Colegas De Quarto
ФанфикPeter Parker, um jovem que realmente quer se dar bem como fotógrafo, mas bem, estudar para que isso aconteça lhe mata a cada dia, sinta o drama. Mas então, quando seu antigo colega de quarto, que ele não se recorda o nome, se vai, ele pensa nos prós...