Michael precisava respirar e se aliviar. Não havia nada melhor do que o trabalho para distrair um homem. Fez os serviços mais pesados que tinha para serem feitos, descarregou os materiais, desempacotou-os, martelou, serrou. Tudo isso durante horas, mas nada foi capaz de desmanchar a tensão que estava sentindo. Precisava sair. Ali tudo lembrava muito Laura, só de trazer o nome dela à cabeça já fazia com que ele ficasse bem... Fora de si.
Decidiu voltar à cidade novamente. Quem sabe rodeado de outras coisas ele se esquecesse da causa da sua tormenta. Talvez se ele se aliviasse alguma de suas amigas tudo voltaria ao normal e sua obsessão se apagasse. Tinha que se apagar, aquilo não podia durar para sempre.
E assim foi, tinha muitas amigas pela cidade e não foi difícil que alguma delas se mostrarem interessada em passar uma tarde em companhia do conhecido Michael Levine.
Mas só foi isso, uma tarde prazerosa. As três da tarde, Rose, sua amiga em questão já tinha ido embora, deixando Michael sozinho em seu loft em uma das melhores áreas da cidade. Ele morava ali antes de se mudar para o internato, a mudança tinha sido exigência da diretora. A Madre afirmou que assim economizaria tempo e transporte, na época ficou contrariado de ter que deixar sua casa, mas precisava do emprego para salvar a firma. O curioso era que agora, se sentia mais em casa no quarto azul do colégio do que em seu próprio apartamento de tons avermelhados.
Procurou algo para comer, mas na geladeira e nos armários só encontrou bebida e petiscos. Tudo passado da validade, diga-se de passagem, lembranças de sua vida boêmia que assim como os alimentos, já estava vencida.
A prioridade agora tinha se tornado saciar sua fome, então, se dirigiu a um antigo restaurante que ele costumava levar suas acompanhantes e pela primeira vez em muito tempo, foi sozinho. O que foi uma experiência agradável, a comida de lá era maravilhosa, justo o que ele precisava.
No caminho de volta resolveu tomar o caminho mais longo, andando e respirando o ar não tão puro quanto o da serra, passou pelo grande cemitério e bastante exclusivo, onde estava reunido um numeroso grupo de pessoas elegantes, elegantes demais para um enterro, diga-se de passagem. Era evidente que aquilo só se podia tratar de um enterro da elite do Cidade, que prezava a aparência em todas as ocasiões. E o enterro em questão só poderia ser de alguém tão elegante quanto eles, em outras palavras: Helena Linton.
Juntou-se ao grupo que se encaminhavam para o interior do cemitério, a final de contas, sentia como se conhecesse a Senhora Linton. E além do mais, ali poderia encontrar algo que pudesse ajudar a Laura. Não que estivesse obcecado pela garota, mas era uma questão de respeito, não?
Durante o enterro não houve nenhuma lágrima. Muitas lamentações, Helena era muito respeitada e adorada por todos dali. Mas lágrimas mesmo, nenhuma, só as de Laura. Ao fim da cerimônia Michael avistou um homem em um alinhado terno preto que provavelmente era o advogado da mulher. Ele se sentiu muito satisfeito quando descobriu que seu palpite estava correto. Conversou com o homem e contou de onde conhecera Laura e alguns detalhes sobre a situação legal da garota. Nada de muito animador, muito pelo contrário. No fim das contas, não foi de tanta utilidade assim, só conseguiu um cartão do advogado para se caso alguma novidade surgisse.
Retomou seu caminho para o loft a fim de pegar seu carro para voltar para o Colégio, no meio do caminho viu um vestido muito bonito na vitrine de uma loja, então se lembrou que estava devendo um vestido à Laura resolveu comprá-lo para ela.
Logo após passar o cartão de crédito tratou de se convencer que não estava obcecado.
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HELL-OH!
Voltei? Não sei? Ainda estou afogada num mar de revisões e calor, mas ORANDO pra terminar até amanhã e poder voltar a postar aqui diariamente.
Queria muito que esse capítulo fosse mais longo, só que ele não é ): Desculpem. Amanhã eu venho com novas emoções, torcendo para que elas possam ser mais longas.
Beijos!!
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Agridoce
RomanceLaura L. não vê a luz do dia fora dos muros de seu colégio interno faz dez anos. Ela está desesperadamente à espera de um milagre. Já Mike, um planejador de exteriores falido, não precisa de milagres: está com a vida ganha. Ou quase, só basta conclu...