Chegou o grande dia, Michael estava ansioso, tinha que dar tudo certo.
Para Laura estava dando tudo certo, até agora, acabava de chegar ao baile e já se sentia diferente, tal vez a atmosfera de celebração tivesse elevado seu estado de espírito.
O jardim estava muito bonito, mas não como sempre. Estava só iluminado com pequenas tochas que criava uma iluminação fraca, mas que permitia apreciar os bonitos vestidos que circulavam pelo local, embalados por uma doce música que Laura nunca tinha ouvido.
Todos no baile estavam bonitos, inclusive ela. Imagine só, já até haviam elogiado seu vestido! Mas claro aquilo não se devia ao seu bom gosto, e sim ao de Michael, mas preferia não pensar sobre o assunto. Preferia não pensar nele. A festa estava cheia havia muito familiares e bonitos meninos em ternos impecáveis. Parece que toda a alta sociedade resolveu subir a serra. O burburinho envolvia todo o jardim com risadas e conversas animadas. Mas quando a Madre subiu no balcão central do jardim, todas as conversas se cessaram e todas as atenções se voltaram para ela.
- Boa Noite, senhoras e senhores. Espero que estejam apreciando essa comemoração tanto quanto eu – disse com um sorriso satisfeito em seu rosto que mostravam algumas suaves rugas. – Entretanto, acho que precisamos de um pouco mais de luz, para essa noite se tornar ainda mais especial.
Nesse momento, diversas pequenas luzes acederam em toda a volta do jardim, e logo a cima do balcão onde a Madre estava, viu uma luz mais forte se acender, a principio não pode identificar o que era, pois seus olhos não estavam preparados para tanta claridade.
Mas quando leu o letreiro que dizia “Laura’s Boulevard” bem no meio do jardim, se sentiu emocionada, melhor dizendo, se sentiu... Querida.
Olhou ao redor e viu que outros letreiros com os nomes de suas colegas de classe também brilhavam em outros lugares, mas não tão bonitos quanto o seu lugar, pensou Laura.
- Vejo que as meninas gostaram da surpresa, mas devo confessar que a idéia não é minha, e sim do planejador de exteriores que fez esse incrível trabalho de reforma em nosso jardim. Mas como o senhor Michael Levine não está aqui para escutar nossa gratidão ao trabalho responsável e integro que nos foi entregue, aplaudiremos o senhor Denis Bellman que foi importantíssimo também nessa etapa final. – disse a Madre começando a onda de aplausos.
Enquanto recebia os aplausos Denis estava sorridente como sempre, mas agora sorria para Laura. E não demorou muito tempo para ela entender que as novas idéias do entusiasmado Michael era justamente aquilo, os nomes luminosos, com o dela sendo o do centro.
Tentou, mas não conseguiu reprimir a pontada de satisfação por saber que Michael se importava com ela, ou ao menos, se lembrava do nome dela. O que já era um começo. Seu pensamento vagava por ele, e por aquela noite que eles compartiram, tentava se policiar. Mas enquanto a Madre fazia um grande discurso em homenagem às alunas, sua mente buscava com muito fervor as lembranças doces e amargas que aquele homem a causou.
Após uns longos minutos de discursos a música voltou a encher o jardim que agora iluminado parecia ainda mais vivo. Laura ainda estava encantada olhando para o letreiro com o seu nome. Ela sempre sentiu que aquele jardim fosse seu, mas agora podia provar que ele era de verdade.
- Olá – disse alguém interrompendo seus pensamentos.
- Ah, olá! – respondeu Laura após olhar para o rosto conhecido – Não sabia que você era da minha turma.
- Mas eu não sou! Sou uma simples convidada. Formo-me no ano que vem. Espero que minha festa também seja tão bonita quanto essa. Está maravilhosa, não acha?
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Agridoce
RomantizmLaura L. não vê a luz do dia fora dos muros de seu colégio interno faz dez anos. Ela está desesperadamente à espera de um milagre. Já Mike, um planejador de exteriores falido, não precisa de milagres: está com a vida ganha. Ou quase, só basta conclu...