OK. Em minha defesa, a culpa não foi minha.
Por um pouco mais de dois anos, vivi no centro de um imenso labirinto - chamávamos de Vale -, com um grupo de outras gatotassempre tentando achar uma forma de escapar. A única coisa que me lembrava quando cheguei lá, era o meu nome. Roberta. Eu não estava lá sozinha, Depois que me resgataram no labirinto, fui separada das minhas amigas, e me jogaram num quarto.
Já tinham se passado semanas desde que eu havia sido trancada lá. Diariamente, médicos pegavam amostras do meu sangue e algumas vezes na semana exercícios físicos. Eu estava louca para sair dali.
Mas, tudo mudou em um dia quando ouvi pela porta, alguns grunhidos e palavrões, e então, segundos depoismesma se abriu. Eu estava deitada em uma das beliches da pequena sala, quando duas mulheres armadas - as mesmas que sempre me escoltavam ao laboratórioempurraram três garotos no chão.
— Os testes começam amanhã. Portanto, é melhor que durmam um pouco esta noite.— uma delas disse e fechou a porta; o clique da porta sendo trancada ecoou pelo ar.
Um dos meninos se dirigiu até a porta, girou a maçaneta e forçou-a com o máximo de firmeza possível. E depois começou a bater na porta e a gritar para que os tirassem dali.
— Ficar batendo na porta, como um Crank desesperado, não vai abri-la.— me pronunciei descendo da beliche de cima
Os garotos se viraram assustados. O mais alto era loiro, até onde pude ver quando se aproximou, era manco. O que girava a maçaneta, tinha cabelos castanhos e o outro, tinha feições asiáticas, particularmente, familiar.
— Quem é você?— o que batia na porta perguntou.
— Roberta. Me chamem de Bobbie.— respondi e tentei forçar um sorriso.— E vocês são?
Eles hesitaram em responder.
— Thomas, Minho e Newt.— o loiro respondeu apontando para cada um deles.
— Vocês parecem bem acabados...
— Olha quem está falando.— o que se denominava Minho, retrucou.
— Não é como se eu tivesse alguma escolha. Esses cretinos não me deixam em paz. — dei de ombros. — Por um lado não tão ruim, a comida até que é boa. Duas vezes ao dia eles trazem algo. Quando possível vou na cozinha deles para pegar algo. — antes que perguntassem, respondi:— Tubulações.
— E por que não fugiu?— o asiático perguntou, cruzando os braços.
Eu fiquei séria.
— O que você, varão, acha que eu tenho? Desejo de morte? Você tem ideia da quantidade de guardas que há lá fora?
— Varão?— Newt murmurou.— É a mesma expressão que Aris usou aquele dia.
— Conhecem Aris? — dei um passo para frente, interessada.
— Sim.— Thomas respondeu.— E de onde você conhece ele?
— Estávamos num tipo de labirinto, com outras garotas. O Vale.
Fazia tanto tempo desde a última vez que eu tinha visto meus amigos... Nós escapamos do Labirinto, e em seguida fomos separados. A sensação de saudade era imensa.
— Você é do Grupo B.— Minho falou.— Não vi você no deserto.
— Grupo B? Deserto?— perguntei confusa.— Que desert... O que está fazendo?!— perguntei tentando me distanciar do asiático que havia afastado meu cabelo da minha nuca.
— Vendo uma coisa.— respondeu.— Propriedade: CRUEL. Grupo B, Indivíduo B20. O Cérebro.— ele leu.
— O que significa?— perguntei voltando meu cabelo no lugar.
— Você é do Grupo B e é o Cérebro do grupo.— Thomas respondeu.
— Não brinca.— resmunguei e revirei olhos.— Mais uma esquisitice.
Subi as escadas da beliche, me sentando na beirada novamente.
— Qual o plano para fugir daqui?
— Como sabe queremos fugir?— Newt perguntou.
— Quem não quer...?— murmurei e fiz uma pausa.— Posso ajudá-los. Amanhã podemos sair pela tubulação. Assim que amanhecer. Agora que não estou sozinha, tem mais chances de dar certo.
— Como sabemos que não é do CRUEL?— questionou Minho.
— Vocês sempre fazem tantas perguntas?— rebati, soltei uma risada fraca. — Realmente acha que eu deixaria que me jogassem num labirinto e fizessem uma tatuagem no meu pescoço? Garoto, eu não sabia que eu tinha aquela coisa até você lê-la. Melhor dormirem um pouco. Precisarão de energia amanhã.
Me deitei e virei para a parede, mas o sono não vinha.
Depois de alguns minutos, consegui ouvi-los falando:
— Talvez devêssemos ceder a esses caras de mértila. Quem sabe assim não acabamos um dia sentados por aí, gordos e felizes?— um comentou, era voz de Minho.
— É, quem sabe você não arranja uma bela garota que trabalhe aqui, se estabeleça, case e tenha filhos? Bem a tempo do mundo terminar nas mãos de um mar de lunáticos.— Thomas argumentou.
Minho se calou.
— Aquela menina, pode nos ajudar a fugir daqui.— Thomas continuou.— Ela não parece estar no estado perfeito, mas nem nós estamos, honestamente.
— Realmente acha que a garotinha chata ali, pode nos tirar desse buraco?— Minho perguntou com sarcasmo.
"Chata?"
— Bem, não podemos perder mais nenhuma chance, Thomas.— Newt se pronunciou.— Amanhã. De um jeito ou de outro.
✵
Uma batida forte à porta me acordou na manhã seguinte. Mal havia acordado, quando a porta se abriu e as mesmas duas mulheres entraram com Lança-Granadas, uma arma
Janson entrou no quarto logo depois.— Acordem pra cuspir, crianças.— disse o Homem-Rato.— Decidimos lhes devolver a memória, gostem ou não.

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𝗘𝗦𝗖𝗔𝗣𝗘 ;𝙢𝙖𝙯𝙚 𝙧𝙪𝙣𝙣𝙚𝙧
Science Fiction[completa] ❝ O que você, varão, acha que eu tenho? Desejo de morte? ❞ Depois de uma devastação solar, uma doença criada pelos humanos veio. O Fulgor. Desde então, o CRUEL tenta achar uma cura. Eles colocaram jovens em labirintos, sem memórias, c...