𝟎𝟎𝟗 ➭ 𝐂𝐀𝐅𝐄𝐓𝐄𝐑𝐈𝐀

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Hans me sedou para tirar o aparelho do meu cérebro. Essa era a última coisa que eu me lembrava, realmente.

Fui acordada por alguém chamando pelo meu nome.

— Bobbie.— chamou Thomas.

— Acorde, Bela Adormecida.— ironizou Minho.

— Hã?— Abri meus olhos devagar.— O quê? O que diabos? O que está acontecendo?

"Bela Adormecida? Eu mal acordo e esse varão vem me irritar? Além de ter me ameaçado".

     Estávamos sentados em cadeiras ressecadas, de plástico, e com estrutura duvidosa.

"Como vim parar aqui? Me lembro de estar numa maca".

— Nada. Só viemos te acordar. Hans tirou aquilo do nosso cérebro?— Thomas perguntou.

— Sim... Ele tirou o implante de nós três.— respondi, e me virei para Minho.— Não falou para ele?

— Acabei de acordar; assim como você.— o asiático disse, e se virou para Thomas:— Cara, você estava muito agitado. Lembra de tudo aquilo?

— Claro que lembro.— respondeu Thomas.— Mas era como se estivesse paralisado ou algo assim. Por mais que tentasse, não conseguia deter o que estava misteriosamente me controlando.

— Cara, você tentou cortar fora o meu você-sabe-o-quê!

Eu e Thomas rimos.

— Que pena não ter conseguido. Teria livrado o mundo de futuros pequenos Minhos.— falou Thomas, enquanto Minho o fitava horrorizado.

Soltei uma risada, seguido por Thomas. É desses momentos que eu gosto de pensar, estávamos tão felizes.

Brenda, Jorge e Hans entraram, os três com um ar sério.

— Gally veio até aqui e teve outro papo estimulante com vocês?— perguntei.— Parecem arrasados.

— Quando ficou tão alegre, muchacha?— perguntou Jorge.— Poucas horas atrás esse aqui,— apontou para Thomas.— nos ameaçava com uma faca.

Thomas fez menção de abrir a boca para, provavelmente, se desculpar, mas Hans fez um gesto para que se calasse. Pegou uma lanterninha e apontou para os olhos de Thomas.

— Está tudo certo?— Minho perguntou.

— Funcionou.— respondeu Brenda.— A julgar pelo fato de Thomas não estar mais tentando nos matar, deu tudo certo. E...— se virou para Thomas.— provavelmente não será mais capaz de se comunicar telepaticamente com Teresa ou Aris.

— Por mim tudo bem.— falou ele.

Hans decidiu que ele e a esposa partiriam, não queriam mais arriscar. Já quanto nós, iríamos ajudar o Braço Direito.

    Saímos do prédio e caminhamos até um centro comercial, parando em frente a cafeteria que Brenda havia nos dito. Jorge e Brenda foram os primeiros a entrarem, para terem certeza que não havia nenhum risco.
   Senti duas mãos me empurrando para frente, me dando um susto. Levei minha mão ao peito imediatamente, coração disparado.

— Assombração.— respirei fundo.— Está maluco?

— Talvez. Quem não está nos dias de hoje.— riu Minho.

— Muito engraçado.— ironizei. — Qual a sua função aqui, mesmo? Ser um varão irritante? — o empurrei de volta.

   O semblante de Minho mudou. Era como se pensasse em uma resposta inteligente para a minha pergunta.

𝗘𝗦𝗖𝗔𝗣𝗘 ;𝙢𝙖𝙯𝙚 𝙧𝙪𝙣𝙣𝙚𝙧Onde histórias criam vida. Descubra agora