𝟐𝟎 ➭ 𝐅𝐑𝐄𝐄𝐙𝐄!

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Estávamos a poucos minutos de chegar até a instalação do CRUEL. O Berg estava cheio de pessoas, armas e explosivos.
    Jorge era quem pilotava o Berg, Alana estava sentada na cadeira do copiloto, e Vince se encontrava em pé ao lado da cadeira de Alana. Ad outras pessoas estavam espalhadas pelo resto dos compartimentos.

— Estamos prestes a pousar!— gritou Vince. Pessoas iam aparecendo conforme ele falava.— Quero todos preparados para descer assim que a rampa de abrir!

    As armas já haviam sido distribuídas a todos, inclusive as funções de cada um. Eu deveria ajudar a abater os guardas do CRUEL, mas ao invés disso, eu iria procurar Thomas com Brenda, Teresa, Jorge e Minho. Os outros ainda estavam desembarcando, enquanto nós já caminhávamos pelos corredores.

— Acho que ele deve estar no Laboratório.— Brenda se pronunciou.— Contando que ainda estejam fazendo os testes. Se não ele estaria nas Alas de Recuperaçã...

    Brenda foi interrompida por um alarme alto e contínuo, em seguida, uma voz soou dos auto-falantes grudados nas paredes:

Atenção todas as unidades de segurança! Compareçam imediatamente ao Hall de Entrada, estamos sendo atacados!

    Então as luzes se apagaram, para que então apenas uma luz vermelha no meio do corredor se acendesse.

— De novo não...— murmurou Minho.

    Essa situação era familiar para a maioria de nós.

Se ficarmos todos juntos vamos acabar sendo pegos.— comentei.— Melhor nos separarmos. Brenda e eu procuramos Thomas no Laboratório. Teresa vai com Jorge e Minho para as Alas de Recuperação.

— Não.— recusou Teresa.— Tenho que ir com vocês duas para o Laboratório. É mais provável que achem Thomas. Quero estar lá, por ele.

    Brenda e eu nos entreolhamos. Ela tinha o olhar hesitante, como se me pedisse para inventar uma desculpa — ou mentira. Foi o que eu fiz.

— Hm... Teresa, no momento, não importa onde você quer estar. Brenda e eu não podemos vigiar você o tempo inteiro, então é melhor que vá com os dois.— expliquei.— Se o acharmos, passo um recado pelo rádio.

    Jorge e Minho também não estavam contentes com essa ideia, era evidente. Mas com isso, ela apenas revirou os olhos.

— Eu vou com vocês duas.— insistiu Teresa.

— Ou, podíamos deixá-la para trás.— sugeriu Minho, dando um passo à frente.

— Está bem! Eu vou com eles.

— Bom.— dei um sorriso sem mostrar os dentes.

     Convencida, Teresa os seguiu.

— Onde fica o Laboratório?— questionei, me virando para Brenda.

— No piso de cima.— respondeu ela.— Acho melhor nos apressarmos.

Assenti e expirei antes de corrermos para as escadas.

    Se você pensa que chegamos lá tão facilmente, você está errado.

Antes que pudéssemos ao menos chegar na metade do caminho, ouvimos muitos passos apressados, cada vez mais perto. Ordens também podiam ser ouvidas. Os guardas.

— Brenda!— sussurrei, a puxando pelo pulso. Haviam duas salas com a porta aberta, então a puxei para a mais próxima. Assim que ambas entramos, fechei a porta.

Estávamos no arsenal. O mesmo que passamos no dia em que fugimos. Boas — mas não tanto — lembranças.

— Acho que temos um problema.— replicou Brenda.

    Eu me virei para ela, rapidamente.

— E o que seria?

— Precisamos de um cartão-chave.

— Certo.— assenti, pensando.

    Talvez ir até a Central de Controle para desbloquear a porta funcionasse. Não. Muito arriscado.
    Se distraíssemos um guarda, talvez eu conseguisse roubar.

— Tenho duas ideias. Uma é boa e a outra nem tanto. Cada uma depende da sua resposta.— expliquei. Brenda apenas balançou a cabeça.— O cartão-chave dos guardas, fica grudado em uma corda para que não o percam?

— Sim. Por quê?

— Qual o material? Metal, Juta, Nylon, Polipropileno, Fibra de Carbono?

— É... acho que Polipropileno.— respondeu Brenda, um tanto confusa.— Por quê?

— Tudo bem. Podemos distrair o guarda de duas maneiras, e então cortar a corda. Já que os Lança-Granadas não funcionam, ou o apunhalamos com uma faca, ou damos um soco. Pessoalmente, eu prefiro a faca.

— Talvez... Mas vamos ter que andar um pouco até achar um guarda que esteja sozinho. Geralmente andam em grupos.— cogitou Brenda.— Se encontrarmos muitos estaremos em desvantagem.

Àquele ponto, os guardas já deveriam estar chegando onde Minho, Jorge e Teresa estavam.

"Espero que consigam se esconder."

Tirei a faca que eu havia achado na sacola da minha cintura, e entreguei para Brenda.

— Não vou usá-la, então pode ficar com ela. Fique feliz.— falei, enquanto ela pegava a faca de minha mão.— Raramente roubo coisas para nada.

— Me sinto honrada.— sorriu Brenda, num tom de ironia.

    Soltei uma leve risada

— Vamos. Temos que arrumar esse cartão-chave logo.

Então saímos do arsenal. O corredor estava vazio. Todas as portas fechadas. Foi quando eu empaquei.

— Bobbie? Você está bem?— questionou Brenda, se virando para trás.

— As portas.— murmurei, me aproximando lentamente de Brenda.

— O que tem elas?

— Duas delas estavam abertas. Entramos em uma. Os guardas...

Antes que eu pudesse completar, ouvimos alguém gritar:

— Paradas!

"Droga"

Foi quando a porta que antes estava fechada, se abriu. Mais alguns guardas saíram de lá. Estávamos cercadas.

Coloquem as mãos para cima e se virem.— mandou o mesmo.

    Brenda obedeceu imediatamente. Eu continuei parada.

— Você também, garota!— gritou.

    Resolvi me virar, mas não levantei minhas mãos.

— Agora andem até aqui. Vamos escoltar vocês até o Labirinto.

𝗘𝗦𝗖𝗔𝗣𝗘 ;𝙢𝙖𝙯𝙚 𝙧𝙪𝙣𝙣𝙚𝙧Onde histórias criam vida. Descubra agora