𝟎𝟎𝟑 ➭ 𝐄𝐒𝐂𝐀𝐏𝐈𝐍𝐆 𝐈

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  Dei uma cotovelada para trás, que atingiu o rosto do guarda atrás de mim. Pelo canto do olho, vi que Newt atirava um guarda ao chão; Thomas lançava o joelho contra o corpo que estava a frente dele, e Minho socava outro. Mas o quinto — uma mulher — não havia sido neutralizado, e já erguia o Lança-Granadas.

Ela pressionou a arma contra o crânio de Thomas.

— Dê a ordem!— gritou a mulher.— Janson, dê a ordem, e fritarei o cérebro desse imbec...

Agarrei a canela dela e a puxei para frente, fazendo que a mulher caísse para trás.

— O que estão pensando?— ouvi o grito de Janson atrás de nós.— Realmente acharam que quatro crianças poderiam dominar cinco guardas armados? Supõe-se que sejam inteligentes, não que façam papel de idiotas, de rebeldes delirantes. Quem sabe o Fulgor não atacou os miolos de vocês.

— Cale a boca!— Newt gritou.— Cale a sua maldita...

Algo sufocou o restante da frase. A mulher que derrubei se levantou e colocou a arma contra a minha cabeça.

— Levantem esses imbecis!— berrou Janson.— Levantem!

Ela me puxou pela gola da camisa até que eu ficasse de pé. Minho, Newt e Thomas também foram erguidos sob ameaça de ação das armas.
     O rosto de Janson queimava, enrubescido. Claramente estava com raiva.

— Que estupidez! Não permitiremos, de maneira alguma, que algo assim aconteça de novo.— ele apontou para Thomas.— Vamos começar por ele. Leve os outros para a sala de espera. Prefiro lidar com um de cada vez. Agora preciso resolver outro assunto.— ele saiu andando.

                                   ✵

    Nos colocaram numa sala apenas com algumas cadeiras, ocupadas por Newt, eu e Minho, respectivamente. Os guardas estavam cochichando algo.

— Estamos em maior número.— murmurei mordendo minha unha e olhando para os guardas no outro lado da sala.

— Hm?— Newt se virou.

— Tem apenas dois guardas, e três de nós.— respondi num sussurro.— Se eu os distrair, vocês conseguem apagar eles?

Eles assentiram.

— Certo.— murmurei.

Me levantei da cadeira e andei para frente.

— Sente-se.— mandou um deles.

O ignorei e fui em direção a porta. Os guardas mantinham o olhar em mim.

— Sente-se, garota! Ou vamos atirar!— mandou o mais alto.

Tentei abrir a porta, apenas esperando que Newt e Minho os apagassem.

— Nós mandamos se sentar!— urrou. Ouvi o gatilho do Lança-Granadas, me preparei para ser acertada.

  Até que barulhos de socos e metal ecoaram na sala. Quando virei, vi que os guardas já se encontravam desmaiados no chão gélido.

— Acho que já pode largar o extintor, Newt.— olhei para os soldados.— Patetas.— dei uma risada nasal e peguei o cartão de acesso de um deles.

— Esse era seu plano? Ser acertada por um Lança-Granadas?— perguntou Minho. — E que distração boba foi aquela, hein.

— É, não foi um plano muito inteligente.— concordou Newt.

— Conseguimos, não?— questionei e eles ficaram em silêncio.

   Minho roubou uma arma dos guardas caídos e saímos da sala. No meio do caminho, encontramos Thomas, uma garota, e Janson, com uma expressão de genuíno horror.

— Passe o cartão-chave para mim, depois deite no chão com as mãos sobre a cabeça.— Thomas mandou.

Continuamos nos aproximando para entender o que estava acontecendo.

— Vocês perderam completamente a razão.— falou Janson, estendendo o cartão para Thomas.— Não têm nenhuma chance de sair deste complexo. Mais guardas já estão a caminho.

— Depois de tudo que passamos, isto não é nada. Obrigada pelo treinamento. Agora, mais uma palavra, e vou ter que submetê-lo a um Experimento.— fez uma pausa.— Como foi mesmo que você chamou? Os cinco minutos mais desconfortáveis da sua vida?

Thomas puxou o gatilho do Lança-Granadas.

Um som agudo invadiu o corredor, seguido do lançamento de uma granada. Ela atingiu o peito do homem e explodiu em um brilhante festival de eletricidade. Ele gritou enquanto caía ao chão, se contorcendo.

— Por que isso me lembra de quando você foi atingido por um raio?— Newt se virou para Minho.

— Você foi atingido por um raio?— perguntei incrédula.

"E não houve sequelas?— acrescentei em minha mente".

Ele assentiu com a cabeça.

— Que loucura.— murmurei.

— Isso não está cheirando bem.— Thomas falou.

— Pelo jeito, isso vai matá-lo.— comentou a garota.

Seus cabelos eram um tom de chocolate, assim como seus olhos.

— Que perda lastimável!— replicou Minho ironicamente.— Ora, o mundo ficaria melhor sem ele.

— Vamos embora. Agora.— Thomas anunciou.

— Qual o plano?— perguntou Newt.

— Montamos um enquanto saímos. É melhor.— sugeri.

— Jorge é piloto.— a garota disse.— Se conseguirmos de algum jeito chegar até o hangar, até o Berg...

— Não, primeiro precisamos de mais algumas coisas para nos defender. — disse Thomas — Brenda, onde podemos achar as armas dos guardas?

"Brenda... o nome dela é Brenda."

— Apenas me sigam.

Quando descobri que Brenda trabalhava para Janson, antes de tudo isso, foi uma enorme surpresa para mim.

𝗘𝗦𝗖𝗔𝗣𝗘 ;𝙢𝙖𝙯𝙚 𝙧𝙪𝙣𝙣𝙚𝙧Onde histórias criam vida. Descubra agora