Brenda se levantou num salto.
— Vamos embora. Agora!Ela tinha razão. Encontrar Hans era mesmo prioridade. Tínhamos que nos livrar daquele maldito dispositivo em nosso cérebro.
— Gally, você jura que tudo o que nos disse é verdade?— Thomas perguntou.
— Cada detalhe.— respondeu.— O Braço Direito está pronto para agir. Estão esboçando um plano enquanto conversamos aqui. No entanto, precisam de mais informações sobre o CRUEL, e quem melhor que vocês para nos ajudar?
— E o que fazemos para ajudar o Braço Direito?— perguntei depois de alguns instantes de silêncio.— Voltamos aqui? Ou temos de ir para outro lugar?
— Voltem aqui. Antes das nove da manhã, por mais uma semana. Devo ficar por aqui também. Não creio que faremos nenhum movimento antes disso.
Thomas "fez as pazes" com Gally e fomos embora.
✵
Só encontramos Hans no dia seguinte.
Jorge arrumou um hotel barato, após comprarmos algumas roupas e alimentos. Também obrigou a mim, Minho e Thomas, a usar o computador para fazer uma busca na Rede, enquanto ele e Brenda faziam dúzias de telefonemas. Depois de horas de trabalho, encontramos um endereço por intermédio de alguém que Jorge chamou de "um amigo de um amigo de um inimigo de um inimigo". Mas então já era tarde, e estávamos morrendo de sono; Thomas, Minho e Jorge se acomodaram no chão, enquanto eu e Brenda ficamos na cama.
De manhã, nos aprontamos e fomos direto ao lugar onde haviam dito que Hans morava. Um prédio, que por sinal, tinha melhores condições do qual tínhamos encontrado Gally.
Subimos até o apartamento, e uma senhora quem atendeu, depois de Jorge insistir tanto, um homem de cabelo grisalho apareceu.— Deixe que entrem.— disse ele em um tom áspero.
Cerca de um minuto depois já estávamos sentados em volta de uma mesa.
— É bom ver que está bem, Brenda.— falou Hans.— E você também, Jorge. Mas não estou com ânimo para adivinhações. Por que não me dizem logo o que querem?
— Acho que sabe a principal razão por estarmos aqui.— replicou Brenda, indicando Thomas, Minho e a mim.— Mas também acabamos de obter a informação de que o CRUEL colocou um preço para a sua cabeça. Precisamos nos apressar e fazer o que tem de ser feito, depois você tem de dar o fora daqui.
Hans pareceu desprezar essa última parte, nos observando.
— Ainda estão com os implantes?
Assentimos.
— Deem-me cinco minutos para me preparar.— ele se levantou, e desapareceu por uma porta lateral, sem mais explicações.
— Você parece apavorado, Tommy.— Minho comentou, abafando o riso.
— Não se esqueça, muchacho,— disse Jorge.— você também vai fazer o mesmo. O vovô de cabelo grisalho disse cinco minutos... portanto, preparem-se.
— Quanto antes, melhor.— replicou Minho.
De repente, Thomas esticou braços e pernas, que o fez escorregar da cadeira.
— O que ele está fazendo?— soltei uma risada curta.
— Alguma coisa não normal.— respondeu Minho.
Então começou a convulsionar.
"O que diabos esse garoto tem?!"
— Thomas!— gritou Brenda.— O que está acontecendo com você?
Jorge estava petrificado em seu lugar, os olhos arregalados. Minho tentava acalma-lo. Brenda gritava para ele.
— Pode me ouvir?— berrou ela, inclinando-se sobre ele.— Thomas, o que é que você tem?
Ele parou.
A expressão de Brenda agora beirava o horror.
— Thomas?— ela chamou.
Ele começou a se levantar, ficando de pé.
— Você está bem?— perguntou Minho.
A cabeça dele girou, virando em direção à porta pela qual Hans havia passado.
— Não posso.. deixá-los... fazer isso.— Thomas falou.
O CRUEL o controlava.
Ficamos em silêncio por alguns segundos, quando Brenda gritou:
— Thomas, pegaram você! Resista!
Ele a observava, a expressão traindo desespero, então a empurrou.
Jorge se moveu para protegê-la, mas Thomas esticou o braço o o atingiu no queixo com um golpe rápido.— Não posso... deixá-los... fazer isso!— repetiu.
Minho estava de pé, boquiaberto, o rosto uma máscara de confusão. Jorge limpava o sangue do queixo, os olhos cintilando de raiva. Tentei dar um soco em Thomas, mas o mesmo desviou e me deu um chute na barriga, o que me fez bater contra a mesa. Ele começou a se mover em direção a porta, quando passou pela cozinha, pegou uma faca que estava sobre a pia.
— Thomas!— gritou Minho, enfim saindo de seu estupor.— Lute, cara! Tire esses pensamentos de mértila da cabeça!
Thomas se virou para encará-lo e levantou a faca.
— Vai me matar, seu idiota? Vai atirar essa coisa em mim, como Gally fez com Chuck? Pois então atire. Atire a faca!— mandou Minho.
"Rachel... ela também foi morta dessa maneira.— pensei, tentando ver alguma relação".
— Que porcaria é esta?— perguntou Hans, adentrando a sala.
— Não posso... deixá-los... fazer isso.— respondeu Thomas.
— Estava mesmo preocupado que acontecesse algo assim.— murmurou Hans.— Venham até aqui e me ajudem!
— Não...— antes que ele pudesse completar a frase, golpeei ele por trás, o fazendo cair no chão.
— Não vai matar ninguém.— falei.
— Largue-me!— gritou Thomas.
Eu havia prendido os braços de Thomas no chão, mas logo Minho tomou meu lugar. Estava sobre ele, comprimindo-o com o peso do próprio corpo.
— Não vou sair daqui até que deixem sua mente em paz.— disse Minho.
— Não acredito que já trabalhei para essas pessoas.— Hans se ajoelhou.
Thomas começou a tentar se levantar, e quando conseguiu, atirou Minho longe. Ele partiu para cima de Hans e atacando-o com a lâmina. O homem se protegeu com o antebraço, um corte vermelho aparecendo ali de imediato.
— Agarrem-no!— gritou Brenda.
Jorge e Minho logo agarraram os braços de Thomas. O garoto soltou um grito de pura agonia, depois brandiu a faca às cegas, por pouco não cortando os dois que o puxavam. Jorge e Minho, ganharam o controle da situação, obrigando-o a se afastar de Hans. Thomas caiu de costas, e a faca de soltou da mão.
— Não posso deixá-los fazer isso!— gritou ele.
— Cale a boca!— gritou Minho em resposta.— Você está louco, cara! Estão deixando você louco!— se virou para Hans.— Tire já essa coisa da cabeça dele!
— Não!— berrou Thomas.— Não!— ele se contorcia.
Hans mexia em uma gaveta procurando por algo, quando achou, vimos que era um sedativo.
A última coisa que escutamos de Thomas foi:
— Odeio esses mértilas.
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𝗘𝗦𝗖𝗔𝗣𝗘 ;𝙢𝙖𝙯𝙚 𝙧𝙪𝙣𝙣𝙚𝙧
Science Fiction[completa] ❝ O que você, varão, acha que eu tenho? Desejo de morte? ❞ Depois de uma devastação solar, uma doença criada pelos humanos veio. O Fulgor. Desde então, o CRUEL tenta achar uma cura. Eles colocaram jovens em labirintos, sem memórias, c...