30. Girassóis

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Música enredo: Você sempre será - Marjorie Estiano


Quando a Lua tentar me encontrar
Diga a ela que eu me perdi
Na neblina que cobre o mar
Mas me deixa te ver partir
Um instante, um olhar
Vi o Sol acordar
Por de trás do seu sorriso
Me fazendo lembrar
Que eu posso tentar te esquecer
Mas você sempre será
A onda que me arrasta
Que me leva pro teu mar

Ahhh! Como eu adoro a fazenda da tia Sofia! Penso que todo ser humano deveria sentir o ar puro e a paz que esse lugar transmite. As melhores lembranças de toda minha infância e adolescência estavam aqui, e junto com o colo da minha tia, sempre foi o meu refúgio mais seguro. April e eu chegamos no fim da tarde, meus tios e George estavam na imensa área contemplando o sol se pôr. Essa fazenda era herança de família que foi passando de geração a geração desde meus bisavós.

Sua entrada era formada por pinheiros enormes que exalam seu perfume por todo o trajeto até os enormes portões em madeira. Depois dos portões a estrada de chão cruzava todo o pasto até chegarmos a um caminho feito por pedras indicando a entrada da enorme casa principal, enquanto a estrada de chão seguia adiante formando trilhas atravessando os campos que ali existiam.

- Finalmente! Já estava aqui toda aflita com a demora de vocês duas.

- Mamãe... Que saudade!

- Titia!

O cheiro de pão de queijo recém assado e do café fresquinho invadia tudo e a dúvida de que se eu realmente queria deixar isso aqui e fugir para Nova York também. A visão daqui era perfeita... Ver o sol descer entre as árvores era coisa de cinema, e estar ali com a minha família assistindo a esse show da natureza reascendia a grande vontade de exercer a palavra perdão e voltar a ser feliz nos braços da minha ruiva.

Outra manhã chega e uma melancolia me dominava, hoje mais do que os outros dias, uma saudade arrebatou meu coração. Peguei meu celular inúmeras vezes discando e apagando o número dela, li e reli as diversas mensagens que ela me enviava todos os dias, só que hoje até agora, ela nem tinha dado sinal de vida. Será que aconteceu alguma coisa? Será que ela desistiu? Essas eram as perguntas que martelavam minha cabeça neste dia ensolarado e de muito calor.

- Bora pra piscina Mer!

- Nem amarrada eu saio dessa cama hoje.

- A você vai sair sim!

- Vou  nada!

- George!

Ela grita...

- Obrigada maninho! Então já que não quer sair dessa cama, eu vou ficar aqui com minha travessa de brigadeiro saboreando tudinho aqui na sua companhia.

- Isso é sacanagem!

- Vamos pra piscina?

- Tá bom tá bom eu vou... Mas pode me dar a metade disso aí!

E April sai correndo agarrada a travessa de brigadeiro, comigo atrás arrancando gargalhadas do George e da tia Sofia que estavam na cozinha fazendo petiscos. Alguns familiares começam a chegar e nosso dia é todo na piscina.

Mais um nascer do sol e amanhece na fazenda... Já é véspera de ano novo, e o famoso cheiro de café está por toda casa. A grande mesa está posta e as vozes se misturam entre gargalhadas e planos, minha mãe que havia chegado na noite anterior já estava de pé dando ordens aos responsáveis de todo o buffet e decoração. Sem dúvidas seria uma super festa! Após o café da manhã fui andar a cavalo com a April, percorremos pela estrada principal adentrando no imenso campo de girassóis. É impossível descrever para vocês toda a beleza deste campo e seu aroma... Cavalgamos por um longo período até avistarmos a tão famosa cabana da cura. Eu particularmente amo o nome que meu tio deu a esse lugar.

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