VIII

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"We should be drinkin' alone, together

Drownin' the pain is better

With somebody else who got problems

We ain't gonna solve 'em

But misery loves company"

Drinking Alone - Carrie Underwood

— De nenhum jeito no inferno — é o que ele responde. Estraga prazeres. Estou extremamente animada. Pela primeira vez em muito tempo, estou me sentindo viva. Bem. Quero continuar assim, mas Graham não colabora.

Mas tudo bem, posso muito bem me divertir sozinha. Pulo da banqueta, me sentindo o máximo com as minhas novas botas. Subo no palco sozinha, porque agora estou confiante a esse ponto. Escolho minha próxima música com muita sabedoria. Quando o violão começa todo mundo grita em animação. Logo, mal consigo ouvir o próprios acordes da canção enquanto dezenas de botas batem no chão.

— Any man of mine better be proud of me — canto, me sentindo a própria Shania. — Even when I'm ugly he still better love me. And I can be late for a date that's fine. But he better be on time.

Pulo do palco de volta para o chão. A garota caipira criada em uma pequena cidade no interior do Colorado que eu nem sabia mais existir dentro de mim toma controle. Meus pés e mãos trabalhando juntos, dançando em linha com as outras pessoas.

— Any man of mine better walk the line. — A voz da Shania sai dos alto falantes. — Better show me a teasin' squeezin' pleasin' kinda time. I need a man who knows, how the story goes. He's gotta be a heartbeatin' fine treatin'. Breathtakin' earthquakin' kind.

Bato as botas no chão de madeira, acompanho a coreografia que eu nem lembrava ter aprendido. Aparentemente, você pode tirar a garota do interior, mudar para Nova York, colocar roupas de grife e saltos altos, mas você nunca consegue tirar completamente o interior da garota.

— Well any man of mine better disagree — eu canto, de volta ao palco. — When I say another woman's lookin' better than me. And when I cook him dinner and I burn it black. — Seguro no suporte do microfone e desço até o chão em um movimento que eu penso ser sensual. — He better say, mmm, I like it like that. And if I change my mind. — Me inclino para a frente no palco até estar quase beijando um caubói bonito na plateia. — A million times. I wanna hear him say. — Canto colada ao seu rosto. — Yeah, yeah, yeah, yeah, I like it that way.

Pulo para o chão outra vez, para acompanhar a dança enquanto Shania Twain canta o refrão uma última vez. Quando a música acaba e todos me abraçam estou zonza outra vez. A bebida faz meu corpo esquentar e me preocupo que isso seja algum tipo de febre.

Vejo Betty no bar outra vez e sigo até lá evitando as pessoas que tentam falar comigo. Ao seu lado, seu irmão está parado com o mesmo copo de uísque na mão, parecendo extremamente irritado com algo.

— Eu preciso de outra dose de tequila — peço.

— Eu não fazia ideia que você era uma dançarina tão boa — Betty comenta, surpresa.

— Para ser sincera, nem eu sabia.

— Você tem certeza que você veio do Colorado e não do Texas? — ela brinca.

— Engraçadinha. — Minha vista escurece por um segundo, o que quase me faz perder o equilíbrio. Sinto algo amargo queimar no fundo da minha garganta. — Preciso de um pouco de ar — digo. Saio cambaleando, mesmo que na minha cabeça eu seja uma modelo da Victoria Secrets desfilando pela passarela até o lado de fora do bar.

Enlaçada por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora