XXII

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"When there ain't a crack in the foundation

Baby, I know any storm we're facing

Will blow right over while we stay put

The house don't fall when the bones are good"

The Bones - Maren Morris

— Me lembre outra vez, por que eu deixei você e minha irmã me convencerem a vir? — Graham pergunta assim que estaciona a caminhonete.

Depois de uma hora de viagem até uma pequena cidade próxima a Houston com Graham me obrigando a ouvir suas músicas favoritas, finalmente estávamos na famosa casa de lago. Aparentemente era uma tradição que após o rodeio, todos os anos, alguns dos caubóis viessem passar o final de semana aqui. E Betty tinha feito um trabalho incrível me convencendo que era exatamente o tipo de descanso que eu e seu irmão precisávamos.

Mas o descontentamento de Graham começa no instante em que vemos Betty encostada no Impala preto com Aaron ao seu lado.

— Só relaxe e ignore que ele está aqui — peço.

— Hey, vocês dois! — A loira vem em nossa direção, com Aaron mais tímido alguns passos atrás. A tensão entre ele e Graham é capaz de ser cortada com uma faca.

— Vai ser difícil — Graham sussurra em meu ouvido e me puxa para mais próximo dele, quase como se meu corpo fosse servir de escudo.

— Como foi a viagem? — Betty pergunta.

— Poderia ter sido melhor se não fosse o gosto musical do seu irmão.

— Posso imaginar, mas não se preocupe, só tocamos músicas de qualidade aqui — garante.

— Você deixou Cal com alguma amiga? — pergunto, tentando quebrar o gelo, já que Graham e Aaron não parecem dispostos a falar nenhuma palavra.

— Não, contratei uma babá para cuidar dela e do Cowboy no fim de semana.

— Certo.

— Acho que estamos todos aqui — Betty comenta ao ver mais um carro se aproximando. — Querem entrar escolher os quartos?

Enquanto Graham tira nossas malas da caçamba eu me distraio com o carro que acabara de chegar. Dois caubóis descem de dentro dele, mas o que prende minha atenção é um par de pernas longas em botas de montaria. Reconheço os cabelos ruivos primeiro.

— Me lembre outra vez, por que eu deixei você e sua irmã me convencerem a vir? — Graham precisa de apenas uma olhada rápida na mesma direção que eu para entender do que estou falando.

— Só relaxe e ignore que ela está aqui — pede, brincando.

— Vai ser difícil — eu garanto.

Ele beija minha testa e passa um braço sobre meu ombro enquanto entramos na casa. O lugar é modesto e simples, mas tem muitos quartos, que Betty promete ser capaz de alocar todas as pessoas que eu não conheço ainda.

Depois que descarregamos tudo dos carros, temos a disputa pelos quartos. Aparentemente todos querem o maior, com uma vista incrível para o lago e mais privacidade do que as finas paredes de madeira do segundo andar podem oferecer. Graham habilmente joga a carta de suas costas ainda estarem doendo depois do tombo e ganhamos essa briga. Depois de estarmos todos instalados, eu com a mala desfeita e as roupas organizadas no armário e Graham com a sua mala jogada em um canto do quarto, reunimos-nos em torno da mesa de piquenique do lado de fora.

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