"Cowboy take me away
Fly this girl as high as you can
Into the wild blue
Set me free oh I pray"
Cowboy Take Me Away - Dixie Chicks
Estou beijando Graham Wilson.
Estou beijando Graham Wilson?
Estou beijando Graham Wilson!
Puta que me pariu, estou beijando Graham.
Quer dizer, beijando é pouco. Estou sendo prensada contra o banco pelo seu corpo enquanto aperto minhas pernas ao redor do seu quadril. Graham tem gosto de menta e de uísque, gosto de Graham.
De um segundo para o outro, todo o álcool no meu organismo parece ter ido embora. Não estou mais tonta e nem querendo vomitar. Surpreendentemente estou totalmente sóbria e alerta. Só quero beijar Graham e nunca mais parar. Mas infelizmente, fico sem ar. E ele percebe isso, separa nossos lábios e beija o meu queixo. Isso faz cada pelinho da minha nuca ficar de pé.
- Quieta - ordena delicadamente e eu tento parar de ofegar e gemer, um barulho que eu nem sabia que estava fazendo.
Sua mão grande desliza pela minha coxa desnuda até a minha bunda. É áspero, mas é bom.
- Me diz para parar de tocá-la - Graham suspira no meu ouvido. Fecho os olhos. Eu mal consigo respirar, estou literalmente me derretendo. - Você precisa me dizer para parar, princesa.
Ele prende o lóbulo da minha orelha entre os dentes e quando eu não digo nada sua mão vai para dentro da minha coxa.
- Por favor - eu peço, mas não faço ideia do que estou pedindo. Só sei que não quero que ele pare. Não quero que ele pare nunca.
Graham enfia a mão entre minhas pernas e abre meus lábios com os dedos. Ele acha um lugar ali. Um lugar que ele esfrega e faz minhas coxas começarem a tremer mais. Estendo a mão para fazer algo que eu tenho imaginado há um bom tempo. Empurro seu chapéu e enrolo meus dedos entre seus cabelos. É macio, exatamente como eu imaginei que seria.
A minha saia agora é apenas um enrolado de pano na altura da minha cintura. Deixo ele tirar minha calcinha. Estou metade nua em um estacionamento de bar. A caminhonete de Graham é grande e a noite está escura, o que me faz acreditar que para as pessoas que eventualmente passarem por perto, seremos apenas um casal dando uns amassos, nada demais. Nada como Graham colocando a cabeça no meio das minhas pernas e me lambendo.
Ele chupa o meu clitoris e tira e põe os dedos em mim ao mesmo tempo. Não consigo abrir os olhos, tenho medo de perder esse momento. Só consigo erguer o quadril em sua direção e puxar seus cabelos. E gemer.
- Shi, quietinha. - Sua mão livre sobe para tapar os meus lábios.
Meu corpo faz uns espasmos engraçados antes de começar a se acalmar, Graham acompanha meu ritmo começando a lamber mais suavemente. Quando finalmente paro de me mexer, ele beija o lado de dentro da minha coxa e levanta, ajeitando sua postura. Ele me olha nos olhos um longo momento e só isso parece me constranger mais do que quando ele estava literalmente me lambendo. Beija meus lábios de leve, quase inseguro. Então ele fecha a porta do carro. Por um momento eu acho que é isso.
Ele me fechou dentro do carro e voltou para o bar beber uma cerveja. Consigo imaginar Sara Jo em seu colo, beijando sua boca, fico irritada. Mas a porta do motorista se abre, quase me assustando e Graham pula para dentro do carro.
Quero me mexer, quero gritar com ele, quero agarrá-lo e beijá-lo, mas não faço nada. Só fico ali parada, observando a paisagem enquanto ele dirige pela estrada. Observando ele. Como foi que eu deixei isso acontecer? Como eu pude deixar que um cliente, especialmente um grosso, rude e mal educado como Graham me tocasse do jeito que ele tocara? Eu tinha um noivo, pelo amor de deus. Bom, ex noivo. Merda. Por que eu não estava me sentindo suja com tudo isso? E por que eu queria muito que Graham fizesse de novo?
Me perco nesses pensamentos durante todo o caminho e mal percebo quando a caminhonete para em frente ao casarão antigo dos Wilson. Ele me olha uma vez antes de desviar o olhar para o outro lado. Deus, que humilhação.
- Hm... - tento dizer, mas minha voz falha. - Obrigada. - Pelo beijo? Pelo orgasmo? Por ser um babaca? - Pela carona - digo.
- Disponha - responde, sem nem me olhar. Algo se quebra dentro de mim, estou extremamente humilhada e talvez um pouco decepcionada. Desisto disso e tento abrir minha porta planejando correr para o mais longe dele possível. - Espere - ele pede. Fecha a porta outra vez. Seu braço esticado até a maçaneta está encostando em meu peito e quando eu viro meu rosto ele está muito próximo de mim. - Você está bêbada e eu não queria me aproveitar de você, não deveria ter...
- Não - o interrompo. Não estou mais bêbada há um bom tempo e mesmo que estivesse, eu estava consciente, sabia o que estava fazendo. - Eu quis isso - admito. - Eu quero - me corrijo.
- Stella - ele diz meu nome, quase como um alerta. O beijo outra vez, antes que ele mude de ideia. Sua língua se move devagar sobre a minha. Ele segura meu rosto com as duas mãos e eu passo os braços em seu pescoço levando meu corpo mais próximo do seu. Então o beijo se interrompe, como se fosse apenas um sopro. - Vá para casa, Stella - Graham diz. Nossos lábios ficam próximos por um longo momento, até que ele se afasta. - Boa noite, princesa.
- Boa noite, caubói - respondo e salto para fora do seu carro.
Corro para dentro de casa, me tranco em meu quarto e sento no parapeito da janela depois do banho. O céu escuro está iluminado com estrelas. A noite está quente e perfeita e meu corpo quer dormir, mas não consigo desligar meu cérebro. Não consigo parar de pensar em Graham Wilson.
O gosto dos seus lábios. O jeito que ele me fez sentir quando me tocou com a sua língua lá em baixo. Ah, Deus. Quero descobrir o gosto de cada parte do seu corpo. Quero tirar sua camisa e contar quantos músculos tem naquela barriga. Quero que seu pau me preencha até estarmos entregues um para o outro. Mas também quero dar um soco na sua cara quando é grosso comigo. Quero abrir sua cabeça e colocar algum juízo nela quando é teimoso. Quero tudo isso ao mesmo tempo e quero muito.
Encosto a testa no vidro frio e bufo. Estou perdida naquele caubói loiro de olhos azuis. Meu celular toca com uma mensagem não lida de Emma. Percebo que tenho ignorado dezenas de mensagens dela. Leio somente as escritas em letras maiúsculas, por que minha assistente tem o costume de usá-las quando é algo realmente importante.
A maioria das mensagens de Emma envolve as palavras CAUBÓI e GOSTOSO, o que não me surpreende nem um pouco. Decido aumentar o suspense e não respondo nenhuma delas.
Digo a mim mesma que estou apenas brincando com Emma, mas a realidade é que não sei como explicar Graham para ela. E sinto que mesmo que eu tentasse, não faria sentido. Tenho medo de dormir e acordar amanhã para perceber que a noite de hoje foi algum tipo de sonho erotico, por que certamente parece com algo assim e não com algo que Stella Reed Cabott faria. Não a Stella Reed que morava em uma cobertura em Nova York com seu noivo elegante e rico, que tinha estudado direito em Duke, essa mulher era perfeita e comportada. Ela nunca deixaria um caubói colocar a lingua nela no meio de um estacionamento.
Mas eu tinha deixado. E, pior, tinha adorado. Então, quem diabos eu era?
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Enlaçada por você
RomanceNem tudo o que vemos, é o que parece ser. Quando Stella Cabot aparece na pequena cidade do Texas com seu terno sob medida e saltos altos, Graham Wilson tem certeza que ela é só mais uma patricinha mimada que quer comprar as terras de sua família. E...