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"Lost in the sound of a lonely melody

Empty pockets at a roulette

Always landing on a lost bet

Just live for the spin and hope for the win

Go all in just to lose again"

Yours - Russell Dickerson

— Você consegue — Graham me garante, complacente.

— Não consigo — nego. — Não vai caber.

— É claro que vai caber — ele ri.

— Não, eu vou acabar fazendo tudo errado, ou vou me machucar.

— Você consegue, princesa. Agora enfie sua mão — manda.

Deus, Graham é obstinado. Estávamos discutindo isso pelo último minuto. a nossa frente uma vaca imensa estava parada no celeiro, com as patas traseiras contidas atrás do portão anti coices. Da sua vulva já dava para ver a base dos pés de um bezerro, mas alguém precisava puxá-lo e Graham queria que esse alguém fosse eu.

Tudo estava bem entre nós. Quer dizer, se você considerar se beijar escondidos pelos cantos da fazenda bem, então estavamos ótimos. Não era minha culpa. No dia depois do episódio da caminhonete eu tinha acordado cedo como de costume e estava disposta a fingir que nada havia acontecido, mas Graham Wilson ficava olhando para mim. Com aqueles olhos azuis escuros escondidos na sombra do chapéu, enquanto mascava um fumo. Não tinha como resistir. Antes que eu percebesse estávamos nos beijando no estábulo.

Graças a Deus os animais não falam, por que se eles falassem contariam a Betty e Cal que sempre que elas viravam as costas nos últimos dois dias Graham e eu nos beijavamos escondidos, como dois adolescentes. Na verdade, muito como dois adolescentes, não iamos muito longe. Não por minha escolha, é claro, por mim estariamos os dois pelados agora, mas algo parecia segurar Graham. Por mais que ele parecesse sempre estar a um passo de rasgar minhas roupas, ele se continha. O que estava me enlouquecendo.

— Vamos, princesa, esse parto é pra hoje — me apressa. Cauboi maldito. Tudo bem, se ele quer tanto que eu faça isso. — Ótimo, agora lave bem as mãos e os braços dos ombros para baixo.

— Tá bem, patrão — reclamo. Calamity ri, ela está tranquilamente sentada no canto do celeiro ao lado da sua mãe, as duas se divertindo enquanto assistem Graham e eu discutirmos sobre quem deveria fazer o parto.

Lavo minhas mãos bem direitinho e coloco uma luva muito mais comprida do que eu esperava. Graham me posiciona atrás do portão e se coloca atrás de mim. Imediatamente fico muito consciente de seu corpo próximo ao meu.

— Um pouco de lubrificante porque Daisy aqui é uma dama — ele brinca, o que me faz corar de vergonha. Torço para Betty e Cal estarem longe o suficiente para não notarem. — Você vai colocar a mão, em formato de concha, dentro do canal vaginal — diz. Sua respiração faz algo se revirar dentro da minha barriga e tenho dificuldade para me concentrar.

— Prometo te pagar um jantar depois disso tudo, senhorita Daisy — garanto a vaca. Faço como ele manda o melhor que posso. Depois de uma resistência no começo minha mão passa e o resto do caminho fica bem mais fácil.

— Sinta as patas dianteiras do animal, a cabeça, veja se ele está na posição correta.

— Sim — concordo. — Acho que está.

— Então puxe — manda. — Puxe para baixo quando ela estiver se esforçando e descanse quando ela não estiver fazendo.

— Estamos indo bem, amiga — digo, talvez mais para me acalmar do que para acalmar o animal.

Enlaçada por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora