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"He's a good-time cowboy casanova

Leaning up against the record machine

He looks like a cool drink of water

But he's candy-coated misery

He's the devil in disguise

A snake with blue eyes"

Cowboy Casanova - Carrie Underwood

— Betsy, não vou levar essa princesinha mimada comigo — Graham reclama. Estou presenciando uma briga entre irmãos, algo que eu, como filha única, nunca tinha visto antes.

— Graham, por favor. Ela quer ajudar e nós precisamos de ajuda — Betty rebate.

Eu tinha tido a ideia perfeita. Depois de rolar e rolar na cama ontem a noite pensando em todo o dia e principalmente na minha conversa com Cal eu tinha chegado à conclusão de que se eu me oferecesse para ajudar com as atividades do rancho, talvez eu pudesse entender melhor o Graham e assim negociar melhor com ele. Por isso acordei muito cedo e sugeri isso a Betty quando a vi pela casa.

No primeiro momento ela tinha rido, achando que eu estava contando uma piada, mas quando ela olhou melhor meu macacão jardineira jeans e minhas botas de couro preto ela percebeu que eu estava falando muito sério e embarcou na ideia.

— Nem pensar. — Graham por outro lado não parecia nada satisfeito com a ideia e nem com as minhas roupas.

— Ela acordou cedo só para isso, Graham.

— São sete horas da manhã, Betsy, eu já estou trabalhando a pelo menos duas horas.

Merda. Eu sabia que fazendeiros acordam bem cedo, praticamente junto com o sol. Mas eu tinha feito meu melhor.

— Olha, não quero te atrapalhar — falo. — Só me leve com você, me dê uma chance.

— Olha, princesa — debocha — eu respeito sua coragem, mas você não quer fazer esse tipo de serviço. Aqui não é Nova York, você pode quebrar uma unha.

É a gota da água. Isso me tira do sério. Não só por que ele está sendo um tremendo babaca enquanto eu me ofereço para ajudar, mas principalmente por que ele está errado.

— Só para você saber, eu não nasci em Nova York — informo. — Na verdade eu nasci em uma cidade não muito maior que essa no interior do Colorado, seu caubói metido a besta. Eu sei uma ou duas coisas sobre vacas e cavalos, te garanto.

Ele fica surpreso. Pela primeira vez desde que o conheço vejo algo que não desprezo ou raiva em seu rosto. E me sinto muito bem enquanto ele me encara pelo que parece ser uma eternidade.

Betty, ao nosso lado, disfarça sua risada com uma tosse.

— Desculpe. Não foi engraçado. Desculpe.

— Tudo bem. — Ele assume a derrota. — Você pode contar as vacas. — Me passa uma prancheta com uma lista de números que eu deduzo serem vacas.

— Perfeito — concordo.

— Ótimo, se divirta — diz.

— Espera, você espera que eu faça isso a pé? — Ele não pode querer que eu ande por todo o pasto a pé contando vaca por vaca. Desse jeito eu vou levar uns três dias.

— Não, pode ficar a vontade para pegar o nosso helicóptero — oferece.

— Sabe, um cavalo já resolveria — Betty comenta. — Crianças, preciso levar a Cal para a escola, vocês não vão se matar, certo?

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