XVIII

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"I ask you to dance, you say no

Just to see how far I'll go

Your song comes on and your eyes close

That's when I know, yeah"

One Of Them Girls - Lee Brice

— Olhe para o número — peço. — Preste atenção na quantidade de zeros e pense um pouco.

Estou falando de negócios com Graham enquanto estou nua em sua cama. Não é o cenário ideal, eu sei, mas não posso evitar. Nos últimos dias, as coisas finalmente estavam boas entre nós. Agora que ele sabe sobre a existência de Patrick e eu sei sobre sua história com Harper parece que a dinâmica entre nós estava mais leve.

Não precisamos mais nos esconder de Betty e Cal, o que era no mínimo engraçado. Depois da conversa na sala, sua irmã sabia que algo estava acontecendo entre nós, então ela não ficou nem um pouco surpresa quando viu seu irmão me beijando na cozinha mais tarde aquele dia. Cal, por sua vez, ainda mais esperta que a mãe tinha se limitado a comentar um "finalmente" ao presenciar a cena.

Sem precisar esconder, era ainda melhor trabalhar na fazenda. Ninguém acharia estranho se eu passasse meia hora sentada sobre uma pilha de feno assistindo Graham treinar um dos cavalos mais novos. Elas simplesmente assumiriam que eu estava secando sua bunca, e elas estariam completamente corretas. É uma bunda que merece ser secada.

Eu ainda não fazia ideia de o que exatamente estava acontecendo entre nós, não tinha um rótulo que se encaixasse, mas eu sabia que era bom e queria continuar. Por isso arrastei o máximo possível meu trabalho para redigir o contrato de compra para o rancho e apresentar a Graham, mas tinha chegado ao limite.

— Deixe aí em cima da mesa — ele manda, focado em sua tigela cheia de cereal. Se eu comesse aquela quantidade de cereal no café da manhã passaria o resto do dia cheia, Graham estará com fome de novo em no máximo duas horas. É inexplicável.

— Se eu deixar aqui em cima, você vai ler?

— Provavelmente não — ele ri.

Me enrolo em seu lençol e levo o documento até a bancada na cozinha pequena da cabana.

— Estou tentando falar de negócios com você, senhor Wilson.

— Você acorda pelada na casa de todos seus clientes? — Ele levanta uma sobrancelha e passa a mão pela barba loira cheia.

— Apenas os que apontam uma espingarda para mim — respondo.

— Bom argumento, senhorita Cabot. — Me puxa para o meio de suas pernas, sentado sob uma banqueta alta de madeira. Ele tira o papel da minha mão e deixa na bancada. Tenta tirar o lençol que eu estou enrolada, mas eu seguro com força, resistindo a suas mãos curiosas. — Você tem muito mais chance de me convencer pelada, princesa.

— Graham, não estou brincando. — Ele desiste ao perceber que estou falando sério, só me abraça, com carinho, mas não muito apertado para que eu saiba que posso sair se quiser.

— Stella, eu não vou vender esse rancho — diz.

— Você nem leu o valor.

— Eu não me importo. Esse lugar não é só um pedaço de terra para mim. Meus pais viveram aqui. Eu cresci aqui. Harper e eu pensamos em construir uma família aqui. Cal nasceu aqui. Olhe para mim. — Levanta meu queixo para cima até nossos olhos se encontrarem. — Eu conheci você aqui.

Enlaçada por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora