"'Cause "Sweet Home Alabama" just came on
'Cause we're lookin' for a reason to raise one
Yeah, that's why we drink
'Cause they're ice cold
'Cause it's hot out"
Why We Drink - Justin Moore
— Por favor, você tem que vir! Eu deixei minha caminhonete aí para você. — Betty me pede outra vez, pelo telefone. É sexta feira e já é quase noite e eu tinha planejado passar como em todas as outras, cuidando de Cal, vendo filmes, mas Betty Wilson tinha outros planos. Calamity iria dormir na casa de uma amiga da escola. Até Graham, o insuportável, tinha saído com a sua caminhonete algum tempo atrás.
Aparentemente, todo mundo tinha algum lugar para estar, algo para fazer, menos eu. E Betty estava decidida a mudar isso. — É noite de Karaoke. Você quer mesmo perder a chance de ver um monte de caipiras bêbados cantando Taylor Swift?
Esse é um bom argumento. Um ótimo argumento, na verdade.
— Ok, acho que posso dar uma passadinha ai — aceito. Se eu não gostar, posso sempre ir embora.
— Eba! — ela comemora. — Tenho certeza que você vai se divertir. — Eu duvido, mas não discuto.
— Não sei o que vestir. — Penso em colocar um dos meus ternos de alta costura, mas consigo ouvir a desaprovação das pessoas, eu estaria totalmente deslocada.
— Sobre isso, Cal e eu meio que já deixamos uma roupa separada para você...
— O quê?
— Está em cima da sua cama. Por favor, não fique brava.
Subo correndo as escadas até meu quarto e me deparo com uma troca completa de roupas.
— Eu não posso usar essas coisas.
— Pode sim! — Betty ri, aparentemente tudo isso é muito divertido para ela. — Eu sei que não é o que você está acostumada a usar, mas por favor dê uma chance. Você confia no gosto para moda da minha filha?
Por mais estranho que fosse, considerando que a garotinha usa saia de frufrus rosas e galochas transparentes, eu confio.
— Tudo bem, te vejo daqui a pouco — aceito, derrotada.
Levo quarenta e cinco minutos para chegar ao bar, no centro da cidade. Dez por cento disso, gasto entre tomar banho, arrumar o cabelo, passar o mínimo de maquiagem, colocar a roupa e espirrar um pouco de perfume. Os outro noventa por cento descobrindo como dirigir a lata velha de Betty. Quer dizer, por que eu deveria saber como usar um câmbio manual? E não é como se eu tivesse muita habilidade ao volante, já que em Nova York eu nunca dirigia.
Supero meu descontentamento quando entro no bar. Diferente da minha primeira visita, hoje a noite o lugar está cheio. As pessoas estão em pé e conversando por aí. No palco uma garota canta algo que eu não reconheço. Procuro por Betty atrás do balcão, desesperadamente.
— Ei, olha por onde anda! — Alguém esbarra em mim, por pouco não me cobre de cerveja, e ainda tem coragem de me xingar. Ótimo.
— Ei, me desculpe por esbarrar em você — imito, com tom de sua voz, o que a garota deveria ter dito. — Não tem problema — respondo. A ruiva me olha como se eu tivesse feito algo muito desrespeitoso e não só sido irônica.
— Quem você pensa que é? — Quem eu penso que sou? Essa garota não deve nem ter idade suficiente para beber a cerveja que ela carrega. Quero perguntar quem ela pensa que é, mas desisto. Eu não sou essa pessoa. Eu não brigo em bares. Só encaro a jovem ruiva de volta. Antes que a situação fique chata demais, para minha sorte, Betty aparece ao nosso lado.
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Enlaçada por você
Roman d'amourNem tudo o que vemos, é o que parece ser. Quando Stella Cabot aparece na pequena cidade do Texas com seu terno sob medida e saltos altos, Graham Wilson tem certeza que ela é só mais uma patricinha mimada que quer comprar as terras de sua família. E...