Raridade Mágica

1° ano - XIII

 Emily enviou uma carta para cada um dos integrantes do seu grupo, convidando-os para passar o fim das férias em sua casa.

 Laís quase surtou quando recebeu a carta, fez mil juramentos para que os pais deixassem ela ir, e ficou muito feliz quando eles permitiram.

 O pai de Emily iria busca-la, já que ela não pode aparatar sozinha para a casa dela, Laís esperava ansiosa segurando suas malas.

- Esse homem não chega mais não? - pergunta o Sr. Illary.

- Calma pai! Ele ainda foi buscar meu outro amigo. - diz Laís - Provavelmente os pais dele são tão cuidadosos quanto o senhor.

 A mãe de Laís não parava de checar a sua mala, a campainha soou pela casa, Laís sorriu animada e correu para a porta.

 O Sr. Cardoso estava acompanhado de Bernardo, que sorriu para Laís.

- Oi Sr. Cardoso, oi Bê, entrem! - convida Laís, os dois entraram dentro de casa. 

 Após cumprimentar os pais o Sr. Cardoso parou no meio da sala.

- Bom, nós temos que ir. Laís, segure as malas com apenas uma das mãos. - orienta o Sr. Cardoso.

 Laís segurou a mão direita do Sr. Cardoso e Bernardo segurou a esquerda, Laís sorriu para os pais e fechou os olhos.

  Laís sentiu como se estivesse girando muito rápido, ela quase sentiu o cérebro chacoalhar dentro da cabeça.

- Acho que eu vou vomitar. - Laís escuta Bernardo sussurrar.

- Que nada garoto, você vai ficar bem! - diz  o Sr. Cardoso.

 A casa de Emily era enorme, digna de ser chamada de mansão. Ela era vermelho-barro e o teto era preto, a casa era inteira cercada por florestas vulgo folhas estavam avermelhadas e na frente da casa corria um riacho de água cristalina.

- O senhor tem certeza que estamos no Brasil? - pergunta Laís, sentindo ainda mais frio quando viu fumaça saindo da chaminé da casa.

- Aqui é uma reserva mágica, foi feita para se assemelhar a floresta no Canadá. - ele explica. - Vamos entrar.

Assim que Laís entrou dentro da casa ela se sentiu como se já conhecesse aquele ambiente a muito tempo, a lareira crepitava no canto, dando um som agradável ao ambiente, que tinha cheiro de cookies recém-assados e madeira.

 Era a definição de um filme americano.

 A Sra. Cardoso e a Profa. Cardoso estavam na cozinha organizando duas cestas cheias de comida, a Sra. Cardoso sorriu assim que viu que o seu marido e os dois bruxos haviam chegado.

- Olá crianças, é um prazer conhece-las! - diz a Sra. Cardoso, tirando as suas luvas e pegando as cestas, se aproximando dos dois - Emily e os outros estão no andar de cima, vocês podem levar essas cestas por favor? Depois nós levamos as suas malas.

- Claro Sra. Cardoso. - prontifica Bernardo, ela sorri para o garoto.

 Laís e Bernardo subiram as escadas até chegar no andar de cima que era uma sala espaçosa, com um sofá e vários colchões espalhados.

- Comida! - comemora Isis assim que vê os dois amigos.

- Também estava morrendo de saudades de você! - responde Laís irônica, Isis vai até eles e pega as cestas, levando para a mesa que estava no canto e tirando lá de dentro um pacote de salgadinho.

 Laís cumprimentou a todos com um abraço, mesmo tendo estado consideravelmente a pouco tempo longe deles ela já sentia muita saudade.

- Ravi não veio? - pergunta Laís, ao perceber a ausência dele, Emily nega pesarosamente.

- Os pais dele não deixaram, ele falou que vai dar um jeito de vir, mas eu acho difícil. - diz Emily, sentando-se no sofá - Ele não mora longe, mas eu duvido que ele conseguiria vir para cá.

- Espero que os pais dele mudem de ideia. - diz Bernardo, sentando-se em um colchão - O que vocês estavam fazendo?

- Discutindo qual filme nós vamos assistir, qual você gosta? - pergunta Diana.

 No fim, eles decidiram assistir Doutor Estranho, antes mesmo que o filme acabasse todos já estavam dormindo.

***

 Emily acordou no meio da noite desconfortável, não tinha como acordar confortável tendo dormido no sofá com Alicia. 

 Ela se levantou tentando não pisar em ninguém e, reprimindo a vontade de tirar uma foto de Laís que estava dormindo quase em cima de Nicolas, desceu as escadas.

 Do lado de fora da casa estava com uma brisa fria, de modo que sua pele arrepiou com a diferença de temperatura, mas mesmo assim Emily continuou caminhando para os fundos da floresta.

Chegou então a uma clareira, pendurada a uma das árvores estava uma lanterna, como já conhecia o ambiente ela pegou o objeto e acendeu.

 E foi com essa luz que ela viu uma forma humana aparecendo por de trás da mata, o seu coração acelerou e as pernas ficaram imobilizadas de medo, a figura se aproximou rapidamente.

- O que você tá fazendo aqui fora essa hora? - pergunta Ravi, tirando o capuz do moletom, Emily respirou fundo.

- Você me assustou! - ela diz e ele ri, mas ela fecha a cara - É sério Ravi!

- Tá, desculpa foi sem querer... - Emily bate nele com a lanterna - Ai Lily! Também não precisa agredir!

 Ela sorri de canto.

- Você não para de me chamar de Lily mesmo, né? - pergunta Emily, ele sorri.

- E a minha flor favorita nunca vai deixar de ser lírio. - ele responde, o coração de Emily ainda estava acelerado, agora não era mais de medo.

- Bom, você ainda não me disse o que está fazendo aqui. - diz Emily, envergonhada,

- Eu fugi de casa, a minha prima foi pra lá e teve coragem de levar as amigas dela junto. - explica Ravi - Eu já estava doido pra vir, esse foi só um empurrãozinho...

- E você já está bem acostumado a fugir de casa, né? - pergunta Emily, agora foi a vez de Ravi ficar envergonhado, colocando as mãos para trás do corpo e ficando com a bochecha vermelha.

- Me desculpe por aquilo, eu estava desesperado, meus pais estavam começando... - ele pigarreia - Não sei, acho que eu não sinto mais como se eu fosse da minha família, entende?

 Emily assente, ela imaginava o quão difícil deveria ser pertencer a uma família como a dele, ela se aproximou e abraçou ele, surpreendendo-o.

- Desculpa por não ter te ajudado. - ela diz, ele retribui o abraço. - Agora vamos voltar, eu larguei todo mundo lá dormindo, eles vão surtar quando te ver! 

 Ravi sorri e juntos eles voltaram para dentro da casa.

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OI MEUS RAIOS DE SOL

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~Ana Maressa