7° ano - IV

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  Naquela manhã nenhum dos professores estavam sentados a mesa, o grupo de garotas da comunal Sul também não se encontrava presente, o salão estava vazio, todos pareciam estar sentindo o clima pesado.

 Assim que o tempo do café da manhã acabou os alunos foram para as suas respectivas salas de aula, porém estas também estavam vazias, uma hora depois o Sr. Menedez liberou todos os alunos.

 A escola estava repleta de dúvidas e suposições, mas foi no horário do almoço que a resposta veio.

- Peço perdão por vocês terem ficado tanto tempo sem respostas. - diz o Sr. Menedez, colocando-se de pé - Ontem a noite a nossa diretora recebeu a visita dos pais de uma aluna, e durante essa reunião eles acabaram tentando pegar as varinhas raras, e com isso a diretora acabou sendo assassinada.

 O salão principal inteiro ficou em silêncio, era possível escutar os batimentos cardíacos de cada pessoa ali presente. Ravi colocou a mão trêmula no ombro de Laís em forma de apoio, apoio este que ele mesmo precisava.

- Quem matou ela? - pergunta Ravi, Laís ergue o rosto.

- Os senhores Escobar, pais de Priscila Escobar. - o professor diz, olhando diretamente para a sua aluna, assim como os demais alunos do salão fizeram - No momento eles estão sendo encaminhados para Azkaban.

- Isso é completamente ridículo Sr. Menedez! - diz Priscila, dando um passo para frente - É ridículo essa exposição, e é ridículo que meus pais tenham que ir presos...

- Responda-me, a senhorita quer ir fazer companhia aos seus demais familiares em Azkaban? - pergunta o Sr. Menedez - Creio que não, então por favor fique quieta.

O Sr. Menedez pigarreou, em seguida olhou diretamente para Ravi e Laís.

- Nossas atividades permanecerão paradas até segunda ordem, peço por favor que o senhor e a senhorita Garcia me acompanhem. - pede o Sr. Menedez, Ravi e Laís não hesitaram em segui-lo para fora do salão, e em seguida até a sua sala, lugar em que nunca haviam frequentado antes.

Todos os professores estavam ali, a Profa. Oliveira estava sentada em uma cadeira, enxugando as suas lágrimas. Em cima da mesa principal havia um caixão cor azul bondi com detalhes em prata recheado com flores.

 Ali dentro a professora parecia mais pálida do que de costume, seu cabelo azul havia retornado ao tom original avermelhado.

 Laís apertou a mão dela, passando a mão carinhosamente pelo seu rosto.

- Eu vou sentir sua falta. - ela diz - Mas vou sempre carregar a senhora comigo.

Laís tocou a sua Marca de Akira e viu a da professora se tornar azulada, ela sorriu dolorosamente.

- Prometo que vou evitar chama-la sem querer, a senhora precisa descansar em paz. - ela diz, afastando-se para que Ravi pudesse se aproximar.

 Ravi foi muito mais rápido, não sabia se o seu coração iria suportar vê-la daquela maneira por muito tempo, ele apenas aproximou o seu rosto ao da diretora, encostando os seus lábios na pele já gelada da professora.

- Obrigado por tudo, mãe. - ele sussurra, se afastando e abraçando Laís, permitindo derramar as suas lágrimas.

***

 Todos estavam sentados em cadeiras finas e brancas espalhadas pelo jardim da escola, até mesmo as Iaras e os caiporas haviam se aproximado para poder prestar o seu respeito para a diretora.

 Laís e Ravi usavam roupas na cor azul claro e estavam de pé ao lado do caixão da diretora, Poseidon também estava presente, porém o Sr. Menedez pediu para que ele se apresentasse como irmão mais velho da diretora.

Assim que a diretora foi enterrada todos ergueram as suas varinhas, o Sr. Menedez suspirou pesarosamente, fazendo com que aparecesse uma lápide de mármore escrito "Em honra a Akira Garcia".

 Todos se dispersaram do momento, Laís se aproximou de Poseidon que sorriu para a garota.

- É uma pena que ela tenha ido, mas ela já viveu tempo o suficiente para uma mortal, tenho certeza que ela está satisfeita. - ele diz, quando Laís se aproxima.

- Eu não vivi tempo suficiente com ela, mesmo sendo justo para os que partem nunca será justo para os que ficam. - conclui Laís e o mesmo assente.

- É uma honra saber que no fim ela pode cuidar de duas crianças, mesmo que por pouco tempo. - Poseidon diz, olhando para Ravi - Você é a minha neta agora.

- Imagino que o senhor tenha vários netos por aí, então isso não é de grande importância. - ela supõe, o deus coloca a mão sobre o ombro da garota.

- Nenhum dos meus outros netos são filhos da minha semideusa favorita, Laís. - ele confessa - Eu não tenho permissão para ter favoritismo, então por favor...

- Eu não contarei para ninguém. - ela promete - Mas Akira ficaria feliz de saber.

 O mesmo assente, retirando-se dali. 


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