6° ano - VII

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  A professora não permitiu que os alunos vissem o corpo de Alicia daquela maneira e o entregou para os pais dela.

 Aquela semana de luto foi tomada pela curiosidade de todos, a Profa. Garcia fazia mil perguntas para os alunos, porém ela não adquiriu nenhuma informação importante e convincente o suficiente que a levasse até o autor tanto da morte de Alicia quanto do feitiço de memória de Isis.

O número mínimo de pessoas em um quarto são quatro, então, ao invés de receberem uma nova colega, as garotas tiveram que mudar de quarto e se desfazer das coisas de Alicia, exceto, do seu álbum.

- Eu acho que isso aqui vai te ajudar bastante, Isis. - diz Emily, indo até Isis e entregando-lhe um caderno cheio de dobraduras e marcações.

- Obrigada. - diz Isis, sorrindo de canto, ao abrir o álbum a primeira foto era do grupo inteiro reunido no primeiro ano em Castelo Bruxo - Essa sou eu?

- Sim! E esse é o Bernardo, que nós falamos pra você. - diz Laís, apontando para as respectivas pessoas - Nosso primeiro ano aqui.

No dormitório ao lado Carlos já estava em seu terceiro rascunho de uma carta para os pais de Alicia, ele sabia que no final pediria para Laís escrever a carta para ele, mas queria pelo ao menos tentar algo. Mesmo sem poder vê-la, ele não conseguia parar de imaginar o corpo de Alicia sem cor, imobilizado e frio, ele estremecia cada vez que a imagem vinha a cabeça.

 Ele e Emily culparam Isis no inicio por não ter ajudado a amiga, independente do que aconteceu, Carlos chegou a achar que talvez Isis tivesse feito aquilo contra Alicia e agora estava fingindo que perdeu a memória, mas ele percebeu que isso já era um grande absurdo, então ele resolveu tratar a amiga da mesma maneira que antes.

 No fim a sua carta ficou um tanto quanto chula, mas ele não podia deixar de envia-la, então a mandou daquela maneira para a família Carson.

***

 Isis estava caminhando sozinha pelos corredores da escola, para sua tristeza, ela também havia se esquecido das matérias escolares, então vinha estudado bastante para acompanhar tudo novamente. Antes que ela pudesse chegar na biblioteca ela se encontrou com Bryan, que arregalou os olhos quando a viu.

- Oi Isis! - ele cumprimenta surpreso - Céus, quanto tempo...

- Oi Bryan. - responde Isis, sorrindo educadamente, Bryan se apoia na parede.

- Eu tenho sentido sua falta, você podia vir me visitar as vezes, sabia? - ele comenta - Gui também está com saudade de você.

- Vou tentar ser mais presente. - promete Isis - É que está tudo muito complicado, eu tenho que dar atenção pro pessoal da comunal e para os meus pais, que estão muito preocupados, além disso, estou estudando muito.

- Imagino que a situação da sua comunal está muito difícil mesmo, eu era pouco próximo da Alicia e sinto a falta dela, imagino que você também deve estar com saudades. - Bryan diz e Isis olha para ele.

- Como eu posso sentir saudades de alguém que eu nem conheço. - ela diz, sorrindo envergonhada - Bom Bryan, eu tenho que ir, podemos nos encontrar depois.

- Não! Espera só um pouco... - ele pede, segurando o braço dela - Nós podemos marcar de nos ver? Talvez hoje mais tarde, ou amanhã a noite.

Isis respira fundo, olhando para os dois lados enquanto procura por uma escapatória.

- Bryan, eu sinto muito, mas não tem como nós voltarmos a sair se eu nem te conheço, tudo que eu sei sobre você é seu nome e que éramos namorados. - ela diz, triste - Não acho que tem como eu gostar de você como antes, eu sinto muito.

- Mas não precisamos ser namorados logo de cara, podemos ser só amigos, o resto eu conquisto aos poucos. - ele diz dando de ombros e Isis ri.

- Convencido você. - ela diz cruzando os braços.

- Eu me garanto. - ele diz, imitando o gesto dela - E então, passo na sua comunal às sete?

- Tá bom Bryan. - concorda Isis e Bryan começa a bater palmas em comemoração.

- Nos vemos lá então, minha grande amiga Isis Lyra. - ele diz, fazendo uma reverencia exagerada e saindo dali.


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