4° ano - II

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A Profa. Garcia passava boa parte do seu tempo na enfermaria fazendo companhia para Laís, já que ela não permitia que a garota saísse enquanto ela não estivesse em condições perfeitas: não só físicas como também emocionais.

A Dra. Judice era ótima quando o assunto era reconstituir braços quebrados ou refazer dentes quebrados, mas não era muito doce com os assuntos do coração, logo a Profa. Garcia permitia que Laís chorasse em seu peito o quanto ela precisasse, e sentava ao lado da cama da menina para escutar ela tagarelar sobre as suas histórias de quando era criança e com os seus amigos.

Mas feliz mesmo ela se sentiu quando Nicolas entrou correndo pela porta da enfermaria.

- Pelas barbas ás botas de Merlin, que bom que você está bem! - ele diz, abraçando-a apertado, Laís retribuiu o abraço, aproveitando do aconchego, ele se afastou segurando o rosto dela - Quer dizer... você está bem?

- Estou ótima. - Laís responde subitamente, sorrindo - Na medida do possível para uma garota órfã e com os braços e garganta cortados, mas você não tem noção do quanto eu senti sua falta... senti saudades de todos.

Nicolas sorriu compreensivo, abraçando-a novamente.

- Eu sinto muito. - ele sussurra, abraçando-a.

Os outros seis entram correndo na enfermaria, a Dra. Judice fica inteiramente vermelha.

- Mais respeito por favor! - ela grita, mas Isis empurra Nicolas, abraçando Laís, a mesma reparou que o rosto da amiga estava molhado em lágrimas.

- Laís eu fiquei com tanto medo. - ela diz com a voz embargada, abraçando Laís ainda mais forte - Quando recebemos a carta da diretora, você não tem noção do quanto ficamos assustados, eu simplesmente não consegui imaginar você passando por isso.

- Eu estou bem, não estou? - pergunta Laís, sorrindo fracamente.

- Você é uma baita bruxa. - diz Ravi, abraçando-a também.

***

Para a felicidade de todos Laís foi liberada da enfermaria, como a comunal estava vazia eles ficavam lá por boa parte do tempo, isso quando não estavam no jardim.

Era a noite, quando não havia nenhuma distração ou amigos para atrapalharem, que Laís se sentia inteiramente mal.

Por enquanto ela estava em Castelo Bruxo, mas para onde iria nas férias? E depois que se formasse?

Ela já havia feito aquela pergunta inúmeras vezes para a Profa. Garcia, mas nunca recebia nenhuma resposta, aquilo parecia só deixar cada dia mais claro que Laís estava sozinha no mundo.

Quando ela já estava cansada de sorrir e fingir que estava bem ela ia para a cama de Isis, que nunca antes gostara de dividir o seu espaço com alguém, que a abraçava até a amiga conseguir dormir.

Raridade MágicaOnde histórias criam vida. Descubra agora