Raridade Mágica

5° ano - I

 - Laís Illary! Essa é a última vez que eu peço para você acordar! - grita a Profa. Garcia na porta do quarto de Laís, fazendo ela acordar assustada.

- E você por acaso veio me acordar outra vez? - pergunta Laís, levando a mão ao peito onde seu coração estava acelerado devido ao susto.

- Não, mas eu não adotei vocês dois para não poder usar frases típicas de mãe. - explica Akira, piscando para ela - Nós vamos voltar para a escola hoje, esqueceu?

- Esqueci. - assume Laís.

- Laís... - repreende a diretora e a mesma se levanta da cama.

- Já estou indo! - ela cantarola, indo até a porta do banheiro, porém ela estava trancada. - Ravi sai do banheiro!

 Ela e Ravi haviam combinado de sempre que fossem usar o banheiro trancassem as duas portas para que não ocorresse nenhum incidente, mas Ravi era um pouco mais demorado do que Laís.

- Eu acabei de entrar no banho! - ele anuncia e Laís revira os olhos, resolvendo arrumar as suas coisas.

O quarto já era lindo e agora estava a cada dia adquirindo mais forma e personalidade. Laís começara a fixar em sua parede acima da sua cômoda as fotos que ela recebia dos seus amigos em suas cartas: ela tinha a foto da sobrinha de Nicolas, da irmã recém nascida de Isis, chamada Alya, uma foto de Alicia fazendo bolo para o aniversário do seu irmão e uma foto de Dominique e Diana, quando esta contou do beijo das duas.

- Daqui um tempo não vai ter espaço nessas paredes para todas vocês. - murmura Laís, passando a mão sobre as suas fotos.

 Assim que Ravi sai do banheiro e ela pode se arrumar ambos desceram já uniformizados para a cozinha, na sala Akira estava concentrada costurando uma camiseta.

- Não sabia que a senhora costurava. - diz Laís, pegando a geleia de morango no armário.

- Tive que aprender, as roupas masculinas daqui são de pouquíssima variedade e Ravi precisa de mais. - explica Akira e Ravi faz bico.

- De tantas tradições e essa vila tem que seguir logo a de me deixar ridículo. - murmura Ravi e Akira sorri de canto.

- Ainda bem que eu fico linda nessas roupas. - diz Laís convencida.

Após comerem eles foram para o centro de aparatação, Weedy não parava de correr e pular nas pessoas ao redor, mas Laís não tinha mais forças para segura-la no colo, então tudo que lhe restava era pedir desculpas para os outros.

Assim que chegaram no fervedouro eles viram pela primeira vez a diretora fazer os contra feitiços sobre o portal, poucos antes de ambos entrarem e reaparecerem na escola, a profa. Oliveira sorriu para eles, como costumava fazer.

- Sejam bem vindos meus queridos. - ela cumprimenta - É muito bom que ver que você já está bem, Escobar.

- Obrigado professora. - Ravi responde tímido.

 Ambos caminharam em direção a comunal onde se separaram para ir para seus respectivos dormitórios, aquele lugar parecia mais vazio do que nunca.

 Laís nunca teve Castelo Bruxo só para ela e um amigo, mas ela e Ravi já haviam passado muitas semanas juntos, um ao lado do outro, já não aguentavam mais, Laís sorriu de canto ao perceber que ela estava começando a entender como é ter um irmão de verdade, já que ela era filha única, e ficou se perguntando se ele sentia o mesmo.

 Ravi no outro quarto fez o que ele estava esperando fazia muito tempo: abriu o seu baú e pegou o álbum de fotos e todas as cartas que ele recebeu dos seus pais e levou-as para a caverna. 

 Após ler cada palavra dos textos que ele havia recebido e retirado todas as fotos em que ele estava sozinho quando criança, para, quem sabe, ele ter a oportunidade de mostrar para seus filhos no futuro, e jogou todo o resto dentro da lareira.

 Ele sorriu enquanto viu o fogo crepitar, transformando todas aquelas memórias em cinzas, pegou um papel e uma caneta e começou a escrever para Emily.

"Encantadora Lily, (gostou do cumprimento?)

 Acabei de chegar em Castelo Bruxo, e lhe asseguro que tudo o que mais quero nesse momento é ter você ao meu lado (não aguento mais olhar para a cara da minha irmã, nossa, que legal, eu nunca falei "minha irmã" antes, é emocionante) e além disso, eu estou morrendo de saudades, por mais que nós tenhamos nos visto a pouco tempo.

Sinto saudades do tempo que passamos juntos em Londres, foi uma experiência fantastica.

 A Profa. Garcia te se mostrado uma excelente mãe, muito prestativa e atenciosa, apesar de costurar roupas horríveis, mas sei que ela não faz por mal.

 Venha o quanto antes pois estou me matando de saudades.

Com todo amor que cabe em mim,

Ravi E."