3° ano - II

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 Os senhores Carson foram no dia seguinte buscar as crianças e leva-las para o fervedouro, assim que eles chegaram o Sr. Menedez se aproximou com o Ministro em sua escolta.

- Olá crianças, o Ministro veio checar as varinhas de vocês. - explica o Sr. Menedez, eles se entreolharam e um a um entregaram a varinha para o Ministro. 

 Assim que foram liberados os mesmos entraram no fervedouro, reaparecendo em Castelo Bruxo, onde se direcionaram para a cerimônia de boas vindas e da seleção de alas.

 Os alunos foram para as suas comunais para se organizarem e se prepararem para o inicio das aulas.

***

Diana e Bernardo tinham dificuldade para encontrar um tempo para ficar a sós, e quando encontravam, tentavam aproveita-lo o máximo que pudessem.

 Bernardo havia levado um caderno para eles anotarem metas, escreverem bilhetes um para o outro dentre outras coisas que Diana classificava como brega, mas fazia mesmo assim.

- Diana... - chama Bernardo, atraindo a atenção dela - Sabe, e se a gente começar a namorar... tipo, de verdade.

 Diana sentiu a sua garganta se fechar, ela se segurou para não rir de nervoso.

- Bernardo, você não acha que nós somos muito novos? - pergunta Diana, ele passa a mão no cabelo envergonhado.

- É porque nós já meio que namoramos, só não temos esse rótulo. - diz Bernardo - Nós temos um caderno de casal!

 Diana olha para o caderno em seu colo sorrindo.

- Eu acho que eu preciso pensar um pouco. - diz Diana, se levantando e entregando o caderno para Bernardo - Espero que você não fique chateado.

- Claro que não! - diz Bernardo se levantando também - Me desculpa se eu te assustei, eu não queria parecer apressado, ou te forçar a alguma coisa, eu só queria...

 Diana o interrompe, se colocando na ponta do pé e abraçando-o apertado.

- Não tem problema, eu só preciso pensar. - ela diz, entregando-o o caderno - Aqui, já escrevi um monte nesse caderno, agora é a sua vez!

- Tá bom, já estou vendo que vou ficar a noite inteira tentando escrever algo que preste aqui. - ele diz e Diana ri, abraçando-o mais uma vez como forma de despedida e subindo as escadas.

***

Laís, como sempre, acordou muito cedo. Ao se sentar na cama ela percebeu que apenas Diana não estava no quarto, ela se levantou, se arrumou e resolveu ir procurar ela junto com Weedy.

 Assim que chegou no jardim ela conseguiu ver Diana sentada na grama, fitando o rio a sua frente, totalmente submersa do mundo ao seu redor, Weedy correu até ela, pulando nas suas costas.

- Você já está grande Weedy! Não pode ficar fazendo essas coisas! - ela diz, puxando a onça e fazendo carinho em sua orelha, Laís se aproxima, sentando-se ao lado dela, Weedy se desvencilha do carinho e corre para o rio.

- Que milagre é esse que você acordou cedo? - pergunta Laís, Diana ri.

- Eu não consegui dormir direito. - explica Diana, estralando os dedos - Bernardo me pediu em namoro...

- E o que você respondeu? - pergunta Laís, arregalando os olhos, curiosa.

- Eu disse que ia pensar. - responde Diana, olhando para Laís - Não sei o que responder.

- Você gosta dele? - pergunta Laís cruzando as pernas.

- Claro que gosto. - responde Diana.

- Você se importaria se as pessoas ficassem falando que vocês estão juntos?

- Não... acho que não.

- Você tem vontade de ficar com outras pessoas?

- Não.

- Você acha que ele vai atrapalhar sua adolescência? Os seus estudos?

- Por Merlin você está falando igual a minha mãe! - reclama Diana, Laís dá um tapa fraco em seu braço.

- Continua me respondendo! - Laís diz rindo - Você tem vergonha dele?

- Lógico que não. - responde Diana.

- E dele ser nascido-trouxa, você tem vergonha? - pergunta Laís e Diana aregala os olhos.

- Não! Você tá achando que eu sou o que? 

- Então porque você não aceitou o pedido dele? - pergunta Laís, Diana cruza os braços.

- Não sei, você pergunta demais. - reclama Diana e Laís da de ombros - Vamos passear com Weedy, sua onça deve estar morrendo de tédio.

 Laís e Diana se levantaram e começaram a caminhar na beira do rio enquanto Weedy corria na frente, pulando em borboletas e sujando as patas de lama.

 Ao chegar próximo do fervedouro Weedy começou a ir mais longe. Laís e Diana se entreolharam, Diana deu de ombros e elas continuaram seguindo-a.

- Ela tá indo longe demais, não é melhor a gente chamar ela e voltar? - pergunta Laís e Diana nega.

- Deixa a bichinha sua medrosa! - brinca Diana.

 Na primeira curva que fizeram ambas deram deram de cara com um caminho de pedras coberto de gramíneas e um pouco de lodo, no final havia uma pequena cabana feita de madeira e pedra, Weedy estava logo a frente arranhando a porta.

 Na porta havia uma placa que lia-se "Casa guarda-caça".

- Nós entramos ou ficamos na curiosidade? - pergunta Laís e Diana ri.

- Entramos, lógico! - diz Diana, abrindo a porta.

 Weedy entrou animada saltando pela casa. Havia uma sala com alguns sofás cobertos por uma lona e uma prateleira cheia de caixas de organização, a sala era dividida por um balcão que levava para a cozinha e aos fundos havia duas portas uma que levava para um pequeno quarto com uma beliche de madeira e a outra para um banheiro.

- Minha nossa... - sussurra Laís caminhando pela sala - É basicamente uma casa completa e inutilizada.

- Tá precisando de uma limpeza, mas depois esse lugar vai ser o melhor. - diz Diana, chutando o tapete e levantando uma nuvem de poeira - Vamos voltar pra comunal pra falar com os outros, eles vão enlouquecer com isso aqui...



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