VII

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— Tá bom, chega

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— Tá bom, chega. — Esbraveja Ivy, parando ao meu lado e fechando a porta do meu armário com uma certa brutalidade, diga-se de passagem. — Vai me dizer o motivo dessa sua cara de velório, durante uma semana?

Uma semana.

Hoje se completava exatos sete dias desde o episódio com o Luke. Ele não me procurou ou mandou uma mensagem e eu muito menos. O único contanto que tivemos foram nas aulas de literatura, biologia e teatro.

Nossas trocas de olhares foram intensas e repetitivas, mas nenhum deu o braço a torcer.

Eu estava confusa em relação aos meus sentimentos, eu sentia que tudo com o Luke era muito intenso e familiar, como se já tivesse vivenciado aqueles momentos, aquelas falas, até a forma que ele sorri e mostra aquelas malditas covinhas. Eu não conseguia parar de repassar a cena de seus olhos azuis oceânicos esquadrilhando todo o meu rosto, como se eu fosse única.

E foi então que eu decidi. Eu me afastaria de Luke. Nos não somos muito próximos, mas nossa relação seria somente pelo trabalho, e quando o mesmo acabasse, nossa relação também acabaria. Não quero e nem posso sentir esse misto de emoções novamente, não suporto a ideia de perder outro alguém.

— Deve ser só cansaço. — Forço um sorriso.

— Cansaço? Você mal coloca o pé na rua, tá cansada do que, exatamente?

Quando eu ia a responder, meus olhos focam na figura atrás da minha melhor amiga.

Miller, está parado no inicio do corredor olhando diretamente para mim, uma de suas mãos se localiza no bolso da calça de uniforme, enquanto a outra segura a mochila escolar. Ele parece tenso já que consigo ver a ponta de seus dedo brancas apertando a alça da mochila. Reparo que ele da um passo para frente, mas parece repensar algo e logo desvia os olhos do meu, se virando de costas e indo na direção contrária.

— Já entendi. — A ruiva diz eufórica, como se tivesse descoberto a resolução de uma fórmula química muito difícil, e me trás de volta a realidade.

— Entendeu oque? — Questiono saindo da minha posição antes escorada no armário e indo em direção a minha primeira aula.

Literatura.

— Sua crise cansativa tem nome e sobrenome. O garoto do armário, quando ia me contar que tá afim dele? — Paraliso no corredor e a olho surpresa.

— De onde tirou isso? Eu não tô afim do garoto do armário, que por sinal se chama Luke Miller, somos apenas parceiros de trabalho. — Ivy me olha com cara de desgosto, como se fosse a mentira do século, eu somente reviro os olhos e volto a andar para aula. — Como estão as coisas entre você e o Brian? — Tento mudar de assunto.

— Essa conversa não acabou, ok? — Deixa bem claro. — Mas, respondendo a sua pergunta, estão indo.

— Só isso, "estão indo"? Vocês pareciam bem aquele dia na sorveteria.

Seu Coração Me Pertence (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora