XXI

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UM MÊS DEPOIS

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UM MÊS DEPOIS

A vista do alto da montanha nunca esteve tão bonita.

Os últimos raios solares, se destacavam em meio a escuridão que surgia. Rajadas de ventos frios alcançavam minha pele descoberta, fazendo alguns de meus pelos se eriçarem. Os pássaros, voando em bando, deixavam o desenho do céu mais artístico, como se fosse uma pintura ou uma fotografia. 

As vezes me pego pensando que gostaria de ser com eles, os pássaros. Eles voam, assim que o nevoeiro se aproxima. Se eu pudesse voar para bem longe, sempre que o caos me alcançasse, com toda certeza, não estaria me martirizando no alto desta montanha.

A unica luz presente no ambiente, é a do meu celular, que vez ou outra se acende, sinalizando mais uma chamada perdida. A arte de ignorar tudo e todos em minha volta, foi uma ótima forma de escape. Mas, sei que uma hora ou outra, terei que parar de fugir.

Fugir de pessoas;

N

Fugir de notícias; 

Ó

Fugir de sentimentos;

S

Fugir de medos;

E em meio a tudo isso, fugir de nós.

Fecho meus olhos ao pensar nesta palavra "nós", será que ela ainda se encaixaria em um vocabulário do meu cotidiano? Será que eu ainda a usaria em alguma frase que se referisse a minha drástica vida amorosa? Perguntas e respostas, também tenho fugido ultimamente.

Derrapes de pneus, deslizando pelas pedras jogadas no chão, são ouvidos por mim.

— Achei você. — Ouço minha melhor amiga dizer, enquanto desce do carro. — Sabia que eu tive que roubar  carro dos meus pais para te procurar? — Indaga se sentando ao meu lado. — Logo agora que eu estava quase conseguindo convence-los a comprar outra cabra para mim. — Choraminga.

— Desculpe, não foi minha intenção. — Suspiro abrindo meus olhos.

— Sthe, eu entendo que não tá sendo fácil. — Começa. — Mas, sua vida não pode parar. Ele também...

— Podemos, por favor, não falar sobre ele. — A corto e ela confirma.

— Brian e Jacob disseram que estão com saudades. — Diz e eu franzo as sobrancelhas. — Tudo bem, eles não disseram com essas palavras, mas estão preocupados. 

— Diga a eles que não é necessário. — Aviso e me levanto.

— Caramba, Sthe. — Exclama impaciente. — Eles não tem culpa do que aconteceu entre você e o Luke. — Tento dizer algo mas ela me impede. — Eu sei que você não quer falar sobre o que aconteceu, mas fugir para o alto da colina e ficar remoendo tudo, não vai apagar ou mudar as coisas. Sua vida não é assim, você não é assim. — Se levanta. — Cada um tem seu próprio tempo de negação, mas neste momento ignorar e afastar as pessoas que se importam com você, não é a solução mais inteligente. — Engulo o nó que se forma em minha garganta. — Eu sou sua amiga, sempre vou ser, pode chorar comigo. 

Seu Coração Me Pertence (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora