| EPÍLOGO |

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Diferente de muitos, eu não gosto de ficar sozinho

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Diferente de muitos, eu não gosto de ficar sozinho.

Mas, para minha surpresa, a solidão tem me abrigado muito bem.

O buraco recém formado em meu peito, ainda está longe de se curar.

Mas, no fundo eu sabia. Sabia que daria errado, sabia que a perderia. Eu quis investir em coisas sem sucesso, sem retorno. Eu quis pagar para ver, e paguei. "Mentira tem perna curta" é ruim comprovar isso sentindo na pele, ainda mais sabendo que não foi por falta de aviso.

Solto um suspiro e me encosto no parapeito do píer. A tarde está ensolarada, e aqui do alto, consigo ter uma ampla visão de diversas pessoas caminhando e nadando pela praia.

Sinto meu celular vibrando e mais uma vez, a ansiedade me atinge, mas logo é dissipada quando o nome "Dylan" aparece na tela.

— Dylan? — Digo assim que atendo.

— Finalmente decidiu atender o celular, Miller. Achei que tinha perdido. — Debocha e eu reviro os olhos.

— O que você quer? — Pergunto ignorando seu xingamento.

— Preciso saber onde você tá. — Diz simplesmente.

— Por que necessariamente, você precisa saber onde eu estou? — Pergunto e olho em volta.

— Tô com saudades. — Solto uma risada nasalada.

— Foi patética essa desculpa. — Digo e ele murmura "foi mesmo". — Mas, eu estou no píer.

— De novo? — Pergunta descrente. — Que deprimente.

— Era só isso? — Pergunto.

—Sim. — Diz e desliga me deixando com um ponto de interrogação na cabeça.

Antes que eu possa guardar o eletrônico em minhas mãos, eu analiso a foto que se encontra no papel de parede.

Minha garota, estava distraída sentada em uma cadeira na biblioteca, e sorria de algo. Seu sorriso sempre me encantou.

Minha galeria estava cercada de fotos como aquela. Durante semanas, eu tentei apaga-las, mas sempre me pegava as admirando e em determinados momentos um ligeiro sorriso brotava em meu rosto.

Mas, essas imagens eram apenas lembranças de um certo momento.

Momentos no qual, eu faria de tudo para ter novamente. E só me dei conta do quão importante eles eram, quando passaram a ser apenas lembranças.

Guardo o eletrônico no bolso da minha calça jeans, e começo a caminhar em direção a praia.

Sinto meus cabelos balançaram assim quem entram em contato com as rajadas de vento batendo contra todo meu corpo. Tiro meus sapatos e sinto quando a areia, ligeiramente quente, toca o solo dos meus pés. Com uma das mão segurando meus sapatos e a outra posicionada dentro do bolso da calça, eu caminho distraidamente pela grande extensão da praia.

Seu Coração Me Pertence (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora