22● São quase almas gêmeas

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Luke Patterson

Já estamos aqui, quando o dirty candy começa a ensaiar, como sempre. Carrie está dançando e cantando alegremente, enquanto Alex, Reggie, Flynn, Willie e Julie conversam animadamente.

Eu estou com eles também, em pé na roda, exatamente como eles, mas não estou dizendo nada, nem sequer sei do que eles estão falando, meus olhos estão totalmente vidrados nos lábios de Jules, em todo e cada movimentos que eles fazem. Ela passou um brilho labial hoje, e o que eu não daria para descobrir o gosto dele.

Acorda Luke! foca! O que eles estão dizendo? Presta atenção!

-- E a Julie aceitou cantar com a gente. -- Conta Reggie, A careta que a julie faz ao ouvir essa frase, me faz pensar que talvez ela tenha mudado de idéia.

-- Cantar com eles? -- Repete Flynn -- Cantar?

-- Eu cantei de novo ontem, eu não falei? -- Seu tom hesitante e sua expressão preocupada me dizem que ela sabe que não falou. --Pensei que eu tivesse dito.

-- Não, você não disse nada. A menos que eu seja louca ou tenha alzheimer. -- Ela se vira de costas e chama nicolas que está sentando no canto mexendo no celular. -- Julie te contou que voltou a cantar?

Ele fica em pé rapidamente e se aproxima da roda.

-- Você voltou a cantar? -- soa animado, Julie concorda com a caneca e ele a abraça, ela o abraça de volta. Franzo o cenho para a cena a minha frente. -- Isso é demais!

Julie solta uma risada curta. meus olhos focam completamente nela toda vez que ouço o som, eu já disse isso antes, mas vou repetir, a risada de julie é a segunda coisa mais bonita que já ouvi na vida.

A primeira é ela cantando.

Nick se afasta um pouco,  mas dessa vez permanece na roda.

-- Quando isso aconteceu? -- Flynn pergunta, franzindo o nariz. Ela não parece exatamente feliz.

-- Ontem. Na escola, o piano da sala de música parecia me chamar. -- Explica.

-- E como eles sabem antes de mim?

-- Eles estavam lá. Eles me viram cantar. Eu não planejei que fosse assim, você sabe que a primeira pessoa que eu contaria seria você. -- Parece suplicante agora.

-- Mesmo assim, quem me contou foi o reggie. -- Ela soa magoada, Flynn nega com a cabeça e saí correndo do porão de Carrie.

-- Flynn? Flynn espera! -- Julie sai correndo atrás da garota, mas desiste quando chega na porta. Aparentemente, Flynn já sumiu de vista. -- Merda, merda, merda.

Ela se senta no canto do porão sozinha, puxa as pernas para perto do peito e esconde o rosto nos joelhos.

-- Oops? -- Reggie fala. Alex da um tapa em sua cabeça.

-- Parabéns, bocudo. -- Diz, Willie puxa a mão dele.

-- Não foi culpa do Reggie, ele não sabia. -- Willie o defende. Eu me afasto deles e me sento do lado da julie.

-- Ei, você tá bem? -- Pergunto baixinho. -- Que pergunta idiota, claro que você não tá bem.

Ela vira o rosto em minha direção, seus olhos estão meio avermelhados, mas não vejo nenhuma lágrima.

-- Vou sobreviver. -- Ela respira fundo, os olhos castanhos se perdem no chão por um instante. Ela joga uma mecha de seu cabelo cacheado para trás do ombro. -- Ela vai me perdoar, não vai, Luke?

Não sei o que responder, não quero dar falsas esperanças a ela.

-- Ela é minha melhor amiga. -- sussurra. -- Ela me apoiou em todos os momentos depois que minha mãe morreu, mesmo quando Nick não aguentava mais minhas crises de choro e Carrie achava que era drama o fato de eu não conseguir cantar. Ela continuou do meu lado, em cada momento.

Meus dedos procuram pelos seus, e quando entrelaço minha mão direita em sua esquerda, procurando passar algum conforto à ela, ela não se afasta.

-- Mesmo quando Papai já achava que estava 100% recuperada, e quando Carlos me chamava de louca por tentar falar com minha mãe.  Ela continuou lá. -- Ela puxa ar, como se de repente tivesse se esquecido de como respirar automaticamente. -- Ela tem que me perdoar, não sei o que eu faria sem ela.

ela volta seu olhar perdido em minha direção.

-- Quem é Carlos? -- Pergunto, pois acho que uma distração pode ser muito bem vinda em um momento como esse.

-- Meu irmãozinho. -- Explica, seus olhos brilham um pouco quando fala dele. -- Ele tem 11 anos, e é um pestinha.

Eu analiso os quatro cantos do seu rosto antes de abrir a boca novamente.

-- E se você pedir desculpas para ela em grande estilo? -- sugiro.

-- Do que você tá falando? -- Ela puxa a mão dela que estava entrelaçada a minha, para limpar uma lágrima que ameaçava cair. Resisto ao impulso de pegar sua mão de novo.

-- Canta para ela. -- Explico -- É seu maior talento.

-- Luke Patterson, você é um gênio! -- Exclama antes de jogar os braços em volta de mim, em um abraço. Meu coração erra uma batida e eu não demoro a abraça-lá de volta e traze-la para mais perto. Sinto o cheiro de seus cabelos, meu rosto afunda entre os cachos.

Ela se afasta depois de alguns segundos.

-- Eu sei. -- aponto para minha própria cabeça. -- Um cérebro desse é para poucos.

Ela dá um tapa fraco no meu braço.

-- Deixa de ser convencido. -- Brinca. -- Eu tenho a música perfeita, eu escrevi especialmente para ela.

Meu rosto se ilumina com a possibilidade de ver a garota cantando de novo.

-- Você e os meninos vão me ajudar. -- Isso não soa como uma pergunta. --Vai ser a oportunidade perfeita para ver se eu e a sunset curve trabalhamos bem juntas.

-- Você e a sunset curve são quase alma gêmeas, docinho, acredita no que eu tô dizendo. --Garanto, ela revira os olhos.

-- Docinho? você já foi melhor, guitarrista. -- Ela lambe o lábio inferior depois de falar.

-- Tinha um brigadeiro e um beijinho na mesa, o brigadeiro rolou e caiu e o beijinho, rola ou não rola? -- Faço graça. Ela solta uma risada alta, aquela que faz meu coração acelerar.

-- Nem sequer nos seus sonhos. -- responde, se levantando do chão, ela se vira em minha direção e estende a mão para mim, eu a pego e me levanto ficando a centímetros de distância dela.

-- Ah, Molina, se você soubesse o que acontece nos meus sonhos.

Her Boy ️‍🌈⃤ Juke (Julie and the phantoms) [TERMINADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora