20. Inquietação

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Tala

Acordei ofegante e empapada em suor, arrepios passavam por minha pele, dessa vez as sensações foram fortes, lembrava cada minucioso detalhe do sonho.

"Filha de Morringan? Mas, o que isso significa?"

Joguei as cobertas para um lado e segui tonta para o banheiro, um mal estar me assolou, me apoiei na pia e me olhei no espelho, uma mancha estranha apareceu no meu ombro, quando tentei focar meus olhos, desapareceu, bufei de frustração, não era a primeira vez que algo assim ocorria.

Tomei um banho rápido e comi o café que havia sido deixado para mim, tomando a dose de glucagon, arranquei a toalha do corpo, procurando roupas, havia uma pilha em cima da cama, pisquei consternada.

"Só aceita, não tem explicação lógica."

Me vesti com os jeans preto elástico, botas caras da Garmont e uma regata azul marinho.

Sai do quarto repassando em minha mente o sonho, eu deveria procurar mais informações sobre isso, abri uma das portas com intenção de ir a sala na qual sempre nos reunimos, cheguei lá, porém estava vazia, me joguei no sofá triste.

"Só eu que não tenho nada pra fazer? Onde diabos está Lisanna?"

Como se invocada, uma porta surge no final da sala, onde Lisanna cai quase de cara no chão, xingando, tudo e qualquer coisa.

Lisa: Casa, filha da puta! Quero ver você jogar sua mãe no chão desse jeito! Ela era uma árvore! E vai virar lenha que nem você, se fizer isso de novo! - ela fiascou me fazendo rir. -Tala! Conseguiu sair do escritório dele?

Tala: Bem, se você está me vendo na sala... Já tem sua resposta.

Rimos em uníssono, depois do que aconteceu, eu não tinha pensado nenhuma vez onde Lisanna poderia estar, ela era adulta e sabia se virar, porém parecia que ela estava em briga com a casa mágica, e isso não parecia benefícioso para ela, a casa emitiu uns rangidos, que quase dava para escutar como se fossem risadas, segurei o braço dela antes que fizesse algo que se arrependesse.

Tala: Calma ai. - ela bufou e respirou fundo antes de fixar os olhos em mim, notei algo diferente brilhando no fundo daqueles olhos azuis. - Lyss aconteceu alguma coisa? - ela desviou o olhar de mim e se mexeu inquieta.

Lisa: Nada do qual você deva se preocupar, eu garanto. - deixei passar por agora, algo estranho aconteceu comigo, era quase como seu eu conseguisse saborear a incerteza dela e a confusão que a dominava, Lisanna estava confusa com algo e não se sentia segura de falar sobre isso. - Bem, logo depois que você sumiu... Eu acabei parando em um lugar estranho e bizarro, no caso a casa do maníaco do parque. - fiz uma careta em resposta, já imaginava os tipos de porcaria que deveria ter lá. - Não, é como você está pensando! - bufei. - É pior!. - ela riu.- Acredita que ele tem um harém de mulheres? - a indignação me assumiu.

Tala: Espera! Como assim um harém de mulheres? Tipo assim, todas morando juntas no mesmo lugar, teto e compartilhando o mesmo polvo, pervertido e asqueroso? Ele tinha falado algo parecido, mas não pensei que ele realmente tivesse.

Lisa sacudiu a cabeça concordando.

Lisa: É bem bárbaro, igual aqueles filmes de história, mas elas estavam em diversos estados de nudez, e algumas com roupas de odalisca! Tinha até frutas e flores, para todos os lados.

Tala: Que porcaria revoltante! Elas simplesmente aceitam essa merda? Ou estão lá contra a vontade delas?

Lisa: Não, elas gostam de estar lá, parece que dividir o octópode é algo ansiado. - eu fiz som de vomito, ganhando um sorriso de volta. - Mas, bem eu meio que concordo com elas. - A olhei como se tivesse crescido duas cabeças extra nela. - Bem, ele sabe como fuder, e eu gostei disso, vou me aproveitar enquanto posso, você sabe que eu não iria me rebaixar a viver em um harém.

A outra face do SlenderOnde histórias criam vida. Descubra agora