21. Floresta

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Tala

Ao sairmos pela porta, recebi com boas vindas a primeira baforada de ar úmido da floresta, aquela floresta cheirava muito bem, quase como...

Slender.

Lisa: Tala, está pronta para correr? - olhei para Lisanna que estava agachada com as mãos no solo, Toby estalou o pescoço se preparando para nos seguir. 

Olhei a frente, para a paisagem que mesmo de dia, deixava a floresta um pouco escura, sacudi a cabeça e me juntei a Lisa, toquei o solo sentindo a terra negra e macia em minhas mãos, a antecipação da corrida tomou conta de meu corpo e sorri.

Senti tanta falta disso nos últimos dias, Lisa levantou a mão e apontou três dedos fazendo a contagem, quando ela fechou o punho, corremos uma ao lado da outra, ela acompanhava meu ritmo independente de quão rápido eu fosse, olhei para trás onde estava Toby, ele parecia correr de vagar de propósito, apenas nos vigiando de longe, acelerei para frente desviando das raízes, sentindo o ar úmido em meus pulmões, depois de adentrarmos fundo na floresta, paramos finalmente para tomar fôlego, eu e Lyss ofegávamos depois da corrida, olhei para trás procurando algum sinal da casa, mas a nevoa que parecia cercar a floresta impediu qualquer vista.

Toby: Vocês já cansaram? - gaguejou ele se juntando a nós, sem nem suar depois da nossa corrida.

Tala: Se eu fosse algum proxy, com poderes adquiridos de uma criatura não natural, acho que eu também não me cansaria. - Ironizei, o vendo dar de ombros, continuamos caminhando seguindo uma trilha em passos lentos pela floresta, enquanto eu admirava a paisagem.

Toby: Então andou lendo sobre nós? - ele quebrou o silêncio, eu concordei. - Não está assustada? No caso por estar rodeada de assassinos?

Sorri friamente enquanto trocava olhares com Lisanna.

Tala: Não. Sei que é tolice, afinal vocês são criaturas diferentes de qualquer coisa natural, mas seria mais tolo ainda, se eu tivesse medo, se quisessem me fazer mal já teriam.

Toby inclinou a cabeça para o lado e sorriu maniacamente. - Essa não é a verdade, não é Tala?

Igualei o sorriso dele, o garoto era mais esperto do que havia dado crédito.

 Tala: Não sou imortal ou qualquer coisa, a verdade é simples, eu não tenho medo de morrer, mesmo tendo motivos do por que ficar viva, a morte nada mais é para mim como um inconveniente de ser mortal.

Lisa: Você nunca muda não é mesmo? - ela bufou. - As proezas que você fazia, eram grandes no exército, mas muito inconsequentes, sempre se metendo de cara no perigo, era um grande negócio você ter conseguido, sair viva até agora.

Olhei para as próteses dela.

Tala: Tudo não foi, graças a mim. - Lisa balançou a cabeça como se não fosse nada.

Lisa: Eu fiz por que eu quis, para salvar essa sua cabeça teimosa, eles precisavam mais do comandante vivo do que uma simples soldado. - ela suspirou cansada.- Mesmo depois de voltarmos para casa, depois do meu acidente e ter de cuidar de Diana, você não sossegou, ainda assim, perseguia a ação, quase como se desejasse se encontrar com a morte, não podia deixar sua cabeça dura sozinha, mas mesmo assim tem coisas que você nunca me contou.

Tala: Não acho que são necessárias.

Ela bufou exasperada.

Lisa: Besteira! Tala Liamanne Thierry, vou deixar você sair com a sua agora, mas você vai me contar o que eu quero saber.

A outra face do SlenderOnde histórias criam vida. Descubra agora