Bem-vinda de volta

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  Era uma manhã fria de inverno. S/n estava sentada na varanda exterior da hospedaria comendo onigiris. Balançando as pernas no ar, ficava olhando como os primeiros flocos de neve começavam a cair do céu nublado.

  A jovem estava refletindo sobre a conta da hospedaria. Haviam reservado dois quartos para uma noite e deviam dividir a contra entre todos. Nezuko obviamente não poderia pagar e Zenitsu estava quase sem nenhum dinheiro por ter pagado a janta de ontem a noite. Então sobrava s/n, Tanjiro e Inosuke. Ela se perguntava se Inosuke pagaria pela estadia.

  Seus pensamentos foram interrompidos pelo som de passos. A garota avistou pelo canto do olho o rapaz com a máscara de javali se aproximando.

  -- Bom dia - cumprimentou. - Quer um onigiri?

  Ele se sentou do seu lado puxou a máscara para cima, a equilibrando em cima da cabeça como se fosse um chapéu e pegou dois onigiris.

  S/n ficou observando como ele comia feito uma criança. Alguns grãos de arroz haviam grudado em seu rosto. Era fofo. Percebeu que, como sempre, ele não usava nenhum casaco ou camisa. Estava nevando, será que não estava com frio? Não havia necessidade de deixar os músculos a mostra. Ela refletiu que Inosuke possuía mais massa muscular que os outros dois. Talvez isso o protegesse do frio, mas era pouco provável.

  Quando percebeu o que estava fazendo desviou o olhar rapidamente e fingiu interesse em seu próprio onigiri. Encarar as pessoas assim era falta de respeito, não? E ficar olhando para o peitoral nu dos rapazes era ainda mais sem educação, não? S/n precisou reunir toda a sua força de vontade para manter a expressão neutra e não corar.

  -- O que foi? - ele perguntou de boca cheia.

  -- Como assim? - ela perguntou de volta.

  Rezava em silêncio para qualquer ser superior que quisesse a ouvir e esperava muito que não estivesse vermelha.

  -- Tava olhando o quê?

  Ele havia a notado. Naquele momento ela desejou poder cavar um buraco e se enterrar lá para sempre. Mordeu o onigiri apenas para ter tempo de pensar no que responder. Era muito difícil raciocinar quando se está com vergonha.

  -- Como você sabia que eu estava te olhando?

  Essa pergunta soou muito idiota ao sair de seus lábios, mas era tarde demais. Por algum motivo que s/n desconhecia, Inosuke inflou o peito de orgulho e disse com um sorriso:

  -- É que eu tenho a pele super sensível.

  Ela não fazia a mínima ideia do que ele queria dizer com isso, mas resolveu concordar com a cabeça do mesmo jeito.

  -- Então eu sei quando alguém tá olhando pra mim e se essa pessoa tem vontade de me matar - ele enfiou o resto do onigiri na boca.

  -- Isso é legal. Vira pra lá.

  -- Por quê?

  -- Só vira.

  Ele virou de costas para s/n, e a jovem finalmente pôde respirar de verdade. Sentiu o calor subir para o rosto, mas como Inosuke não estava a vendo estava tudo bem.

  -- Onde é que eu tô olhando? - sua voz saiu um pouco mais aguda que o normal.

  O rapaz demorou um pouco para responder, tempo o suficiente para a jovem se recompôr. Se parabenizou mentalmente por sua engenhosidade.

  -- Ombro direito - ele respondeu.

  -- Tá certo. Quer mais um onigiri?

  Ele atacou o último. S/n voltou sua atenção para a neve que caía do céu. Concluiu que devia ser mais cuidadosa perto de Inosuke.

  Os dois ouviram mais sons de passos e observaram quando Tanjiro, que já estava com a caixa, e Zenitsu se aproximavam.

  -- Bom dia - o ruivo sorriu. - Então vocês estão aqui. Eu fiquei um pouco preocupado quando acordei e não te vi no quarto, Inosuke.

  S/n percebeu pelo canto do olho que ele ficou irritado com essa afirmação.

  -- Tá achando que eu sou fraco, é?! - gritou.

  -- Não é nada disso, não - o ruivo balançou a cabeça de um lado para o outro.
 
  Inosuke já havia se posto de pé e desafiava Tanjiro, mas pelo seu tom de voz parecia mais que queria sair nos socos e tapas com ele de uma maneira nada amistosa.

  -- Calem a boca - Zenitsu murmurou. - Ainda tá cedo - e bocejou.

  Ouviram o crocitar de corvos. Isso pareceu acalmar um pouco os nervos de Inosuke.

  -- Missão ao norte! Missão ao norte! Moradores desaparecem depois de entrar na floresta!

  Eles continuaram a crocitar em seus ouvidos até que os quatro pagaram a diária e colocaram o pé na estrada para seguí-los. S/n estava realmente desejando que Kurosu não tivesse feito amizade com o corvo de Tanjiro, mas não iria impedí-lo de ser feliz.

* * *

  Correram por algum tempo. Um hora? Ou foram duas? Isso não era importante. O que importa é que quando terminaram de subir em um morro puderam ter um panorama geral da cidade. A vista fez com que a cor do rosto de s/n se esvaísse quase que por completo. Aquelas casas, aquelas suas, aquela cidade em si...

  -- O que foi? - Tanjiro perguntou preocupado. - Você ficou pálida de repente.

  -- Eu moro aqui - sua voz soou fraca.

  Ela não sabia dizer se a palavra "moro" estava correta, pois não voltava para aquela lugar há dois anos. Seus olhos foram atraídos para uma mansão no centro da cidade, por isso não pôde ver as expressões surpresas dos meninos.

  -- Oh! E qual é a sua casa? Dá pra ver ela daqui? - Tanjiro perguntou com um sorriso.

  Ele analisou todas as casas e Zenitsu se juntou a ele.

  -- Que tal aquela? - o loiro apontou para uma casa aleatória na cidade.

  -- E aquela pequeninha lá? - o ruivo deduziu. - O jardim é bem legal.

  -- Vocês são idiotas? - Inosuke apontou para a mansão. - É aquela!

  S/n ficou surpresa. Ele havia percebido que estava olhando diretamente para lá ou apenas havia apontado para a maior construção que achou? Provavelmente a segunda opção. Não conseguia imaginar Inosuke a analisando daquele jeito e, sinceramente, essa ideia a deu um pequeno arrepio.

  -- Você que é o idiota! - Zenitsu gritou de volta. - Não é só apontar para o mais óbvio!

  -- Não, Zenitsu - disse baixinho. - Ele está certo.

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  ME PERDOEM POR TER DEMORADO PRA POSTAR CAPÍTULO! (ຈ﹏ຈ) Enfim, estamos cada vez mais próximos de descobrir o passado da s/n! ╰( ͡° ͜ʖ ͡° )つ──☆*:・゚ 

  Aqui está o glossário:

  Onigiri: bolinho de arroz japonês envolto por uma folha de nori (feito de alga).

Imagine - Inosuke HashibiraOnde histórias criam vida. Descubra agora