Imagine - Inosuke Hashibira

Epílogo

  Há mais ou menos dez, ou doze anos, Muzan Kibutsuji caiu. Durante uma árdua e longa batalha, as Luas Superiores, o Progenitor dos Onis, assim como todos os outros demônios, foram finalmente expurgados da face da terra.

  Muitas vidas foram perdidas durante a batalha, sacrifícios corajosos que nunca serão esquecidos foram realizados, mas esse não é o nosso foco nessa história.

  Nosso foco fica em algum lugar do Japão, em uma montanha, para ser mais específica. Sim, esse é o local que ocorre a história que eu quero contar para vocês hoje.

  Nessa montanha cujo o nome eu desconheço, há um vilarejo instalado ao pé dela. Os moradores viviam pacificamente até que alguns meses atrás, rumores começaram a circular. Rumores sobre um monstro que passou a viver na montanha. Um monstro com corpo de homem e cabeça de javali.

  Mais ou menos na mesma época, uma mulher misteriosa passou a frequentar o vilarejo. Digo misteriosa, pois toda semana ela descia a montanha, fazia compras e voltava a subir a montanha. Nunca falava mais do que um "bom dia" ou "boa tarde" para os moradores. Ninguém sabia seu nome ou de onde viera.

  Em um certo dia, um casal de idosos, que sempre observavam a mulher preocupados, pois devia ser difícil viver sozinha na montanha, ainda mais com os rumores de um monstro circulando por lá, resolveram falar com ela. E nesse mesmo dia, a mulher descia a montanha, mas não sozinha.

  O casal de idosos ficaram surpresos quando viram de quem ela estava acompanhada. Uma pequena menina, devia ter apenas uns oito anos, andava ao lado dela com um sorriso no rosto. Aquela mulher tinha uma filha?

  -- Bom dia! - a senhorinha disse.

  -- Bom dia - respondeu a mulher.

  Um pouco nervosa, a idosa continuou a falar:

  -- Eu e meu marido sempre percebemos que você desce da montanha sozinha, mas que hoje está acompanhada. Essa menininha é a sua filha?

  A mulher concordou com a cabeça e disse:

  -- Essa é a minha filha Kiyoko. E perdoe a minha falta de educação, eu sou S/n Hashibira. É um prazer conhecê-la.

  As duas apertaram as mãos. A idosa ficou observando como a garotinha se distraia com um grilo que estava parado no chão. Tentou pegá-lo com as mãozinhas, mas o inseto pulou para longe.

  -- Mas não é perigoso você andar pela montanha sozinha? - a senhora perguntou. - Ainda mais com uma filha pequena.

  S/n sorriu e disse:

  -- Está tudo bem. Meu marido protege a gente - e completou. - E eu também não sou fraca.

  Então ela era casada. O senhorzinho, que ainda não tinha falado nada, se abaixou para ficar na mesma altura da menininha e falou:

  -- Não crie muitos problemas para a sua mãe, está bem? Senão o homem-javali vai vir te pegar.

  -- Homem-javali? - Kiyoko perguntou. - Quem? Meu papai?

  Realmente, aquela mulher era um mistério. Mas, novamente, o nosso foco não é nesta mulher chamada S/n e sim na sua filha, Kiyoko. Esta adorável criança cheia de energia estava completando oito anos nesse mesmo dia.

  Depois que fizeram as compras, as sacolas um pouco mais pesadas por hoje ser um dia especial, mãe e filha subiram a montanha. Podia ser uma caminhada cansativa para qualquer um, mas essas duas estavam acostumadas.

  Logo avistaram a pequena casa de madeira. Podia ser simples, mas era confortável. Deixaram os sapatos na entrada e S/n depositou todas as compras na mesa da cozinha.