Vêm me dar cabeçada

12.7K 1.6K 3.1K
                                    

  Akari havia conseguido persuadir os rapazes para partirem só depois do almoço. S/n não gostou da ideia, mas não se manifestou.

  O almoço foi mais tranquilo do que o esperado. É claro que Akari continuou com suas tentativas de conquistar Inosuke. Ela passava pratos de comida para ele fazendo com que de vez em quando suas mãos se tocassem, esbarrava o ombro no dele sem querer e ficava olhando nos olhos dele por alguns segundos antes de desviar o olhar. Eram ações sutis, mas S/n percebia todos eles apesar de não dizer nada.

  Como seu apetite estava um pouco melhor do que na noite anterior, S/n conseguiu aproveitar o almoço enquanto ignorava Akari. A culinária do senhor Yamamoto era simplesmente incrível, gostaria de aprender um pouco com ele, mas infelizmente não teriam tempo para isso. Partiriam logo depois do almoço, não que ela estivesse reclamando disso.

  S/n iria ajudar com a louça suja. Recolheu tudo o que conseguia segurar e estava prestes a ir para a cozinha quando viu pelo canto do olho que Akari a olhava com um olhar… de deboche? Ou talvez de desprezo, ela não sabia dizer ao certo. Seus instintos diziam que ela estava prestes a fazer algo, e não gostou disso, mas resolveu ignorar.

  Lavou os pratos, chawans e copos enquanto Hiro os secava e guardava nas prateleiras e armários certos. Em poucos minutos tudo estava limpo.

  S/n foi procurar os rapazes para irem embora, mas só encontrou Tanjiro e Zenitsu, este estava com uma expressão estranha. Inosuke havia desaparecido. Ela tinha um pressentimento ruim em relação a isso e resolveu falar com eles.

  -- Você sabe onde o Inosuke foi? - perguntou para Tanjiro.

  -- Não - ele respondeu. - Você sabe, Zenitsu?

  -- Aquele desgraçado foi comer mochis com a Akari - ele rangeu os dentes. - Eu ouvi eles lá fora - e começou a gritar. - Entrar para o esquadrão de extermínio de onis não é brincadeira, não! Aquele porco não tem o direito de ficar de boas com uma garota, não!

  Ele continuou a resmungar, mas S/n o ignorou. Aquilo era ruim. Qual era a probabilidade daquela parasita conseguir seduzir ele? Pelos seus cálculos, mínima. Inosuke não entenderia se por acaso ela tentasse segurar sua mão ou o beijar. Mas qual era a chance de Akari conseguir um beijo? Com certeza era de 0%. Isso deixou S/n um pouco mais tranquila. Sabia muito bem que Inosuke não ficaria encantado pela beleza dela, independentemente do tipo de roupa ou maquiagem que ela usar.

  Então suas espectativas foram estrassalhadas como se alguém tivesse atingido uma janela de vidro com uma bola. Zenitsu havia dito que eles foram comer mochi. Será que Akari teria percebido o amor de Inosuke pela comida e usado isso ao seu favor? Essa perspectiva a assustou um pouco, mas não demonstrou isso em seu rosto, continuou com uma expressão neutra. 

  S/n se acalmou e organizou seus pensamentos. Na melhor das situações, ela não conseguiria nada dele, mas sabia muito bem que Inosuke comia como uma criança. Se por acaso sujasse seu rosto, Akari teria a chance de limpá-lo. Por algum motivo que S/n desconhecia, pensar naquela mulher tocando no rosto de Inosuke fez seu estômago revirar, como se minhocas dançassem dentro de si.

  Mas ela ainda tinha uma carta na manga. Inosuke não deixaria que ela se aproximasse, certo? Refletiu um pouco e percebeu que ele havia deixado com que se aproximasse inúmeras vezes, mas o que garantia que ele tratasse Akari da mesma maneira? S/n era uma amiga e Akari uma parasita, havia uma grande diferença entre uma parceira de trabalho, em que passou vários momentos e lutas arriscadas juntos do que um tubérculo cabeludo metida a gente.

  S/n poderia prolongar esse debate mental consigo mesma por muito mais tempo, mas seus pensamentos foram interrompidos por um grito agudo e feminino.

Imagine - Inosuke HashibiraOnde histórias criam vida. Descubra agora