A mansão abandonada

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  A temperatura havia diminuído consideravelmente depois de um mês. S/n não achou isso estranho já que estavam entrando no inverno. Daqui a pouco iria começar a nevar, e a jovem estava um pouco ansiosa para ver os flocos de neve caírem graciosamente do céu.

  Não podia negar que estava feliz. Apesar de ter ganhado algumas cicatrizes e algumas feridas ainda não curadas completamente, finalmente comprara aquele haori que tanto queria e estava prestes a partir em uma missão com sua nova equipe, se é que podiam se chamar assim.

  -- Tem certeza que você tá bem s/n? - Tanjiro perguntou pela quinta vez. - Tá frio aqui fora, a sua febre pode voltar.

  -- Eu estou bem - ela sorriu nervosamente. - E eu não podia mais atrasar vocês, certo?

  -- Se você quiser pode ficar com o meu cachecol s/n-chan - Zenitsu estendeu um cachecol laranja que a garota não fazia a mínima ideia de onde havia saído.

  -- Realmente gente, não precisa. Eu estou bem - e recuou um passo.

  Ela agradeceu Inosuke mentalmente por ele não ter oferecido sua máscara de javali.

  Naquele momento, dois corvos cortaram o céu crocitando audivelmente e quando chegaram perto o suficiente começaram a falar em coro:

  -- Missão ao leste! Missão ao leste! Mansão abandonada! Todos que entram acabam desaparecendo! Missão ao leste! Missão ao leste!

  S/n mal conseguia aguentar Kurosu berrando em seu ouvido toda vez que ia para uma missão e agora ele havia achado uma companhia. Ela suspirou profundamente, mas não reclamou.

  -- Ei! O último que chegar lá paga a janta! Isso é uma aposta! - Inosuke gritou e saiu correndo atrás dos corvos.

  A jovem se repreendeu por ter ensinado a ele o que era uma aposta. Não que estivesse com medo de perder, mas o ferimento em sua coxa não estava totalmente cicatrizado. Se corresse a toda velocidade poderia recomeçar a sangrar e definitivamente não queria preocupar os rapazes com isso.

  Não vendo outra alternativa resolveu começar a correr, não queria ficar para trás. Tanjiro estava na cola de Inosuke e Zenitsu corria alguns metros atrás gritando para que parassem. S/n decidiu ficar um pouco atrás do loiro e parecia que sua presença ali o tranquilizava um pouco. Ela também percebeu que um pardal voava ao redor dele piando, como se quisesse animá-lo, mas resolveu não comentar nada a respeito.

  O vento frio fazia bem para s/n, era refrescante e encher os pulmões de ar fresco depois de um mês era revigorante. Apesar de estar um pouco fora de forma, ela apreciou isso.

  Correram bastante e quando chegaram na cidade designada o sol já estava quase se pondo. Puderam perceber que apesar de ser pequena esta era mais moderna, pois vários lampiões a gás estavam sendo acesos pelos moradores e havia bem mais pessoas nas ruas de noite, como se não temessem a escuridão.

  S/n quase havia se esquecido da aposta. Ganhou um pouco mais de velocidade e ultrapassou Zenitsu quase no mesmo momento que Inosuke gritava:

  -- Eu ganhei! - e jogou os braços para o alto com orgulho. - O Monitsu vai pagar a janta hoje!

  Várias pessoas lançavam olhares estranhos para Inosuke e cochichavam entre si. S/n também lançou um olhar feio para uma mulher e ela se encolheu atrás da amiga.

  -- Todos vocês perderam! - ele riu.

  -- Ah, o que importa é que foi divertido - Tanjiro sorriu gentilmente.

Imagine - Inosuke HashibiraOnde histórias criam vida. Descubra agora