Tomando um chá

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  S/n estava andando rápido. Ela não precisava de uma pele super sensível para saber que estava atraindo alguns olhares. Seu coração batia rápido. Estava nervosa com a perspectiva de voltar para casa? Com certeza. Estava ansiosa para rever a sua família? Isso ela não podia dizer com certeza.

  O que deveria dizer para seu pai quando olhassem um no olho do outro? Como deveria se comportar? Devia sorrir e cumprimentá-lo ou pedir desculpas por não ter dado nenhuma notícia em dois anos? Como ele reagiria? Ficaria bravo? Triste? Feliz? E como falaria com o seu irmão? Quanto mais perguntas surgiam em sua mente, mais ela queria dar meia volta e ir embora.

  Mas uma parte de sua consciência a alertava que um oni havia se instalado em algum lugar na floresta logo do lado da cidade e que se fosse embora os moradores ficariam desprotegidos e poderiam morrer. A última coisa que ela gostaria que acontecesse é mais uma tragédia como daquela noite. S/n era uma caçadora de onis e estava fazendo seu trabalho, não podia fugir daquele jeito. E de acordo com o corvo, alguém havia desaparecido na floresta. Ela precisava saber quem era.

  Sua linha de raciocínio provavelmente iria se prolongar ainda mais se alguém não tivesse colocado uma mão em seu ombro, a impedindo de andar.

  Voltando para a realidade, só então ela percebeu que seu rosto estava a apenas centímetros de um pilar de madeira e se ninguém tivesse a parado provavelmente teria quebrado o nariz.

  -- No que é que você estava pensando?! - Inosuke retirou a mão do ombro da garota. - Quase bateu com a cara no poste!

  S/n sentiu o rosto esquentar de vergonha. Como ficara tão distraída ao ponto de nem ver para onde estava andando?

  -- Deixa ela em paz Inosuke! - Tanjiro o repreendeu. - Ela está assim porque tá voltando pra casa depois de muito tempo, não é?

  -- Isso mesmo - Zenitsu se juntou a ele. - Os caçadores de onis não tem tempo nem de respirar. Ela tá nervosa porque faz tempo que não volta aqui - e se virou para a garota. - Se você estiver com medo eu posso segurar a sua mão s/n-chan!

  S/n assistiu quando Inosuke perdeu a paciência com os dois e foi gritar com eles. Ela voltou sua atenção para o pilar de madeira e percebeu que ele fazia parte da mansão que vira lá do morro. Como havia chegado alí tão rápido? Ela nem havia ensaiado o que iria falar. Seu cérebro trabalhava tão rápido que nem sentia frio.

  A jovem estava realmente considerando a opção de fugir enquanto os três brigavam, mas naquele momento alguém abriu a porta de correr da mansão com certa brutalidade e gritou:

  -- Mas que bagunça é essa?!

  Os quatro congelaram. S/n sequer respirava. Uma mulher de meia idade segurava uma vassoura na mão e tinha uma expressão furiosa no rosto.

  -- Vão brigar em outro lugar!

  -- Com licença - conseguiu dizer com a voz falha.

  -- O que é?! - e percebeu s/n ali. - Senhorita!

  Ela quase derrubou a vassoura no chão, mas conseguiu recuperá-la. Fez uma profunda reverência e disse com um sorriso:

  -- Há quanto tempo! Que bom te ver de novo!

  A mulher abriu os braços como se quisesse abraçá-la, mas se conteve e limpou a garganta antes de falar com elegância:

  -- Quer dizer, é uma honra estar novamente em sua presença.

  Ela fez uma outra reverência e voltou sua atenção para os três. Apesar de imóveis, Inosuke estava com as mãos no pescoço de Zenitsu e Tanjiro segurava os braços dele, tentando contê-lo da tentativa de estrangulamento.

Imagine - Inosuke HashibiraOnde histórias criam vida. Descubra agora