18. Conflitos internos

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"Ele colocou as mãos em minha bochecha e..."

Será que eu deveria descrever o que aconteceu comigo? Deveria deixar os leitores dessa narrativa de minha vida na curiosidade?

Tá, não sou tão ruim assim, vamos lá!

Ele colocou as mãos em minha bochecha e me beijou. Acho que de todas as vezes que isso aconteceu comigo, essa foi a que eu mais senti coisas dentro de mim, não sei nem como descrever. Parece que o mundo todo parou naquele instante e só existíamos nós dois e aquela chuva caindo em nossos corpos. Eu fui pega de surpresa e demorei até ter alguma reação. Passei meus braços em volta do pescoço de Zac e me aproximei mais. A minha reação seguinte, foi de retribuir o beijo. E lógico que isso teve uma reação dentro de mim, pareciam fogos de artifício dentro do meu estômago, seguidos de uma corrente elétrica por todo meu corpo (ou será que foi um raio que caiu em mim?). Meu coração parecia que ia explodir de tão alto que batia, mas tive a sensação de ouvir o de Zac. Nós ainda estávamos presos naquela sintonia, quando lembramos de uma coisa muito importante: ar. Nós estávamos colados e encharcados, mas pra ser bem sincera, nem me importei com a chuva, e nesse momento nos afastamos um pouco e pude contemplar a vista de Zac com seu cabelo todo molhado (que parecia mais escuro) e aquele par de olhos azuis completamente focados nos meus, me deixando com um pouco de vergonha. Não aguentei o nervoso e comecei a rir, apoiei minha cabeça em seu ombro direito e ele me abraçou, até que finalmente consegui falar alguma coisa:

- Já que está na chuva, é pra se molhar né?

    Me separei dele o suficiente para puxá-lo pela mão para uma corrida pela calçada enquanto a chuva ainda caía de forma pesada. Parecia um daqueles temporais de verão que temos no Brasil, que a água parece cair de baldes, me lembrei brevemente de casa e me senti ainda mais acolhida. Zac rapidamente me acompanhou e começou pisar pesadamente nas poças pelo caminho, enquanto riamos muito. Éramos os únicos na rua naquela hora. Ele me puxou para uma dança em meio a chuva enquanto cantarolava alguma música que não consegui processar no momento. Me aproximei dele novamente e o puxei para mais um beijo, em meio à nossa dança desajeitada. Fomos cortados por um carro que passou na enxurrada e jogou mais água em nós:

- Não acredito - disse Zac em meio aos risos.

Zac colocou o braço nos meus ombros e eu abracei sua cintura e fomos até a entrada dos dormitórios. Poucas pessoas passavam por ali e não pareciam estranhar nós dois completamente molhados, acho que aqui essas chuvas repentinas devem mais comuns do que imagino. Paramos no corredor do meu quarto. Virei de frente para Zac, que me abraçou pela cintura e falou:

- Acho que nós molhamos o prédio todo - olhei para trás e vi um rastro de água que nos seguia até onde paramos (que já formava uma poça).

- Realmente! Mas não me importo - Zac tentou arrumar uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, mas estava completamente grudada em minha cabeça devido a água - Acho que não vai dar muito certo, Zac.

- Eu tô tentando ser romântico - nós dois rimos.

- Não precisa, Zac, você já é.

    Bom, e mais uma vez nos beijamos. Dessa vez foi mais rápido e menos intenso, mas não tiro os sentimentos, que foram os mesmos. Terminei com um sorriso e baguncei o cabelo quase seco de Zac. Ele riu e apertou minhas bochechas e eu protestei:

- Calma lá, querido. Minhas bochechas não! - falei entre o riso.

- Ah mas você fica tão fofinha - ele foi interrompido por um espirro meu - acho melhor você entrar e tomar um banho pra se aquecer!!

- Acho que sim! Tá começando escurecer, né?

Ele concordou com a cabeça. Dei um beijo em sua bochecha, baguncei seu cabelo mais uma vez e nos despedimos. Queria correr mas, certeza que iria cair no piso escorregadio, então andei rápido, entrei e fechei a porta atrás de mim e fiquei encostada lá, com a respiração ainda acelerada e rindo. Até que:

OliviaOnde histórias criam vida. Descubra agora