12. Katarine não tem coração!

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Eu não conseguia mais escutar o que ela estava falando desde o momento que ela disse: "vou apresentar todos os desenhos que eu fiz sozinha, porque a Olivia esqueceu de fazer os delas". Minha cabeça ainda estava tentando processar o quanto ela pode ser mentirosa e ter coragem de fazer isso, sabendo que vai me prejudicar. Eu fiz esse trabalho. Passei horas fazendo e ainda ajustei os dela. Como ela pode fazer isso?
Enquanto ela continuava a apresentação, eu a interrompi, tocando levemente no seu braço:
- Eu fiz o trabalho, até arrumei os seus para que ficassem iguais.
Ela me olhou furiosamente, seus olhos estavam transbordando raiva. Acho que ela nunca pensou que eu iria contrariar ela na frente de toda a turma. Típica menina mimada que não sabe lidar com um não. Katarine tirou seu braço de forma brusca do meu toque e respondeu alterada:
- Além de não ter ajudado, você está tentando atrapalhar a apresentação?
- Qual é o seu problema? Porque você continua mentindo? - eu respondi igualmente irritada.
- Meu problema é você, que não para de se meter no meu caminho - e eu fiquei mais chocada ainda, quando ela colocou suas duas mãos em meus ombros e me deu um empurrão. SÉRIO?. Eu respirei fundo enquanto a encarava com o mesmo olhar de raiva que ela direcionava para mim. Antes que eu me descontrolasse com ela, e perdesse minha razão, peguei minha bolsa e sai da sala, indo de maneira bastante determinada em direção ao quarto.
Eu vou dar um jeito de provar que eu fiz esse trabalho, com certeza eu vou. Eu não vou deixar ela se safar assim e ficar com a nota toda para ela enquanto eu fico com 0. Eu estou tão irritada que consigo sentir meu sangue correndo pelo meu corpo. E tenho quase certeza que ela não estava apenas se referindo a aula, mas qual o outro motivo de eu "estar no caminho dela?". Como ela pode ser....
- Ai, me desculpa! - eu disse para a pessoa que eu acabei de bater em suas costas - Eu estou meio distraída.
- Olivia?
Minha vida pode com certeza não ser igual ao livro de romance clichê, mas com certeza pode ser comparado ao livro de humor. Eu precisava esbarrar nele justo agora?
- Oi Timothy - respondi já dando a volta para continuar meu caminho.
- Você está bem? Parece meio nervosa? -  ele perguntou segurando em meio braço, para impedir que eu continuasse andando.
- Eu estou nervosa, e é tudo culpa da sua namorada - disse de maneira agressiva, e me arrependi no minuto seguinte, quando vi a expressão dele levemente assustada - Desculpa, não quis descontar em você.
- Namorada?
E ele parecia realmente confuso quando fez essa pergunta.
- Sim, a Katarine. - eu precisava mesmo falar o nome dela para ele saber?
Foi a minha vez de ficar levemente confusa quando ele começou a rir:
- Ela, definitivamente não é minha namorada. Nós somos apenas amigos. - ele afirmou enquanto sorria na minha direção, analisando minha reação. - Mas então, eu posso levar você para almoçar em um lugar legal, para tentar afastar um pouco da sua raiva. E você pode me contar o que aconteceu também. O que acha?  
Essa foi a nossa interação mais longa, e eu estou me perguntando o porquê dele estar sendo legal comigo, sendo que a gente mal conversou até agora. Mas eu estou bem empolgada na verdade, estou sentindo gelinhos na barriga, e um entusiasmo tomando conta de mim. Não sei se é por estar prestes a ir almoçar com ele, ou pela fome que eu acabei de sentir, sendo constatada por um silencioso ronco da minha barriga, ou pelo fato de agora eu saber que ele e a Katarine não tem nenhum relacionamento.
- Ok, eu topo, mas já vou logo avisando que eu posso reclamar muito durante a refeição. - e não consegui evitar sorrir quando vi que ele ria da minha afirmação.
Fui seguindo ele pelo campus, até que chegamos no estacionamento e ele parou na frente de sua moto. Percebi certa hesitação da parte dele, pois ele passou a mão no cabelo 3 vezes, de maneira consecutiva.
- O que foi?? - eu perguntei dando um breve risada.
- Então, esse é meu meio de transporte. Tudo bem para você?
- Sim, eu já andei de moto antes, sei como funciona. - sorri para passar segurança para ele.
- Ah, que bom! Já estava pensando que teríamos que chamar um uber e eu ia ficar meio deprimido de deixar essa belezura aqui. - ele respondeu bem aliviado e eu não pude evitar de rir.
Ele me entregou um capacete e assim que eu terminei de colocar e fechar, olhei em sua direção. Ele já está sentado na moto e me olhando, esperando que eu fizesse o mesmo. E foi nesse momento que eu percebi que iríamos ficar perto demais. Muito perto. Assim que eu fiz, comecei a sentir meu corpo transmitindo sinais de nervoso, fala sério, precisa ter essa sensação de estar tremendo?. Coloquei a mão ao seu redor, e fiquei torcendo para ele não perceber nada e MEU DEUS, que cheiro é esse? Estou torcendo para que o nosso caminho seja longo, bem longo.
Assim que ele parou, eu vi a mesma lanchonete que viemos aquela vez. Na verdade eu vim com o Zac, ele que apareceu com a Katarine de surpresa. Descemos da moto e ele pegou meu capacete, já dizendo:
- Eu pensei em vim aqui, para tentar consertar as coisas que aconteceram da última vez. O que acha?
- Sim, ótima escolha. E eu prometo não derrubar nada em você. - respondi, e recebi uma risada em resposta. Eu já falei como ele é lindo sorrindo? Não? Então, ele é muito lindo sorrindo. E também quando não está sorrindo. Eu estou com sérios problemas, isso não é normal.
- Vamos? - Timothy perguntou e sem esperar resposta, começou andar, e olhou de canto para ver se eu estava o acompanhando.
Entramos na lanchonete e fizemos nossos pedidos. Enquanto estávamos esperando chegar, ele iniciou uma conversa:
- Então, quer me falar o que aconteceu na aula?
- Antes de eu contar eu quero saber se você vai ser parcial ou se você vai pender para o lado dela? - quando eu vi, a pergunta já tinha saído e eu dei uma leve arregalada nos olhos, já arrependida.
- Porque você acha que eu ia ir do lado dela? Eu ainda nem ouvi a história. - ele respondeu bem humorado.
- Bom, vocês são amigos, acredito que a algum tempo, e nós dois nós acabamos de conhecer, então... - sugeri, levantando uma das sobrancelhas, e já dei continuidade a minha fala, contando tudo o que tinha acontecido, e ele ficou quieto, só me ouvindo. - Ai eu esbarrei em você sem querer, por estar muito nervosa e distraída, e o resto você sabe.
Quando ele ia começar a falar, foi interrompido pela chegada do nosso pedido. Comecei a comer algumas batatas enquanto esperava ele dizer alguma coisa.
- Então, eu não sei porque Katarine faria alguma coisa de tipo. Vocês já tiveram algum desentendimento antes? - ele perguntou também comendo suas batatas.
- Não. Bem, ela já me ignorou uma vez, mal fala comigo na sala às vezes, teve aquela vez aqui na lanchonete, mas nenhum desentendimento direto. Não desse jeito.
E ele riu, simplesmente riu. Me deixando confusa.
- O quê? Qual o problema?
- Ela deve estar com ciúmes.
- Ciúmes do que? não faz nenhum sentido, nós duas mal interagimos.
- Ciúmes de você. Você é talentosa, engraçada, esforçada, acabou de chegar e já tem ótimas amizades, e também porque você é linda. - ele disse essa última parte escondendo seu rosto através do copo de milkshake.
E eu senti meu estômago dar cambalhotas, e eu tenho certeza que agora não é porque estou com fome. Ele me acha linda? É agora que eu também falo para ele que eu acho ele lindo desde o dia que eu o vi no festival? E que desde desse dia, ele não sai da minha cabeça?



E ESSE ENCONTRO???? Como será que está o coração da Olivia?

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