04. BIA

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É natal, é natal, jingle bells jingle bells! O papai Noel vai passar na casa de todo mundo essa noite e de presente vai levar 2020 embora! (ouvi um amém?) Só não quero voltar aqui no futuro e perceber que 2021 foi uma merda também. 

Depois do desabafo da autora, feliz natal e boa leitura!



Apesar do meu sono desregulado e de todas as madrugadas acordada para escrever, meu despertador não teve nenhum pouco de misericórdia ao me acordar às cinco da manhã na segunda-feira. A rotina era a mesma, xingar o celular enquanto o desligava e me encarar no espelho, me arrependendo do dia que resolvi descolorir o cabelo. Fiz uma anotação mental: hidratar o cabelo antes que ele começasse a me furar a noite de tão ressecado. Eu que lute para lidar com meu trabalho, a matéria e meus problemas de aparência.

Enquanto eu arrumava a comida do Zac, que estava andando em círculos perto de mim animado com o café da manhã, aproveitei para conferir minhas redes sociais. Na esperança de receber a noticia que um a bomba tinha caído no escritório e que eu poderia voltar a dormir, mas para minha surpresa, assim que me conectei ao wifi, algumas mensagens de um número desconhecido chegaram.

"Desculpe entrar em contato nesse horário, Beatriz."

"Sou eu, Lis. Recebi seu e-mail e li o rascunho da sua matéria, gostei de tudo. Eu adoraria participar da sua matéria."

"Estou totalmente livre essa semana, pode ficar a vontade para marcar um horário que seja melhor pra você!"

Precisei ler as mensagens algumas vezes para conseguir assimilar o conteúdo. Talvez fosse porque eu não acreditava que Elis Kuhn iria me chamar no whatsapp, ou porque ainda não tinha nenhuma gota de café no meu sistema. Mas quando realmente entendi o que estava acontecendo, comecei o meu melhor surto.

No meio da cozinha, às cinco e pouco da manhã e com o pijama furado, comecei a pular, bater palmas e dançar do jeito mais vergonhoso possível. Se minha vizinha me visse pela janela, teria certeza que eu tinha algum problema mental. Como um bom cachorro Zac começou a pular perto de mim feliz também, o salsichinha sabia muito bem o quão feliz eu estava.

—É Zac, sua mãe vai entrevistar a Lis Kuhn. —disse pegando ele no colo. —Isso mesmo, neném. Aquela que fica falando na televisão. —ele concordou dando um latido. —Acho que a gente precisa ligar pra Lê.

—Leticia! Acorda flor do dia! —gritei antes mesmo que ela pudesse reclamar do horário.

—Assim, eu espero, de todo o coração, que tenha ganhado na loteria e que esteja me levando para as Bahamas, porque se for qualquer outra coisa, nossa amizade termina agora. —respondeu com voz de quem acabou de acordar.

—A Lis me respondeu! —disse ainda gritando.

—Ai meu Deus, Beatriz! —finalmente acordou, gritando também pelo telefone. Eu nem precisava vê-la para saber que ela também já estava pulando de felicidade também. —Isso é um sinal do universo, você vai conseguir essa vaga!

Depois de finalmente conseguir desligar a chamada e ignorar o quão atrasada já estava, reescrevi a mensagem no bloco de notas mil vezes antes de responder, ao mesmo tempo em que queria ser profissional, não queria parecer chata. Em alguns momentos, queria ser impulsiva como a Letícia, mas pra mim, uma simples mensagem demora muito tempo.

"Bom dia, Lis! Tudo bem com você?"

"Tudo bem se a gente se encontrar hoje no fim da tarde? Eu consigo sair do trabalho às 16 horas, então após esse horário eu adoraria te encontrar!"

Bia e Lis - A Descoberta De Um Amor [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora