Bia e Lis - A Descoberta De Um Amor [CONCLUÍDA]

09. LIS

Olá pessoas! Vocês tão joia? Tão se cuidado direitinho?
Eu tô muit feliz por tá aqui com vocês!

Boa leitura, Rapha <3

Quando as pessoas descobrem que eu faço faculdade de física, a primeira coisa que perguntam é se sou doida, apenas uma minoria me pergunta se é possível voltar no tempo ou criar o Flash. Acho que isso acontece porque quase todo mundo teve uma péssima experiência com a matéria durante o ensino médio e porque a indústria do cinema joga todas as loucuras dos filmes nas mãos da física. Gosto de física porque eu adoro fazer as provas, sou totalmente viciada na adrenalina de fazer um cálculo gigante e achar a resposta certa, gosto de física porque explica as coisas como a gente nunca imaginaria e nem se pergunta o porquê. Newton literalmente descobriu o porquê das coisas caírem no chão.

Com uma superdose de adrenalina, eu estava pronta pra correr uma maratona e escalar uma montanha assim que saí do prédio da faculdade, depois de uma manhã de provas. Com minha playlist de músicas animadas e com uma expressão pateta no rosto, fui cantarolando pelo caminho até a estação do metrô. De alguma forma, eu sentia que aquele dia iria se ótimo. Era quase como se uma brisa de boa sorte estivesse soprando na minha direção, como se eu fosse uma personagem de comédia romântica.

A onda de boa sorte era real, enquanto descia a escadas para entrar na estação do metrô, pisei no que parecia um pedaço de papel, quando fui desgrudar do tênis, vi uma nota de cinquenta reais. Como se eu já não estivesse feliz o suficiente, quando peguei a nota vi que dentro tinha mais uma de 20 reais. Isso mesmo, eu literalmente pisei em 70 reais numa estação de metrô.

Minha teoria de que eu estava vivendo em uma comédia romântica com uma brisa de boa sorte se confirmou quando recebi a mensagem Bia. No metrô vazio, eu quase cumpri meu papel como personagem desse tipo de filme e sai sapateando em comemoração. Como meu bom senso estava intacto, só dei um sorriso olhando para a tela.

"Liiiiiisssssss, acabei de receber um e-mail do concurso!!!!!!!!! Eles disseram que a matéria foi aprovada como finalista, hoje a tarde ela entra no site para votação pública."

A primeira mensagem dela dizia, ela continuou:

"Eu tenho muito que te agradecer, só consegui chegar até aqui porque você me ajudou. Você é um ANJO, uma fada perfeita!"

Só pelas mensagens, eu podia imaginar a cena dela recebendo o e-mail e essa imagem me fez feliz. Desde o dia que a gente saiu, eu estava tentando não me apegar tanto a ela, tentando não criar uma paixão platônica, até estava ficando um pouco longe do celular para evitar as suas mensagens. Todo esse esforço para apagar meu pensamento romântico e ter Bia apenas como amiga. Apesar disso, eu estava falhando miseravelmente nessa tarefa. Na teoria era bem lógico e fácil, só a ignorar até meu corpo entender que não fazia mais sentido, mas na prática, queria falar com ela o tempo todo.

Respondi a mensagem, parabenizando e agradecendo pela grande ajuda que ela tinha me oferecido. Participar da matéria da Bia foi um tiro no escuro, mas de alguma forma, mesmo antes de ser publicada, me deu esperança de que tudo iria ficar bem, tudo estava caminhando para isso e ela tinha sido a minha muleta naquele processo.

Já cheguei em casa fazendo festa, coloquei minha mochila perto da porta e comecei a chamar Rafael pela casa. Normalmente a gente faz silêncio pra evitar atrapalhar a live um do outro, mas eu tinha ligado o botão do foda-se, precisava falar com ele naquele minuto. O procurei em todos os cômodos da casa e não encontrei, então, a resposta óbvia era o seu quarto. Bati na porta, na esperança de que me ouvisse mesmo que com o fone.