02. BIA

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Eiiiiii, olha que gracinha! você aqui de novo! Fico muito feliz que você encontrou algo interessante na minha história e decidiu continuar! 

Sem mais enrolações, boa leitura!

Com carinho, Rapha <3



Como boa irresponsável, passei a noite depois do anuncio do concurso assistindo aos conteúdos das mulheres na lista que meu irmão tinha feito. Depois da minha insistência, ele fez um ótimo trabalho. A lista era completa, tinham muitas criadoras com vários estilos diferentes, me fazendo pular de live em live, de canal em canal. Me sentia em um safari, observando os hábitos de uma família de leões, fiz várias anotações sobre os conteúdos, sobre o público, os comentários, sobre o vocabulário, tudo parecia ser muito importante para entender aquele mundo. Se algumas delas falasse uma palavra diferente, eu já corria para Google, buscando o significado.

Essa é a prova de que jogos não são minha especialidade, muito menos área de interesse. Por causa disso, uma streamer me chamou atenção, Elis Kuhn. Lis, como é chamada, tinha um dos maiores canais do nicho. Além de jogar, é claro, ela também passava muito tempo conversando, ou no meu vocabulário de internet recém adquirido, fazendo just chatting. Ela se destacava aos meus olhos, uma mulher muito linda, mas acima de tudo, me pareceu muito inteligente. Talvez eu só ache isso porque assisti uma live dela sobre um jogo de viajem no tempo, assunto que eu sou um completo zero a esquerda e acho fantástico.

Eram três da manhã quando a última live terminou e, por incrível que pareça, não estava com um pingo de sono, tremia ansiosa para colocar as minhas ideias no papel. Sabe quando você pensa tanto em uma coisa que, quando você precisa escrever, ela já está pronta? Foi isso que aconteceu, as palavras saiam da minha cabeça para a tela do computador automaticamente. Quando me dei conta, faltavam apenas 40 minutos para o despertador tocar e anunciar que era hora de mais um dia de trabalho no inferno.

Dormir não fazia sentido, então, como estava muito agitada por toda pesquisa e escrita, decidi que seria um bom momento para enviar mensagens às meninas que queria conversar e entrevistar para a matéria.

Como sempre, desde que comecei a viver privada de sono, segui minha rotina plena, como se tivesse dormido 8 horas seguidas. Apesar de que minha aparência mostrasse outra coisa, as olheiras bem marcadas e cabelo completamente embolado, algo que com um banho gelado, uma escova de cabelo e café tentaria disfarçar. Estava animada, pela primeira vez em semanas, para ir trabalhar.

~*~

—De ressaca em plena quarta-feira? Não te criei pra isso Beatriz Ribeiro. —exagerou Letícia assim que me viu no escritório.

Aparentemente, minha técnica em disfarçar a cara de zumbi não tinha funcionado. A confiança que tinha quando saí de casa foi sumindo assim que entrei no metrô. Minha esperança era que, em duas horas, alguém já tivesse respondido meu convite, mas ninguém tinha se quer visualizado. Antes não tinha passado pela minha cabeça, mas provavelmente muitas delas não iriam ler minha mensagem e outras não iriam se interessar no assunto. Quem era eu? Apenas, uma jornalista meia boca querendo criticar o meio no qual elas trabalham.

Mesmo assim decidi compartilhar tudo com a minha melhor amiga:

—Passe a noite toda assistindo às mulheres na lista do Vítor. Letícia, existe toda uma comunidade que a gente não fazia ideia.

Ao longo das primeiras horas de trabalho, deixei o instagram de lado e contei tudo para ela, desde o conteúdo ao o que já tinha começado a escrever. Terminei falando que já tinha perdido as esperanças com as entrevistas.

Bia e Lis - A Descoberta De Um Amor [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora