Capítulo 31 ✓

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Hoje era oficialmente dia dos mortos. Dia 2 de Novembro, quando todas as almas ganham o passe livre para realmente visitarem seus entes queridos.

Hoje não era dia de choro, não queria deixar meus pais preocupados, ou então tia Rosângela e o resto do pessoal que eu estava homenageando hoje.

Fred estava ao meu lado, agarrado ao meu braço e sorrindo para o túmulo dos meus pais como se estivesse se preparando para uma foto que eles estavam batendo, prestes a me levar para o baile de formatura.

Frederic era meu melhor amigo, não somente por ser uma das pessoas mais incríveis qual eu conheci, também por não me achar uma tremenda louca, por tantas vezes eu ter me referido aos meus pais ou com meus pais, como se eles ainda estivessem vivos, e entendia que está era a minha crença natal e me respeitava, por mais que achava estranha, toda essa nossa adoração pela morte.

- Bom, o que temos que fazer hoje? - Me perguntou ainda sorrindo, enquanto olhava para os lados, como se estivesse em busca de alguém.

- Você? Nada. Se quiser ficar aqui comigo, não me importo, mas vou ficar falando com eles. - Arregalo os olhos para confirmar o que tinha acabado de dizer e ele pareceu não se importar com isso. - Por muito tempo. - Reforço, mantando ele vazar dali, sem que meus pais percebam.

- Não quero atrapalhar esse momento único de vocês. - Segura meus ombros por trás. - Senhor e senhora Moore, estou me retirando, com licença.

O vejo caminhando em direção a Pietro. Eles haviam se tornando bons amigos. Poderia dizer que Fred estava caidinho por ele, apenas pelo modo que sorria para o moreno bronzeado, quando ele não estava vendo. Um verdadeiro trouxinha por amor, como se referiu a Thomas.

Me ajeito na grama. Dessa vez, no meio dos dois túmulos, onde meus pais estavam lado a lado, como deveria ser e como eles sempre quiseram.

A primeira coisa que faço é arrancar o par de meias amarelas, de dentro de uma bolsa de ombro que havia trazido e coloco em frente ao rosto, com um sorriso.

Eles oficialmente, estavam liberados para poder me ver, então, hoje, iriam conhecer o neto deles.

- Eu já havia falado pra vocês que estava casada, certo? - Faço uma pergunta retórica. - Pois então... Tenho mais uma surpresinha. - Digo ainda sorrindo e coloco as meias sob a grama de cada um dos túmulos. - Estou esperando um bebê. E não pai, eu ainda não sei o sexo dele, só estou de um mês de gravidez e sim, mamá, obviamente vou colocar o meu sobrenome nele, assim como o de Collin. . - Reviro os olhos para o nada e se ela estivesse aqui, puxaria minha orelha. - Espero que a comida de vocês tenha ficado boa. E que a viagem até aqui tenha sido ótima. O clima esse ano está realmente louco. - Aponto para o céu azul médio, sem nuvens, com o sol brilhando, querendo chamar toda a atenção e que estava me fazendo passar um calorão.

Eu estava morrendo de saudade deles e hoje, estava conseguindo sentir a presença dos dois, mais do que da última vez que estive aqui.

Meu coração estava mais leve em relação ao meus pais. Posso dizer que ter vindo até aqui, foi uma das melhores coisas pra esse ano. Estava com medo de não conseguir vê-los, nunca mais.

Hoje, me obriguei a pensar apenas em coisas boas que vivemos juntos.

A vez em que fomos no parque de diversões pela primeira vez e papai vomitou em todo mundo que estava sentado atrás dele na montanha russa, e em como, mamá e eu rimos de sua cara durante todo o trajeto de volta para a nossa casa. Quando fomos adotar o meu primeiro, e bom, único cachorro, em uma daquelas liquidações de fim de ano e escolhemos o filhotinho de pastor alemão.

- Ele não cresce muito. - Foi o que a moça nós disse, usando um sorriso falso nós lábios. Obviamente ele crescia muito, só queria se livrar dele. E conseguiu.

Como Ser Uma Boa Secretária [Nao Atualizada - 2020]Onde histórias criam vida. Descubra agora