Acordo escutando meu celular tocar alto, fazendo as bailarinas malucas que rodopiavam dentro de minha cabeça, usando agulhas nos pés ao invés de sapatilhas de ballet, começarem uma dança diferente, com rodopios mais fortes e saltos mais intensos.
Agarro o aparelho preto e atendo sem nem ao menos ver quem estava ligando.
— Alô? - Falo com a voz baixa, sonolenta e acho que a pessoa na linha não escutou, já que não responde. — Alô? - Questiono mais uma vez, dessa vez mais alto e consigo ouvir a respiração da pessoa do outro lado.
— Moore, Moore, Moore. - Escuto a voz masculina do outro lado da linha e sinto meu estômago embrulhar. — Quanto tempo, não é mesmo?
— É... Muito tempo, mesmo. - Quase sussurro.
— Seu papai, mandou lembranças. - Fala e sei que está sorrindo, apenas como sua voz soa e sinto um gosto amargo subir na garganta. — Como foi o casamento, estou realmente chateado que não fui convidado, iria com maior prazer. - Debocha e eu engulo em seco.
— Quem sabe numa próxima, não? - Questiono e ouço uma batida alta, como um soco em alguma madeira e sei que foi isso que ele fez.
— Não deboche de mim, Moore. - Faz um barulho com a boca, puxando o ar com a mesma. — Agora é a senhora Howard, certo? Herdeira da DiamondArd. - Minha respiração acelera, já sabendo o que ele iria falar. — Está devendo muito dinheiro, bom, pelo menos até juntar as escovas com um dos maiores herdeiros de Nova York, agora a quantia que deve para nós, é pouca, aos seus olhos e aos de sua nova... Família. Quero o triplo, Moore. O triplo.
— Não posso pagar tudo is... - Escuto a linha cair. — Alô! Alô!
Desligou.
Solto um suspiro, agora notando minha respiração pesada e rápida.
Estava realmente muito ferrada. Mal tinha o dinheiro para dar aquele idiota, no primeiro valor que estava devendo a ele e agora tinha uma dívida três vezes mais cara.
Caminho até a cozinha, ainda agarrada ao meu celular, bem mais pensativa, tentando encontrar a melhor saída pra isso, mas nada vinha em mente.
Eu já não podia tirar dinheiro do banco, até porque eles não me queriam ver em sua frente, talvez, apenas pintada de ouro, mas eu não tinha essa oportunidade.
Me sento no banco da ilha da cozinha, encarando um ponto qualquer nos armários marronzados da casa de Collin.
Talvez fosse melhor que ele me matasse logo de uma vez, assim eu estaria livre e ao lado de mamá e papá, até sermos esquecidos e desaparecermos, já que não teremos ninguém para se lembrar de nós aqui na terra. Talvez eu pudesse ir atrás dos pais de mamá, eles ainda possam estar vivos. Uma neta pedindo por socorro pode ser a chave para quebrar um coração de pedra, não é? Dou risada de minhas próprias perguntas. O que eu estou pensando? Nem sei se eles estam vivos e se estivessem, talvez me chutariam de suas frentes na primeira oportunidade, assim como fizeram com meus pais. Com a própria filha.
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Como Ser Uma Boa Secretária [Nao Atualizada - 2020]
RomanceSe você recebesse uma proposta que pudesse mudar sua vida, mas que te fizesse casar com seu chefe idiota e egocêntrico, você aceitaria? Cassidy se vê entre a linha ténue de se livrar de todas as suas dividas aceitando a proposta do seu chefe metido...