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Era o horário de visitas e ninguém estava aqui. Imaginei que a mãe de Collin teria ido para sua casa e logo estaria de volta, o pai estava tentando manter as rédeas da empresa firmes em suas mãos, nessas poucas horas em que eu pedi para ir ver o filho e George, bem. Ele era o George, o irresponsável, mas pelo que eu andei ouvindo, ele já havia passado por aqui horas atrás para visitar o irmão e ver se havia alguma mudança em seu estado. E a resposta era não.
Ver Collin daquele jeito, desacordado, respirando por meio de tubos e com sangue entrando dentro de suas veias, me fez pensar que talvez eu tivesse algum mal presságio. Ou que no dia do meu batizado, alguma malévola que não foi convidada para a festa, teria aparecido e ditado belas palavras como, dos vinte e um anos pra cima, a vida dessa garota vai ser a pura desgraça, que até o mais desgraçados dos homens da face dessa terra, vão olhar pra ela e pensar, eu nunca vou chegar a esse ponto. Bom. Essa era a única explicação aceitável para tudo que vinha acontecendo em minha vida.
Perdi meus pais, algo que meu coração já estava começando a ficar mais calmo sobre, desde meu feriado no México, a perda do meu bebê e naquele momento, a inconsciência do cara que eu estava, como as pessoas dizem, apaixonada.
Ele estava em coma induzido e eu não podia fazer nada naquele momento, a não ser me afundar na profunda lama que minha vida estava nos últimos dias.
Pego a sua mão, ela estava fria, mórbida, e não se parecia em nada com a que ele colocava no meio das minhas costas quando me guiava pelo salão de alguma festa que estávamos, ou as mãos que percorriam todo meu corpo como a droga de um carro de montanha russa desgovernado. Era assim que eu o considerava. Um carrinho de montanha russa desgovernado. Alguém que eu queria loucamente ouvir de novo, qualquer coisa ou talvez, uma de suas provocações, como, é feio encarar.
Aquele homem e aquela mão, não se pareciam com o Collin que eu conhecia.Ficar com aquela dúvida de quando e onde eu estaria quando ele saísse dessa situação era terrível e ninguém merecia passar por isso.
Aquela hora, eu já estava com lágrimas nos olhos. Mas, tinha prometido a mim mesma que não iria chorar por ele, não enquanto ele ainda estivesse daquele jeito. De mim só iriam sair lágrimas de alegria, quando ele finalmente abrisse os olhos e me mostrassem aqueles dois mares que só ele tinha e que por míseros seis meses, eu fui a única a poder mergulhar neles e contempla-los de perto.
Não sabia o que fazer para tirar ele daquela situação. Dizem que pessoas em coma podem ouvir o que as pessoas ao seu redor dizem, mas não sei se quero realmente falar com ele, ficaria esperando suas respostas como idiota e meu coração se despedaçaria um pouquinho mais, quando eu não escutasse sua voz.
Tudo bem. Talvez fosse o único jeito de faze-lo voltar. Voltar pra mim.
- Ei, Collin. - Cutuco a palma de sua mão, que estava virada para cima, colado ao seu corpo. - Iria perguntar como você está, mas pelo visto, está bem mal. - Solto um suspiro, junto de uma risada sem graça. — Você continua lindo, não se preocupe. Seus cabelos estão em ordem, ok, não tão em ordem assim, já que tiveram que raspar uma parte, para ver se a bala que acertou sua cabeça, não fez outros estragos. Não que você fosse muito inteligente para que o tiro te deixasse um pouco mais tantã. - Sinto vontade de chorar por ele não me responder ou mexer sua mão contra minha, assim como nos filmes. - Você foi corajoso Collin. Muito corajoso e realmente idiota. Mas um idiota que eu sou grata por mais uma coisa.
Paro de falar, engolindo em seco aquela saliva que parecia não querer descer.
Eu estava apavorada. Queria ouvi-lo dizer como ele estaria perfeito de qualquer forma, mesmo se estivesse com uma sacola de papelão tampando sua cara, já que ele ainda teria seu corpinho musculoso para chamar atenção das mulheres, e todo seu dinheiro também.
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Como Ser Uma Boa Secretária [Nao Atualizada - 2020]
RomansaSe você recebesse uma proposta que pudesse mudar sua vida, mas que te fizesse casar com seu chefe idiota e egocêntrico, você aceitaria? Cassidy se vê entre a linha ténue de se livrar de todas as suas dividas aceitando a proposta do seu chefe metido...