Capítulo 42 ✓

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Depois de passar horas chorando baixo no quarto na casa de Frédéric, acordei com olhos inchados, maiores do que eu nunca havia acordado antes e me assusto assim que me olho no espelho. Passo uma maquiagem para fingir que tentei disfarçar aquelas coisas ali e ponho meu melhor conjunto social e ensaio meu melhor sorriso em frente ao espelho do quarto, mas falho todas as vezes em que meus dentes aparecem e minhas bochechas ficam trêmulas e acabavam se fechando.

Todos os funcionários da DiamondArd naquele dia, haviam recebido folga, o que fez Fred ir dormir tarde na noite passada e acordaria tarde também, por isso quando sai do apartamento ele estava completamente silencioso e meus saltos batendo no chão era o único barulho no meio de alguns roncos baixos que vinham do quarto.

Pego o carro de Fred emprestado como havia pedido a ele com a desculpa de que precisaria ir até a mansão Howard e pegar um táxi seria cansativo de mais. Não contei o que tinha ocorrido no dia passado no hospital, nem a uma semana atrás com a carta do advogado e meu suposto avô. Ele com toda a certeza diria para eu não ir até lá, era armação. Poderia até ser, mas eu precisava daquele dinheiro pra ajudar a DiamondArd.

Arranquei com o carro avenida a fora. Marcamos de nos encontar em um café calmo, próxima a empresa. Me sentiria melhor em um lugar que eu já conhecia a bastante tempo, onde todos me conheciam também a muito tempo. Seis longos anos.

Estaciono o carro em frente a empresa, desço dele e o travo. Olho para os dois lados da rua para atravessar e alcanço o café.
Na Porta vai e vem do lugar, passo os olhos por todas as mesas em um busca de um homem engravatado com cara de advogado. O problema era que a maioria dos homens que ali dentro estavam, eram homens engravatados e com caras de advogado.

Um homem bronzeado de mais para ser Novaiorquino, já que a maioria das pessoas daqui não tem muito tempo para tomar sol, ergue a mão assim que me vê e me chama.
Caminho até lá, me concentrando em não escorrer com meus scarpins negros. A antiga Cassidy estava de volta rapazes. Menos segura e com muito mais medo de andar por aí, mas estava de volta.
Ele se levanta, ficando alguns centímetros mais alto que eu e a senhora ao seu lado o imita, balançando a cabeça silenciosamente para mim, num cumprimento e faço o mesmo.

Marcos Hernandez. - Estica a mão para mim e eu a aperto.

— Cassidy Moore Darren. - Balbucio e ele anui com um sorrisinho de canto.

— Precisamos esperar que senhor Eric chegue, sim? - Concordo num movimento de cabeça.

Estava ansiosa, conheceria o “avô” que eu toda uma vida ouvi histórias de como ele era um homem bom, até descobrir sobre a gravidez precosse da única filha e não quere-la mais por perto.

— Ele chegou. - Olho para a porta, me levanto e procuro quem havia chegado.

Quem vejo é únicamente, senhor Lacerda, que caminha em direção a nossa mesa sem em nenhum minuto tirar seus olhos dos meus, que com certeza deveriam ser o exemplo de pura surpresa. Porque era assim que eu estava me sentindo.

— Moore Darren? - Arqueia as sobrancelhas e me olha fingindo surpresa.

— Erick Dolche. - Murmuro baixo.

— Lacerda. - Acrescenta.

— Não posso me esquecer. - Digo baixo, um pouco irônica e me sento quando pedem.

Ficamos em silêncio por um tempo, acho que estavam esperando que eu processasse as informações novas que acabaram de chegar e anuo comigo mesma, quando entendendo que aquele homem é meu avô. Pai de Fridah Moore. O homem obcecado por Fridah Kahlo. Escritor de poemas românticos e que mesmo assim, depois de uma prova de amor da filha com um de seus empregados, não lhe deu uma única chance ao não ser expulsa-la de casa. Ótimo.

Como Ser Uma Boa Secretária [Nao Atualizada - 2020]Onde histórias criam vida. Descubra agora