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Dulce se remexeu inquieta e abriu os olhos contra a vontade. Estava sentindo uma enorme vontade de ir ao banheiro, tanto que sua bexiga estava doendo e demorou alguns segundos para se lembrar do que havia acontecido durante a noite e madrugada, mas o braço de quente de Christopher abraçando-a de uma maneira possessiva pela cintura, a ajudou bastante. Ela sorriu e, com cuidado para não acordá-lo, levantou e correu para o banheiro.

Ao retornar ao quarto, Dulce ainda sorria com as lembranças vividas da madrugada. Observou Christopher agarrado a um dos travesseiros e com o lençol cobrindo apenas suas pernas e cintura, deixando suas costas larga e musculosa a mostra. Ela suspirou sentindo o coração acelerar. Os raios de sol invadiam o quarto através das cortinas brancas que cobriam a janela e Dulce lembrou-se do filho mais novo.

— Droga!

Murmurou procurando a pequena bolsa pelo quarto e encontrando-a próxima a suas roupas no sofá. Pegou o celular e não viu nenhuma ligação perdida do filho mais velho e suspirou aliviada, mas, apesar de nada ter acontecido, foi uma irresponsabilidade de sua parte dormir ali, sabendo que às vezes o Matheus acordava no meio da noite com pesadelos e só se acalmava com ela ou Paul por perto.

Dulce olhou para cama outra vez e seu coração se acalmou com a imagem de Christopher dormindo tranquilamente. A noite foi maravilhosa, não ia se culpar por algo que nem se quer aconteceu e estragar aquele momento. Sorriu ao vê-lo abraçar o travesseiro com mais força e mordeu o lábio, por mais que quisesse acordá-lo para fazerem amor outra vez, precisava voltar para o quarto. Já eram seis horas e queria estar lá quando os filhos acordassem.

Ela tirou a blusa dele e vestiu sua roupa. Correu para o banheiro outra vez, penteou os cabelos com a escova que achou, lavou o rosto e usou um pouco do enxaguante bucal. Dulce voltou para o quarto e procurou na escrivaninha algum papel e caneta para deixar um bilhete para ele e explicar porque foi embora.

— Onde você pensa que vai? — perguntou roucamente assustando-a.

— Que susto, Chris! — virou-se para ele e o viu sentado na cama, com os cabelos bagunçados e um olhar confuso. Se aproximou sorrindo e sentou-se em sua frente — Bom dia!

— Bom dia! — respondeu sorrindo levemente, apesar de estar um pouco confuso — Você ia embora sem me acordar?

— Você é tão lindo dormindo, não ia conseguir te acordar — confessou — Além disso, está cedo, queria te deixar descansar mais um pouco. Ia te deixar um bilhete.

— Que coisa mais clichê — fez careta fazendo-a rir — Geralmente os homens fazem isso quando não pensam em retornar...

— Para com isso — rolou os olhos, divertida e roubou um selinho demorando — Eu tenho que voltar por causa dos meninos.

— Eu sei — sorriu compreensivo — Me dá cinco minutos, que eu levo você.

— Christopher, estou hospedada no andar de cima.

— Que primeiro encontro é esse, que eu nem te levo em casa?

Dulce gargalhou e segurou o rosto dele com carinho, acariciando as bochechas dele.

— Não precisa, de verdade. Podemos acabar encontrando com os outros e acredito que isso seja uma boa ideia.

— Você não quer contar a ninguém, não é? — Dulce encolheu os ombros timidamente e ele sorriu, segurando o queixo dela carinhosamente — Tudo bem, eu entendo. Guardarmos segredo por enquanto.

— Sim. Um pequeno segredo não faz mal, não é?

— Um pequeno e doce segredo.

Dulce sorriu e beijou. Um beijo calmo e lento, onde selavam o acordo que guardariam segredo por enquanto. Ela afundou as mãos no cabelo dele, que por usa vez, a abraçou pela cintura e a puxou para seu colo. O beijo começava a se intensificar e tomar proporções maiores, quando ela se afastou sorrindo.

Far Away ღOnde histórias criam vida. Descubra agora